Página denuncia surto de Covid-19 em escolas de SP

Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, são 1175 casos em 615 escolas

por Lara Tôrres sex, 26/02/2021 - 18:01
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo . Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

Nesta sexta-feira (26), o estado de São Paulo regrediu diversas regiões para as fases laranja e vermelha de convívio com a Covid-19 devido ao aumento no número de casos que, segundo o secretário de saúde, está levando ao risco de colapso hospitalar. 

Nesse cenário, as escolas públicas e privadas entram no centro do debate público sobre o combate a doença com ainda mais força diante de uma greve sanitária organizada por professores e da criação de uma página chamada “Movimento Escola Sem Luto”, para denunciar casos e também mortes de estudantes, funcionários e professores, pressionando pela suspensão das aulas. 

Em cerca de um dia no ar, a página recebeu um grande número de denúncias de escolas de diversas redes, em todos os níveis de ensino, envolvendo tanto contaminação e até mortes. 

“O pânico tem se espalhado o risco de contaminação é real, porém parece que o governo quer mascarar a gravidade da situação, omitindo dados e passando uma ‘normalidade’ que não existe! A situação se agrava , pois não há orientações precisas sobre como a escola deve proceder em caso de contágios nas unidades! E essa página foi criada como canal de DENÚNCIAS, para divulgarmos os casos de COVID nas escolas públicas e privadas do Estado de SP”, diz uma mensagem fixada na página. 

Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) sobre a contaminação nas escolas do estado e publicado na quinta-feira (25) apontou 1175 casos em 615 escolas. 

“Já são, pelo menos, 17 óbitos. Nós protocolamos representação no Ministério Público e estamos exigindo das diretorias de ensino o fechamento das unidades escolares. São Paulo tem no momento o maior número de pessoas internadas em UTI desde o início da pandemia. Não podemos colocar os nossos professores, alunos e a comunidade escolar em risco. Isso é inaceitável”, disse a presidente do sindicato, a deputada estadual Professora Bebel (PT). 

À Revista Fórum, a professora Nelice Pompeu afirmou que já chegaram mais de 200 denúncias e segue recebendo mais. Ela também contou que vai se reunir com membros do Ministério Público e da secretaria municipal de Educação para apresentar as informações. 

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