Época de provas: um pesadelo para os estudantes

Confira as dicas de um professor e de uma psicóloga para passar essa fase com tranquilidade

por Alfredo Carvalho ter, 02/06/2020 - 19:04

O final de um semestre é um desafio na vida do universitário. O período de provas é o momento em que os professores testam o rendimento de seus alunos e analisam se eles estão aptos a seguir em frente com o curso ou se devem refazer a disciplina. O peso dessa responsabilidade faz muitos estudantes terem medo da palavra “prova”, deixando-os ainda mais estressados.

Por causa da pandemia de coronavírus, a quarentena se impôs como necessidade e as aulas estão acontecendo remotamente, o que pode tornar o período de provas ainda mais estressante. Para o universitário Matheus de Souza, que está cursando o primeiro semestre do curso de Direito, acompanhar as aulas pela internet não é tão fácil quanto pode parecer à primeira vista. “Está complicado, às vezes tem muita gente em casa e eu não consigo me concentrar”, diz.  

Para amenizar o peso das avaliações, o professor Wagner Tufano, que leciona na Pontifícia Universidade Católica (PUC) e na Universidade São Judas Tadeu, tenta construir um ambiente amistoso com seus alunos e, sempre que possível, substitui provas por outras atividades avaliativas. “Eu procuro valorizar o processo de aprendizado e fazer com que ele renda frutos”, comenta.

Tufano destaca que muitas vezes as instituições de ensino cobram de seus alunos “recordar” e “compreender”, mas não se preocupam em avançar para etapa em que o estudante deve “criar” com base naquilo que aprendeu na disciplina. “Muitos professores confundem o compreender com decorar”, afirma. “Se a avaliação fosse tratada como uma consequência do aprendizado e não como objetivo final, não haveria esse trauma por parte dos alunos”, diz.

Para tornar a experiência com as provas menos traumática, o professor recomenda aos alunos nunca deixar os estudos para última hora. Outra dica é relacionar a teoria que é passada em sala de aula a uma possível aplicação prática. “Na medida em que se faz essa ponte entre teoria e prática, o dia da prova se torna um dia comum e com isso você evita o nervosismo e a ansiedade”, explica.

Um caminho para tornar a relação com os estudos mais saudável é não fazer exigências de dar conta de tudo. Normalmente o estudante acredita que sua nota é o que vai definir o seu futuro e esse pensamento deve ser evitado. “Ninguém é excelente em tudo, existem disciplinas nas quais teremos mais facilidade para aprender e aquelas que nos demandarão mais esforço para acompanhá-las”, orienta a psicóloga e consultora pedagógica do Laboratório Inteligência de Vida (LIV) Melissa Goichman.

Outra dica dada pela psicóloga é distribuir o conteúdo a ser estudado de acordo com o tempo disponível, criando um cronograma para simplificar as tarefas. “Esse cronograma deve ser apenas um guia geral, podendo ser flexibilizado e adaptado de acordo com as necessidades de quem o utiliza”, ensina Goichman.

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