Ato pela educação reúne estudantes e professores no Recife

Integrantes de movimentos sociais e sindicais também participaram da ação

por Marcele Lima qui, 03/10/2019 - 19:35
Marcele Lima/LeiaJáImagens Cerca de 70 pessoas participaram do ato Marcele Lima/LeiaJáImagens

Na tarde desta quinta-feira (3), movimentos sociais, estudantis e sindicais participaram de um ato público na Rua da Aurora, Centro do Recife. O evento foi mobilizado em virtude da Paralisação Nacional em Defesa da Educação, que teve início nessa quarta-feira (2) e levou aproximadamente 70 pessoas para o local.

Para a professora Luciane de Souza, que estava representando o Sindicato dos Professores do Município de Olinda, a categoria teve dificuldade em se organizar para o dia de hoje por "falta de motivação", mas ela precisava denunciar a estrutura das escolas e a situação dos docentes de Olinda. “Os professores trabalham de maneira extremamente precária e o investimento é apenas em projetos e não na valorização do profissional. Não dão condições de um trabalho digno para os trabalhadores”, afirmou Luciene.

Entre os participantes também estavam professores da Universidade Federal de Pernambuco e representantes da Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe). Defesa da educação, da soberania nacional, do povo e seus direitos são algumas das pautas do ato, de acordo com o diretor da Associação Audízio Costa. Ele ainda fez questão de ressaltar que a educação brasileira está piorando por conta dos cortes de verbas por parte do Ministério da Educação (MEC), fator significativo para uma queda na qualidade do ensino e consequentemente o aumento do desemprego no Brasil.

“Como é que eu tenho um ensino bom se não tenho aulas práticas? Fica só na teoria. As universidades brasileiras são as que melhor formam técnicos em nível de excelência no país. Se estão destruindo essas universidades, estão acabando com esta capacidade que o Brasil tem de formar técnico de excelente qualidade. E aí como vai ter uma indústria nacional se não tem técnicos? Se não tem, não tem emprego”, criticou o professor Audízio Costa.

Estudantes com bandeiras de movimentos políticos e sociais marcaram presença. Muitos vestidos de vermelho, em alusão à partidos políticos e causas que militam. A União Nacional dos Estudantes (UNE) e os diretórios acadêmicos das instituições reuniram boa parte dos jovens que também se posicionaram em relação aos contingenciamentos de recursos, que geram suspensão de serviços fundamentais para a manutenção das aulas.

A vice presidenta da UNE em Pernambuco, presidenta do Diretório de Pedagogia da UFPE, Débora Caroline, afirmou: “Nós estamos funcionando com universidades que não têm espaços de cultura, para saúde mental, os nossos ar-condicionados estão desligados, os espaços de convivência estão desativados, não temos água. Frente a estes retrocessos a gente não consegue está dentro da sala de aula de cabeça tranquila. Nós não somos os inimigos. As universidades são o meio de produzir do povo para o povo”, desabafou a estudante.

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