Saiba como não cair na armadilha dos 'falsos cognatos'
Candidatos do Enem devem ficar atentos às palavras de língua estrangeira que podem confundi-los
Os falsos cognatos, também chamados de “falsos amigos”, são palavras da língua estrangeira que de tão semelhantes a alguns termos em português podem confundir muitas pessoas. Elas estão na categoria de heterossemânticas, que diz respeito à afinidade na forma gráfica.
Especialmente nas línguas inglesa e espanhola - que são os idiomas que compõem as questões de língua estrangeira do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - é preciso ter cuidado para não cair nas armadilhas dos falsos amigos. A pesquisa Microdados realizada pelo Enem em 2017 (com atualização feita em 2019) indica que 60% dos participantes optam pelo espanhol. Entretanto, o melhor desempenho parte dos candidatos que escolhem o inglês. Esses representam 45% da maioria dos acertos, enquanto que no espanhol são 34%.
A professora de espanhol Isabela Tavares explica a relação das palavras espanhola e portuguesa: “Apesar de serem línguas com a mesma origem, português e espanhol apresentam entre si muitas diferenças, uma delas é a chamada categoria dos heterossemânticos, um nome complicado, porém sem mistérios. Quer exemplos? Em português a palavra borracha representa o objeto que utilizamos para apagar escritas a lápis, já em espanhol borracha significa bêbada e borracho, bêbado. Outro exemplo é a palavra vaso, que em espanhol é o mesmo que copo,” esclarece.
Para os estudantes que vão fazer o Enem este ano que preferem o espanhol para responder a prova, a professora dá dicas importantes. “Muita leitura e escuta de músicas em língua espanhola com o auxílio de um dicionário são grandes aliadas. E na hora da prova do Enem, analisar o contexto ao redor do texto ou de uma frase é fundamental para não ser pego de surpresa pelos falsos amigos,” acrescenta.
No inglês não é diferente. É necessária a mesma atenção para conseguir identificar os cognatos. Segundo o professor Fred Fonseca, é preciso entrar em contato com leituras sobre o assunto, além de realizar exercícios para entender o contexto em que a palavra está sendo utilizada. O professor dá exemplos:
“Quando se fala em cognato, entende-se o termo como palavras pertencentes à mesma família etimológica, ou seja, possuem a mesma origem, com grafias iguais ou semelhantes, e o mesmo significado, podendo possuir pequenas diferenças. Por exemplo, Mayor, que não significa maior, mas sim prefeito; Ingenious que não significa ingênuo, mas sim engenhoso e anthem que não significa antena, mas sim hino. No contexto Enem, ter a habilidade de identificar quando se trata ou não de um False Friend ajuda muito na resolução das questões, visto que são mais recorrentes as que tratam de compreensão textual,” explica.
A tabela a seguir apresenta alguns exemplos dessa relação entre cognatos:
Outros exemplos de falsos cognatos podem ser conferidos nas imagens: