Weintraub: "Enem não é feito para corrigir injustiça"

Declaração do ministro foi dada em entrevista à CNN

sab, 16/05/2020 - 16:21

Na última sexta feira (15), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, deu entrevista à CNN para falar sobre o adiamento do Enem. Entre as declarações, o ministro falou que a prova não é feita “para corrigir injustiça social”.

O ministro disse, durante a entrevista, que o “o Enem não é feito para corrigir injustiça social”. “O Enem não é feito para corrigir injustiça social, é para selecionar as melhores pessoas, mais capacitadas para serem os futuros médicos, os futuros engenheiros, os futuros enfermeiros. E se nós ficarmos seis meses ou um ano sem fazer o Enem, a consequência será menos 45 mil médicos no Brasil, menos 60 mil engenheiros, menos 50 mil enfermeiros, essa é a consequência”, disse.

Weintraub afirmou que a maioria das pessoas que solicitaram isenção da taxa do Enem alegam possuir acesso à internet pelo celular. ”Você vê muito parlamentar de esquerda, muito líder estudantil de 35 anos, dizendo que 40% das pessoas no Brasil não tem acesso à internet. O número de acesso à internet das pessoas que conseguiram isenção para não pagar a taxa do Enem, e é autodeclaratório, são: 75% tem internet em casa e 98,6% tem internet no celular, então a realidade não é tão como o pessoal fala”.

Na entrevista, o ministro falou também sobre as inscrições para o Enem e a programação para a realização da prova, que considera o caso da contaminação pela Covid-19: “Estamos ainda recebendo as inscrições, elas seguem até o dia 22. Nós temos a programação para fazer as provas e estamos levando em consideração já a questão da contaminação pela Covid-19, sendo que essa contaminação pela Covid-19 vai ser um pouco mais cara à elaboração da prova porque a gente vai precisar espaçar mais as carteiras para atender às determinações de segurança da saúde, caso daqui até novembro não tenha vacina, não tenha passado a pandemia, a situação continue grave. Os cuidados com a doença vão estar presentes nas salas de aulas, no local que vai ser aplicada a prova, vai ter um maior espaçamento, então vai precisar de mais fiscais de sala para atender o mesmo número de pessoas. Isso vai ter um impacto de mais ou menos 80 milhões de reais. Então diante desse quadro todo, eu não vejo risco de saúde para realização do Enem”.

Abraham assegurou que existe a possibilidade de avaliar novamente a data para realização do Enem caso a situação da pandemia coronavírus não esteja mais tranquila. “Tenho apresentado para senadores e deputados que eu não estou intransigente, está cedo para a gente adiar, vamos esperar mais um, dois meses, em agosto, se tiver piorado a pandemia, se não tiver passado, se tiver tido um dano muito grande, a gente avalia e aí posterga com calma. Em agosto a gente pode retomar o assunto e a gente vê. Nesse momento eu considero precipitado, equivocado e, de certa forma, até desumano adiar o Enem”, disse.

O ministro declarou ainda que “hoje, nesse momento, você tem um monte de jovens em casa estudando pro Enem com a perspectiva de fazer o Enem em novembro. A hora que você tirar, vai gerar um desalento muito grande”.

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