Sem dinheiro, UFPE suspende uso de ar-condicionado

Universidade sofre com o contingenciamento financeiro imposto pelo governo federal

por Nathan Santos ter, 06/08/2019 - 12:14
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Campus Recife é um dos afetados pela medida Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou, nesta terça-feira (6), procedimentos para diminuir os impactos das restrições orçamentárias impostas pelo governo federal. A principal delas é a suspensão do uso de ar-condicionado nas dependências da instituição nos campi Recife, Vitória de Santo Antão e Caruaru. “Não são atingidos por esta medida locais onde o uso dos aparelhos seja imprescindível, como laboratórios de pesquisa, espaços onde funcionam equipamentos que demandam refrigeração ou salas sem janelas, onde não há circulação de ar”, acrescentou a instituição de ensino.

De acordo com a Reitoria da UFPE, a comunidade acadêmica precisa fazer uso racional da iluminação das dependências da instituição de ensino, devendo evitar, se possível, deixar luzes acessas durante o dia, além de sempre apagar as lâmpadas ao sair dos ambientes. Por meio de ofícios, as unidades acadêmicas serão informadas a respeito das ações de economia.

“As atuais medidas somam-se às anunciadas no dia 2 de julho, quando foram suspensos, temporariamente, o lançamento de novos editais das pró-reitorias (exceto oriundos do Plano Nacional de Assistência Estudantil – Pnaes), o repasse de parcelas do Modaloc (Modelo de Alocação de Recursos) para os centros acadêmicos e departamentos, a contratação de novas bancas para concursos docentes e o início de reformas de infraestrutura”, informou a instituição de ensino.

Segundo a Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Proplan) da Universidade, o Ministério da Educação (MEC) destinou apenas R$ 8,6 milhões à administração da UFPE, “quando o repasse deveria ter sido de R$ 14,3 milhões”. “Essa situação também ocorreu no mês de julho”, relembrou a Universidade.

“A UFPE permanece com 30% do orçamento bloqueado, o que corresponde a R$ 49,4 milhões destinados à manutenção (serviços de limpeza, segurança, energia e água, entre outros) e R$ 5,6 milhões para investimento (obras e aquisição de equipamentos). Sem o desbloqueio dos recursos, o funcionamento da Universidade estará comprometido a partir do mês de setembro”, comunicou a instituição.

A entidade salienta que o Hospital das Clínicas, localizado no Recife, não será afetado pelas medidas econômicas. O Hospital é administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), órgão vinculado ao MEC.   

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