Aumenta o número de ex-detentos no mercado de trabalho

Em Pernambuco, crescimento foi de 36%, informou a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos

por Nathan Santos seg, 06/01/2020 - 12:13
Ray Evllyn/SJDH . Ray Evllyn/SJDH

O número de ex-detentos que ingressaram no mercado de trabalhou registrou aumento de 36%. De acordo com dados da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) de Pernambuco, de janeiro a dezembro de 2019, o quantitativo passou de 852 para 1.161.

A SJDH enfatiza que a inserção no mercado, além de promover ressocialização, pode diminuir a reincidência criminal. Os reeducandos cumprem pena no regime aberto e livramento condicional.

Aos 48 anos de idade, José Fábio, um semestre após deixar o presídio, voltou ao mercado de trabalho. Hoje, ele integra a equipe da concessionária do Grande Recife Consórcio de Transporte, a Cornorte, atuando no setor de logística. “A essa altura da minha vida, é difícil conseguir trabalho, ainda mais por ser reeducando. Essa nova chance representa minha reconstrução pessoal e familiar”, comenta José.

“Os contratos de trabalho estipulam carga horária de seis a oito horas e oferecem remuneração de um salário mínimo (R$ 1.039). Entre as atividades, estão: limpeza e manutenção de vias urbanas, ajudante de produção, jardinagem, agente administrativo e serviços gerais. Além da responsabilidade social, a iniciativa pode ser um bom negócio. Em média, as empresas privadas e os órgãos governamentais conveniados pouparam quase R$ 10 milhões em 2019. Economia gerada porque os contratos são regidos pela Lei de Execuções Penais, desobrigando os empregadores de encargos trabalhistas como 13° salário, férias e Fgts”, detalha a Secretaria.

Ainda conforme a SJDH, 35 empresas públicas e privadas recebem ex-detentos em seus quadros de funcionários. Cabe ao Patronato Penitenciário, entidade vinculada à Secretaria, acompanhar os trabalhadores oriundos do sistema carcerário; além de trabalharem, os beneficiados podem participar de cursos de capacitação, bem como recebem assistência psicossocial e jurídica.

“A maioria dessas pessoas atua para melhorar serviços públicos, cuidando da cidade. Assim, não voltam a cometer novos crimes, quebrando um ciclo de violência”, enfatiza o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, conforme informações da assessoria de imprensa da pasta.

Com informações da assessoria de imprensa

COMENTÁRIOS dos leitores