Confira modelos de intercâmbio para conhecer o exterior

Para além do 'high school' e das graduações, o trabalho voluntário e as especializações podem ser opções viáveis para quem quer conhecer o exterior

por Marcele Lima sex, 01/02/2019 - 16:14
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Estudar, trabalhar, ser fluente em outro idioma ou se tornar uma pessoa mais livre e independente. Estes são alguns dos objetivos de quem procura um programa de intercâmbio. Entre os serviços de voluntariado, profissional e de estudo está presente a promessa de cumprir a necessidade do intercambista ganhar o mundo em busca de realização.

Em 2012, Luiza Tiné era estudante de jornalismo e resolveu se inscrever em um programa de Au Pair para trabalhar como babá nos Estados Unidos. “Queria ser fluente em inglês e buscar crescimento pessoal, amadurecimento”, conta. A experiência morando na casa de uma família americana foi tão positiva que depois de ter concluído o programa, que dura no mínimo 12 meses, e voltado para o Brasil, em 2017 resolveu participar novamente, desta vez para fazer uma especialização profissional em marketing digital.

“A experiência é muito válida porque você se conhece de uma forma que você jamais imagina, testa seus limites, amadurece, de fato. Eu definitivamente não sou a mesma pessoa. Eu vi que eu sou muito corajosa. Meu inglês melhorou 300%, escrevo inglês com a mesma facilidade que escrevo em português”, avalia a jornalista.

O modelo de Au Pair é uma das modalidades mais acessíveis de intercâmbio. Os selecionados para participar pagam uma taxa de aproximadamente R$ 4 mil, que inclui passagem aérea de ida e volta, refeição e hospedagem para o treinamento de uma semana, além do seguro saúde. Para trabalhar como Au Pair nos Estados Unidos é necessário a contratação de uma agência que tenha autorização para fazer as intermediações entre famílias norte-americanas e candidatos.

A decisão de que tipo de agência procurar ou em qual programa ingressar vai depender do objetivo principal de cada pessoa. “Acho que o pontapé inicial do intercâmbio é você fazer um auto-exame e ver o que você quer mudar, melhorar, na sua vida pessoal e profissional, traçar seus objetivos, suas metas e a partir daí, ver se o intercâmbio é o diferencial que você precisa”, analisa Tiné.

Universidades mundo afora também oferecem oportunidades de intercâmbio. Cada uma possui processos seletivos próprios e diferentes benefícios aos alunos. Aqui no Brasil muitas instituições têm programas de mobilidade estudantil. A Universidade Maurício de Nassau, por exemplo, tem parceria com o banco Santander e oferece aos alunos a chance de cursarem disciplinas no exterior.

A seleção utiliza a média global presente no histórico escolar dos candidatos, que podem se inscrever pelo aplicativo do banco e depois mandar um email para a banca responsável, enviando junto com o comprovante de inscrição, dados pessoais, declaração de vínculo com a faculdade e histórico escolar.

Na instituição existem algumas modalidades de programa, em um deles os alunos têm a oportunidade de passar 6 meses estudando em universidades conveniadas de Portugal, Espanha, Argentina ou Alemanha, para este último a proficiência na língua é obrigatório. Os selecionados recebem uma bolsa de € 3 mil (cerca de R$ 12 mil) para custear as despesas da viagem, como passagens e alimentação.

“É o tipo de intercâmbio que mais traz benefícios aos alunos tanto no aprendizado, como fazem eles amadurecerem, pois eles tem que se virar sozinhos, realizar provas no idioma diferente, administrar o dinheiro”, diz Thaisa Guimel, assistente de Relações Internacionais da Uninassau. As datas de início das inscrições para 2019 ainda vão ser divulgadas pela instituição. Todos os programas disponíveis podem ser conhecidos no site da faculdade

Além de graduação, as instituições estrangeiras também abrem suas portas para universitários nas áreas de pós-graduação, mestrado e doutorado. Foi em um desses que a doutoranda Danielly de Paula se inseriu. Ela conseguiu aprovação para estudar na Irlanda através do Programa Ciência sem Fronteiras, criado em 2011 pela presidenta Dilma Rousseff.

Inicialmente a jovem enfrentou desafios. Antes mesmo da viagem ela precisou fazer terapia para lidar com as consequências da sua escolha. “Você passa a enxergar as coisas com outros olhos. Eu tive muita sorte de ter encontrado pessoas maravilhosas no caminho que me ajudaram na adaptação. Só a língua mesmo que foi um pouco desafiador, mas eu recomendo demais. Sair, explorar e conhecer coisas novas”, diz a estudante.

Hoje prestes a concluir o doutorado, Danielly deixa uma dica valiosa para os estudantes que têm interesse de sair do país: “Vá atrás de bolsas disponíveis em universidades estrangeiras. Tem muito programa da União Europeia para pessoas de fora, nos Estados Unidos e Austrália também têm muita bolsa”, encerra a jovem cientista, que conseguiu recentemente ser admitida em uma empresa européia e vai trabalhar como pesquisadora.

O Serviço Alemão de Intercâmbio, DAAD, é uma dessas portas para a Europa. Ele existe desde 1925 e já financiou os estudos de mais de 1,9 milhões de pessoas de diversos países, incluindo o Brasil. O programa mantém parcerias com a Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Capes, e com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que atuam no fomento à pesquisa. Para conhecer o DAAD, acesse o site

 

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