Microfranquias são alternativas à crise econômica
Segmento do mercado de franchising apresenta crescimento em anos de crise e, em 2015, histórico permanece. Nos últimos 12 meses, o setor cresceu cerca de 18%
Em tempos de crise, a economia brasileira entra em decadência, gerando queda no faturamento das empresas e constantes demissões, correto? Nem sempre. Em 2015, mais um ano de colapso financeiro, vem sendo provado, mais uma vez, que o mercado de microfranquias anda na contramão da quase totalidade dos demais ramos. Nos últimos 12 meses, o segmento cresceu cerca de 18%. E a expectativa é que o progresso permaneça, como confirmou o diretor da Agência Brasileira de Franchising (ABF), Leonardo Lamartine, um dos responsáveis pela organização da feira Expo Nordeste, que começou nesta terça-feira (3) e segue até sexta-feira (6), com mais de 200 marcas expostas, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.
Os especialistas na área justificam que as épocas de crise destacam a força das franquias, especialmente as micros, pela credibilidade que elas passam, por representarem extensões de marcas consolidadas no mercado. “As pessoas desligadas das empresas pegam o dinheiro que recebem na rescisão contratual e buscam algo que se encaixe nesse valor. No franchising, temos as ‘micro-opções’, que exigem investimentos democráticos, entre R$ 5 mil e R$ 80 mil. Ou seja, é algo que pode ser acessível e considerado estável, pelo fato de as empresas disponíveis já terem sua fama construída”, explanou Leonardo.
Segundo as informações repassadas pelo dirigente da ABF, o franchising, apesar de estável, não é imediato. Isso porque, pelo histórico da área, as franquias levam entre 24 e 36 meses para engrenarem na obtenção de lucros. “As pessoas precisam ter a consciência de que não vão ficar ricas do nada e que precisarão trabalhar para fazer o negócio render de verdade”, alertou Leonardo. Por falar em ascensão, os setores que vêm apresentando maior crescimento durante este último trimestre de 2015 são os de educação e de serviços para carros.
As ideias de Leonardo Lamartine são ressonadas no discurso do diretor executivo da marca Spa de Sobrancelhas, Marko Porto, responsável por uma das opções que oferecem microfranquia na Expo Nordeste. “Existe demanda no nosso setor por termos pessoas que não conseguem se posicionar no mercado e procuram abrir seu próprio negócio”, resumiu o líder da empresa. E detalhou: “Quando se investe ‘no escuro’, o risco de quebra é de 90%. Já no franchising, onde as marcas são consolidadas, essa instabilidade cai para 40% ou 50%. Se você entra num negócio em que pelo menos 100 pessoas atuam e estão bem, apesar da crise, a chance de a aposta dar errado diminui mais ainda, girando em torno de apenas 30%”.
O diretor executivo aproveitou, ainda, para explicar como funciona a relação entre franqueador e franqueado. “Sempre há repasse de know-how, com apoio financeiro, de gestão e treinamentos técnicos. É uma caminhada de mãos dadas", explicou.
O Spa de Sobrancelhas é uma das marcas distribuídas entre os estandes montados no pavilhão do Centro de Convenções de Pernambuco. A empresa atua no mercado desde 2007, mantendo sempre uma taxa de liquidez que gira entre 30% e 40%. No último mês, seu faturamento foi de R$ 7,4 milhões. "Para um cenário de guerra, acredito que estamos fazendo um bom trabalho", orgulhou-se Marko, fazendo referência à crise econômica. Essa é uma das opções da Expo Nordeste, que dá ao público a oportunidade de girar na feira e conhecer de perto os detalhes de cada negócio disponível.