A psicopedagoga Michelle Diniz explica como as pessoas podem atuar em sua área profissional Victor Freire/LeiaJáImagens

Logo no início da graduação de administração, no ano de 2008, Ricardo Paulo da Silva, de 26 anos, resolveu cumprir um objetivo: sempre atuar na sua área. Na área administrativa de uma escola privada, o rapaz começou a desempenhar as primeiras atividades do seu segmento.

Após um ano, Ricardo Paulo continuou na área, atuando como administrador em um setor parlamentar. Todavia, depois de um período, o jovem resolveu partir especificamente para a área de administração de pessoas. Daí por diante, ele passou por várias funções, e sempre atuou com administração.

Ricardo Paulo comenta que para alcançar essa meta é preciso muito empenho e preparação. “É preciso buscar ser excelente em tudo, ter ótimos contatos e aproveitar o máximo de experiências”, explica. Atualmente, já formado, Ricardo continua na área e já é selecionador de novos funcionários da empresa onde trabalha.



Sem receita

Não há uma receita pronta para as pessoas conseguirem trabalhar na sua área de formação. São vários fatores que acabam influenciando os profissionais a terem bons ou maus resultados no mercado de trabalho.

Esse entendimento é da psicopedagoga e mestra em gestão de pessoas, Michelle Diniz, que integra o Núcleo de Apoio Psicopedagógico da Faculdade Nova Roma, no Recife. Ela, costumeiramente, presta orientações profissionais para vários estudantes. Neste contexto, o que causa o insucesso de muita gente, de acordo com Michelle, é o início da formação. “Às vezes é a escolha inicial que faz o erro acontecer. Quando as pessoas chegam para um jovem e diz que ele tem que escolher a profissão que vai exercer pelo resto da vida, isso causa muito impacto”, diz a psicopedagoga, destacando que os novos formandos precisam escolher uma profissão com a qual ele se identifica. “Lá na frente, para quem escolhe a área errada, isso será muito ruim. O trabalho tem a ver com a identidade do indivíduo”, completa ela.

Entretanto, também há aqueles que escolhem a profissão certa e não conseguem alcançar o meio. Segundo Michelle, o que também causa isso é que muitos profissionais não conseguem trabalhar a teoria na prática ou o contrário. “Tem muitos que são bons teóricos, mas não sabem operacionalizar as atividades. O mercado de trabalho exige a transposição das ideias para a prática. Também existem pessoas que são muito boas na prática, mas falta técnica e o produto acaba ruim”, explica a mestra.



Auto estima influencia



Pessoas desanimadas, desacreditadas e com a estima baixa. Essas também sentem dificuldades para ingressar na área de formação e acabam partindo para outras funções que nada tem a ver com elas. “Tem indivíduos que simplesmente não acreditam em si. As pessoas devem acreditar que podem alcançar seus objetivos, para, assim, consegui-los”, conta Michelle.



Qualificação e contatos



Quem se capacita além da formação também possui maiores chances de ingressar na sua área profissional. Existem instrumentos auxiliares, tais com cursos de extensão, capacitações, entre outros, que agregam valores aos profissionais.



De acordo com a psicopedagoga, até as qualificações que não têm muitas características de um determinado segmento profissional, acabam ajudando. “Tudo o que a gente faz tem seu valor. Nós sempre aprendemos algo que traz benefícios”, comenta.



Fazer contatos também é importante para quem almeja atuar na sua área de formação. Mas, as indicações que podem surgir deles não são feitas apenas por amizade, uma vez que os profissionais precisam ser qualificados. “Se você é um bom profissional, naturalmente as pessoas vão te chamar para fazer os trabalhos. Mas não basta só ter qualidade, é preciso também saber se relacionar bem com as pessoas. Ninguém quer estar perto de gente complicada”, explica a mestra.

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