Mandarim: a língua que faltava no seu currículo

O idioma é, atualmente, o grande diferencial para jovens que procuram sucesso no mercado de trabalho

por Alexandra Gappo sab, 12/05/2012 - 11:00
Alexandra Gappo/Leiajá Imagens

A China é hoje um dos maiores parceiros políticos do Brasil e a maior potência econômica mundial. É também o país que tem a maior população do mundo e onde se encontram as grandes ideias e inovações tecnológicas. Os chineses costumam investir em jovens que estão capacitados a criar e desenvolver projetos inovadores, mas, para isso, é preciso se comunicar. A enxurrada de estudantes, empresários e administradores em geral que andam procurando o curso de mandarim “obrigou” várias escolas de idiomas à incluírem a língua chinesa no currículo.

Como em muitas partes do globo, o mandarim é apenas um dos dialetos falados na terra do sol nascente. Os interessados pelo idioma devem saber que não se trata de uma língua fácil de se aprender e muito menos de se decorar, já que o sistema de escrita é composto por mais de 5 mil grafemas ou, como chamamos, ideogramas, que podem representar palavras inteiras ou apenas uma sílaba.

Segundo a professora de Mandarim do Senac-Pernambuco, Cristina Mei Len Chaw (foto), aprender essa língua é como ser afalbetizado novamente. “Não é fácil, mas também não é impossível. O aluno deve ter interesse e se dedicar como em qualquer outro idioma”, afirma. Cristina explica ainda que a língua chinesa é uma língua tonal, “ o que é essencial para se comunicar corretamente”.  

Se engana quem pensa que os idiomas orientais são todos iguais. Há uma grande diferença entre a língua faladas no Japão, China e na Coréia do Sul e do Norte. “Quem sabe o mandarim não consegue se comunicar no Japão. Os dialetos mudam e as pronuncias também”, frisa a professora que afirma que muitos alunos desistem do curso pela dificuldade que encontram.

O Senac-Pernambuco e o templo Budista Fo Guang Shan em Olinda são as únicas instituições encontradas pela reportagem do Portal LeiaJá que oferecem o curso de Chinês Mandarim nos municípios de Recife e Olinda. Na Escola Madre de Deus, na zona sul do Recife, a discilpina é oferatada como opcional (extracurricular) para as turmas de Ensino Fundamental à Médio. De acordo com a gerente do Centro de Idiomas do Senac, Mauriceia Oliveira, a procura pelo curso é muito grande, mas ainda há uma defasagem de professores qualificados, por isso a escassez de instituições ofertando o idioma. “Devido a essa dificuldade de profissionais, o curso é relativamente novo na instituição, existe apenas há 5 anos”, afirma Mauriceia, que explica que a metodologia diferenciada do Senac - com duas horas de aula, três vezes na semana - ajuda os estudantes das línguas que exigem mais estudo e dedicação.

Os alunos também podem interagir com programas de televisão da China, além de ter acesso à livros, revistas e músicas compostos pelo idioma no laboratório da escola. A gerente declara que é necessário que o aluno aprenda também a cultura do país. “O chinês, por exemplo é uma língua que usa muito gestos, e se você não souber se gesticular ou fizer errado, pode ter portas de negociações fechadas”, frisa.

Atualmente, o Senac-PE, unidade de Santo Amaro, está com duas turmas de Mandarim, formada por jovens estudantes que visam o turismo na China ou negociações financeiras. Mas no caso da advogada e aluna de mandarim, Amanda Borges, o coração falou mais alto - o namorado Marcelo, já se mudou para China à trabalho e está esperando a chegada dela na terra do sol nascente.

Amanda componhe a turma iniciante e afirma que está se dedicando. “Não é uma língua fácil, mas não quero depender de um tradutor ou de alguém que conheça o idioma para me comunicar por lá”, declara a advogada, que irá aproveitar a viagem também para trabalhar. “O mandarim, hoje em dia, é o maior diferencial que eu posso ter no currículo. Além de ser língua muito bonita, vai me ajudar no mercado de trabalho”, explica.

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