Unesp faz reunião para discutir racismo após pichações
Foi decidido a elaboração de um documento com propostas de ações afirmativas e o repúdio da universidade ao racismo
A Congregação da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Bauru (SP), órgão máximo da faculdade, fez hoje (30) uma reunião aberta para discutir o racismo na universidade. A reunião ocorre após pichações racistas terem sido encontradas em banheiros da faculdade na última quinta-feira (23), com insultos contra as mulheres negras, o Coletivo Afrodescendente e o professor Juarez de Paula Xavier, coordenador do Núcleo Negro da Unesp.
Na reunião, foi anunciado que um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai acompanhar os trabalhos da comissão. Além disso, foi decidido a elaboração de um documento com propostas de ações afirmativas e o repúdio da universidade ao racismo. Ele será encaminhado ao Conselho Universitário da Reitoria da Unesp e à Assembleia Legislativa de São Paulo até o fim de agosto.
A Faac também anunciou que vai intensificar o trabalho de combate ao racismo com uma campanha que será direcionada a todo o campi de Bauru e que vai consistir em cartazes, eventos, debates e um vídeo institucional.Na segunda-feira (27), a Faac instaurou uma comissão para investigar os fatos e atos racistas praticados no campi de Bauru. Chamada de Comissão de Apuração Preliminar, ela é composta por dois docentes e um servidor técnico administrativo e terá o prazo de 30 dias para concluir o trabalho. A comissão deverá levantar informações, buscar nomes, datas e horários que possam resultar em provas de comprovação de responsabilidade. Os responsáveis pelas pichações racistas poderão ser advertidos verbalmente ou até desligados da universidade.
Por meio de nota, a Unesp disse esta semana repudiar as pichações racistas, “considerando-as um ato contra o estado democrático de direito, a população afrodescendente e a política de inclusão adotada pela Unesp”.