Mais de 50% dos desempregados abandonaram planos
Desistir de reformar a casa e adiar o sonho de entrar em uma universidade estão entre os planos ofuscados, diz pesquisa
Levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que 52% dos desempregados abandonaram algum projeto e até desistiram de um sonho de consumo em decorrência das demissões. De acordo com o estudo, que também contou com o apoio da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), deixar de fazer reserva financeira, desistir de reformar a casa e adiar a compra ou troca de carro estão entre os planos interrompidos.
A educação e o empreendedorismo também sofreram impacto. Entre os desempregados que interromperam planos, 16% pausaram a abertura de um negócio e 14% adiaram o objetivo de cursar uma faculdade ou pós-graduação. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a falta de dinheiro explica os planejamentos ofuscados.
“O orçamento mais apertado como consequência do desemprego impede o consumidor de seguir com seus projetos porque isso impacta na confiança e na certeza do dia de amanhã. Se ele enfrenta dificuldades para se recolocar no mercado, terá de abrir mão não apenas de alguns confortos, mas até mesmo interromper metas importantes. É uma realidade dura que muitos brasileiros estão enfrentando atualmente”, comenta Marcela, conforme informações da assessoria de imprensa.
Outro recorte chama atenção: ficar desempregado forçou 63% dos brasileiros a trocarem marca na hora das compras. Os desempregados, nesse sentido, passaram a procurar marcas mais baratas de produtos como alimentos e roupas. “Infelizmente, a mudança de hábitos só surge para alguns na hora do aperto. É preciso exercer o controle da vida financeira de forma natural, independentemente do tamanho da renda”, comenta economista.
Como alternativa ao desemprego, um terço dos brasileiros que não estão trabalhando formalmente passou a fazer bicos ou serviços temporários. Serviços gerais, pedreiro e eletricista são algumas das ocupações mais comuns. Além disso, 41% dos desempregados estão com contas em atraso e a dívida média gira em torno de R$ 2 mil.