Sintepe: PE será responsável por agravamentos da pandemia

De acordo com Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco, o Estado poderá agravar a pandemia por conta 'da abertura precoce e imprudente das escolas'

por Maya Santos qua, 21/10/2020 - 13:17
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo . Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

Em nota enviada ao LeiaJá pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe), nesta quarta-feira (21), a direção responsabiliza o Governo de Pernambuco por agravamento nos casos de contágio por Covid-19. A declaração refere-se à retomada das aulas presenciais para os estudantes dos terceiros anos da rede pública estadual de ensino em meio a pandemia da Covid-19.

“O Estado de Pernambuco será responsável por casos de contágio e agravamentos decorrentes da abertura precoce e imprudente das escolas”, diz nota enviado ao LeiaJá. Os profissionais de educação se recusam a voltar às aulas presenciais e argumentam que não foram feitas, em todas as escolas, as vistorias que identifica se as unidades de ensino estão seguindo os protocolos de segurança frente à pandemia.

Ainda de acordo com a nota, o Sindicato fala que “mais uma vez, a Secretaria de Educação cancela um cronograma e agenda de reunião, optando pela judicialização da discussão da temática ao invés de respeitar o diálogo com os/as profissionais da educação. Estamos enfrentando até atitudes inadmissíveis, tais como pressão psicológica e ameaças à categoria”.

Além disso, há uma crítica quanto a atitude do Estado, que foi considerada pelo Sintepe como “autoritário”. “A Secretaria de Educação está realmente passando dos limites, impedindo até a entrada de representantes do Sintepe nos locais de trabalho, postura de governo autoritário”, diz nota.

O Sindicato deflagrou a greve da categoria nesta quarta-feira (21), mesmo dia em que ficou definido a retomada de aulas presenciais para os alunos dos terceiros anos da rede estadual pública de ensino, mesmo com duas decisões favoráveis ao Estado, na qual determina o retorno das aulas presenciais e, uma outra decisão judicial, que gera multa diária de R$ 100 mil e prevê advertência aos dirigentes do Sintepe.

A decisão pela greve teve aprovação de 91,6% das mais de 1.500 pessoas presentes à Assembleia Geral virtual, na última segunda-feira (19). Confira, abaixo, o comunicado na íntegra:

Hoje, 21 de outubro, iniciamos uma nova etapa de luta. A nossa Greve em Defesa da Vida - #GreveEmDefesaDaVida, aprovada por 91,6% das mais de 1.500 pessoas presentes à Assembleia Geral Virtual da categoria é um marco histórico de resistência.

A decisão pela greve é resultado de muito debate entre nós e consequência da insistência e precipitação da Secretaria de Educação do Estado que atropela os encaminhamentos das negociações e de maneira unilateral impõe data para retorno às atividades presenciais nas escolas públicas estaduais. O roteiro de ações da comissão paritária deveria ser cumprindo, como por exemplo, a fiscalização completa das escolas que serão reabertas.

O Sintepe, em seus 30 anos de história, nunca se negou ao diálogo. Porém, vê, mais uma vez, a Secretaria de Educação cancelar um cronograma e agenda de reunião, optando pela judicialização da discussão da temática ao invés de respeitar o diálogo com os/as profissionais da educação. Estamos enfrentando até atitudes inadmissíveis, tais como pressão psicológica e ameaças à categoria. O Sintepe orienta que cada companheiro/a se mantenha firme na luta, cuja essência é coletiva. Assim, qualquer enfrentamento é de todos/as, através do Sindicato. É preciso denunciar as ações intimidatórias que venham a acontecer por parte de gestores/as. Faça a denúncia através do WhatsApp 81 99820.8585.

A Secretaria de Educação está realmente passando dos limites, impedindo até a entrada de representantes do Sintepe nos locais de trabalho, postura de governo autoritário. Uma prática que não condiz com um governo dito socialista. Aqui fica o nosso repúdio à essa prática e nos colocamos mais uma vez à disposição para o diálogo, na perspectiva de solucionarmos o impasse que ora vivenciamos.

O Estado de Pernambuco será responsável por casos de contágio e agravamentos decorrentes da abertura precoce e imprudente das escolas.

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