Universidade Federal do Ceará rejeita o programa Future-se

Decisão foi tomada pela maioria dos votos obtidos em reunião do Conselho Universitário

por Francine Nascimento qui, 15/08/2019 - 11:52
 Rafael Cavalcante/UFC Rafael Cavalcante/UFC

A Universidade Federal do Ceará (UFC) anunciou, no final da tarde desta quarta-feira (14), que não vai aderir ao programa Future-se, oferecido pelo Governo Federal por meio do Ministério da Educação. A decisão foi tomada pelo Conselho Universitário (Consuni), que teve a maioria dos votos contra o projeto. 

A decisão se deu pela votação de duas propostas, nas quais a primeira propunha o acompanhamento da posição tomada em assembleia realizada, no último dia 8 de agosto, por servidores, docentes, técnicos administrativos e estudantes. Esta proposta foi a escolhida com 21 votos, contra 8 votos da segunda proposta, que sugeria o adiamento da discussão para o dia 6 de setembro.

Em declaração dos reitores das instituições federais de ensino superior do Estado do Ceará, foram apresentados os motivos da não adesão do Future-se. Um deles, segundo a UFC, é a superficialidade do programa, que não detalha as propostas, oferecendo assim um futuro incerto às instituições federais.

"Parca no detalhamento, a proposta delineia um futuro incerto e perigoso, enquanto esquece um presente de dolorosa crise orçamentária. Hoje, as IFES se encontram em situação de pré-colapso orçamentário, causado pelo bloqueio de aproximadamente 30% de seus orçamentos de custeio e capital. Assim, estão comprometidas importantes obrigações básicas, como despesas de água, luz, limpeza e outros serviços terceirizados, bem como a segurança patrimonial e pessoal", pontuou.

Outra razão questinada na declaração é o fundo orçamentário, que será captado pelas universidades, além de instituições parceiras, incluindo, organizações privadas. "O que se escancara, aos nossos olhos, é que se encontra em marcha uma estratégia para reduzir a presença do Estado na garantia do direito à educação e, ao mesmo tempo, abrir à financeirização do ensino público, transformando a educação em mercadoria que tem o lucro – e não o compartilhamento, a geração e difusão do conhecimento – como objetivo final" completou.

Leia aqui o documento emitido pelos reitores das universidades federais do Ceará.

 

COMENTÁRIOS dos leitores