Mulheres assumem liderança nas empresas

Especialista destaca que as mulheres se diferenciam por serem mais intuitivas, empáticas, comunicativas, diplomáticas, além de mais cuidadosas nos assuntos delicados

sex, 14/05/2021 - 17:35
Arquivo Pessoal A empresária Rayra Lira é exemplo de liderança feminina nos negócios. Arquivo Pessoal

O cenário de pandemia causado pelo coronavírus (Covid-19) trouxe muitos desafios para líderes de empresas, que precisavam lidar com as medidas de distanciamento social e se reinventarem para manter a produção. Diante deste fato, uma pesquisa realizada pela International Business Report da Grant Thornton, com 4.812 empresas em 32 países, apontou que a liderança feminina soube lidar melhor com a pressão imposta pela crise sanitária.

Movida pela vontade de empreender, a empresária da JLira Green Life, Rayra Lira, 30 anos, de Jacarepaguá (RJ), cresceu na empresa de seu pai e aprendeu na prática as técnicas administrativas. Mais tarde, iniciou o curso de gestão empresarial e começou a modificar alguns aspectos internos da companhia. “Desde a abordagem ao cliente, o atendimento e a forma como somos vistos no mercado. Com isso, algumas mudanças funcionaram, e eu fiquei responsável por garantir que continuassem a dar certo”, comenta.

Diante de diversos preconceitos que se fazem presentes no mundo, Rayra destaca que ninguém está livre de ser rotulado, seja pela aparência, cargo ocupado ou por ser mulher. “Os rótulos impostos pela sociedade muitas vezes pesam na nossa trajetória. Porém, é muito importante não deixar que os outros falem quem você é. Independentemente do que as pessoas falam, pensam ou dizem sobre você, tenha a certeza do que você quer e sobre quem você é”, declara a empresária.

Crescimento e perspectivas para a mulher no papel de líder

  A perspectiva para participação da mulher em cargos de liderança, deve crescer em 50%, como indica um levantamento feito pela empresa global ZRG Brasil, que entrevistou 30 chefes de companhias de pequeno e médio porte, de segmentos variados, nos períodos de novembro e dezembro de 2020. 

A especialista em gestão de pessoas e liderança, Flávia Knop, afirma que a mulher possui capacidades elevadas em se comunicar bem, construir relacionamentos interpessoais, inspirar, motivar e transmitir confiança para realização de metas. “Tais competências são diferenciais reconhecidas ao assumir um cargo de liderança e gestão de pessoas. Transmitem maior segurança aos funcionários, ainda que em cenários de incertezas. Isso ressalta outra característica comum nas lideranças femininas, que é a preocupação com o bem-estar coletivo”, destaca. 

Além disso, Flávia lembra que as mulheres se diferenciam por serem mais intuitivas, empáticas, comunicativas, diplomáticas e cuidadosas, quando precisam lidar com assuntos delicados. “Mulheres administram muito bem as questões emocionais e são mais propensas a compreender questões latentes, como estresse e frustração”, salienta. 

De acordo com a especialista, as grandes organizações precisam incluir as mulheres, pois elas possuem habilidades naturais de gerenciar múltiplas tarefas. Esse fator trouxe diversos resultados positivos, principalmente nas empresas que adotaram o modelo de trabalho home office. “Acredita-se que a mulher vai conseguir, de fato, progredir até alcançar, pelo menos, 50% da fatia do mercado em posição de liderança, baseado no crescimento de quase 18% em relação ao ano de 2019”, calcula Flávia.  

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