Escola de Belém vai participar de olimpíadas literárias

Alunos da EMEIF Professora Ernestina Rodrigues estarão na Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa 2021 com apresentação de poemas. Em live, escritores reforçam a importância da literatura. infantil.

sex, 30/04/2021 - 19:51

Na quarta-feira (28), a Escola Municipal Professora Ernestina Rodrigues fez uma live de lançamento da participação da escola na 7ª edição da Olímpiada Brasileira de Língua Portuguesa 2021. A iniciativa é do site Escrevendo o Futuro, em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária – CENPEC, via fundação Itaú, com o patrocínio e colaboração de outras instituições e do governo federal.

A escola Ernestina Rodrigues, por meio das olimpíadas, busca reafirmar o compromisso de respeitar a cultura dos alunos e divulgar ações capazes de fazer com que eles se reconheçam como agentes em seus processos de aprendizado de leitura e de escrita. Com isso, compreende a necessidade e importância de incentivá-los com práticas pedagógicas promotoras de identidade.

Durante o evento, a pedagoga e professora responsável pela inscrição da escola nas olimpíadas, Myrle Santa Brígida, informou que a Ernestina Rodrigues tem 50 alunos inscritos de duas turmas do 5º ano, 27 do turno da manhã e 23 do turno da tarde. A partir do mês de maio até agosto, eles vão escrever poemas com o tema “O lugar onde vivemos”. “A gente desenvolve oficinas com as crianças a partir de maio até agosto, quando se encerra a produção”, disse.

Por causa da pandemia, Myrle Brigida explicou que, inicialmente, estará trabalhando com as crianças inscritas pelo Whatsapp a partir da primeira semana de maio. “A minha intenção é que as oficinas sejam realizadas pelo Google Meet, ou se ainda for possível esse ano, antes de se encerrarem as olimpíadas, presencialmente. A vida em primeiro lugar”, acrescentou.

A escola, que participa da OLP desde 2012 e que passou para a fase estadual das olimpíadas com o poema “Andar livre”, do aluno Daniel Santos, em 2019, tem o objetivo de valorizar as experiências poéticas dos educadores e das crianças, bem como as realidades, vivências, lugares de vida e de fala delas.

Alguns escritores que participaram da live, como Telma Cunha, Roseana Murray, Daniel Leite, entre outros, aproveitaram o momento para parabenizar a escola pela iniciativa, contar suas experiências e recitar poemas. Professores convidados também reforçaram a importância da escrita, da leitura e também da literatura infantojuvenil como um todo, principalmente no momento em que estamos vivendo.

Roseana Murray comentou durante sua participação que as oficinas vão ser fundamentais e que considera o processo de criação de poesias muito interessante. “Quando a poesia toca as pessoas, ela acende um desejo de fabricação de poemas. É lindo porque é imediato. O poema é um raio que lhe atingiu e você precisa se expressar, falar daquilo que você sentiu, o que provocou em você”, disse.

O escritor Daniel Leite elogiou o trabalho desenvolvido pelos professores da escola e destacou a literatura infantil como busca de uma linguagem perdida na fase adulta. “Esse encantamento diante da palavra que a criança tem, pra mim, é um exercício da linguagem em busca de uma linguagem que eu não possuo mais como homem, gente grande”, reiterou.

Paulo Nunes, escritor e professor do curso de Letras da UNAMA - Universidade da Amazônia, também participou da live e disse que considera o tema designado às poesias provocativo e extremamente significativo. Paulo acrescentou, ainda, que escreve a partir do seu lugar de pertencimento e falou de suas experiências. “Morei quatro anos fora de Belém para cursar o doutorado, e embora gostasse muito do lugar onde morava, em Belo Horizonte, embora gostasse de transitar no Rio de Janeiro, às vezes em São Paulo, percebi que meu lugar de pertencimento é aqui”, explicou.

Aline Rodrigues, representante da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec) ressaltou que o concurso não vai avaliar somente a produção dos alunos, mas também vai considerar os relatos de prática. “Os professores vão registrar, relatar e narrar as experiências e narrar como chegar aos alunos, a devolutiva desses textos e o envolvimento da escola”, explicou.

A partir do mês de maio, as crianças irão desenvolver trabalhos com essa temática até o mês de agosto, quando a Olímpiada de Língua Portuguesa avançar para a próxima etapa que é a Etapa Escolar, em que os diretores organizarão as Comissões Julgadoras Escolares e enviam os relatos de prática que representarão a escola na OLP 2021.

Por Isabella Cordeiro.

 

 

COMENTÁRIOS dos leitores