Menina morre de Covid-19 e sindicato culpa volta às aulas

Em nota, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos culpa prefeitura e secretaria de educação pela volta das aulas presenciais. Gestão municipal alega que criança havia sido contaminada em casa

por Rachel Andrade qui, 10/06/2021 - 19:44
Freepik Menina morreu devido a complicações da Covid-19 Freepik

Uma menina de 3 anos, aluna da Unidade Municipal de Educação Leonor Mendes de Barros, no município de Santos (SP), morreu na madrugada da última quarta-feira (9) devido a complicações causadas pela Covid-19. O fato repercutiu de forma negativa, em especial no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (Sindserv), que denunciou a Secretaria de Educação (Seduc) da cidade pelo retorno às aulas presenciais nas escolas da cidade.

A escola publicou um texto em seu perfil no Facebook lamentando o ocorrido. “É com imenso e profundo pesar que comunicamos o falecimento da nossa aluna, a pequena e querida Alice. Nos solidarizamos com seus pais por todo o período de internação da filha e nos manteremos à disposição para todo apoio, acolhimento e atenção necessários nesse momento tão triste. Nossa comunidade escolar mantém-se em orações e emana energias positivas a toda família", diz a publicação.

Em nota, o Sindserv alerta que a categoria dos profissionais de saúde não estão em segurança. “Mais uma morte que poderia ser evitada. E não foi por falta de aviso, os trabalhadores denunciam que as aulas presenciais iriam matar trabalhadores e alunos desde o ano passado. Hoje foi mais um dia em que os servidores fizeram ato em frente ao Paço Municipal exatamente sobre isso. A luta é pelo ensino 100% remoto enquanto a população não é vacinada e contra o Decreto que impõe a volta ao trabalho presencial a todos os servidores que estão em regime de home office. Já são mais de 948 crianças, de 0 a 9 anos, mortas no Brasil pela covid-19. O país é o 2° com mais mortes de crianças”, afirmou o Sindicato.

A Seduc divulgou uma nota lamentando a morte da menina. A pasta informou que ela estava internada em um hospital particular, e comenta sobre a condição dela e de seus pais. “A aluna da rede municipal era autista e os pais da menina tiveram a doença. A estudante compareceu presencialmente à escola, pela última vez, no dia 12 de maio, pelo fato de que seus pais já estavam com a covid-19, e ela ser, à época, considerada contactante. De acordo com a notificação do caso da bebê à Secretaria Municipal de Saúde, o laudo com o resultado positivo para covid saiu no dia 23 de maio, dois dias após a criança fazer a teste”, informou a Seduc.

A nota da pasta ainda informa sobre os procedimentos tomados na escola depois da confirmação da infecção da aluna. “28 profissionais da educação fizeram os testes para detecção de covid-19, de forma preventiva, na semana passada (31/05 e 01/06). Todos os testes foram negativos. As aulas na unidade continuaram a ser oferecidas de forma híbrida, com aulas presenciais três vezes por semana (segundas , quartas e sextas), com aproximadamente 25% dos alunos matriculados, por período. Mais de 70% das famílias optaram pelo ensino remoto. Não houve necessidade de mudança na estrutura de atendimento da escola, pois os sintomas da aluna apareceram em casa, não tendo ela contato com outros alunos, nem professores”, diz a nota da Secretaria de Educação.

“A Seduc informa, ainda, que os contactantes (indivíduos que tiveram contato próximo e por um período superior a 15 minutos) dos casos (confirmados e suspeitos), em cada uma das unidades de ensino, ficam afastados por medida de precaução, sendo que, passado o período de afastamento (10 dias) e não apresentando sintomas, retornam às atividades, conforme orientação da portaria conjunta 01 (Seduc e SMS), de 22 de janeiro de 2021. Destaca que todas as escolas municipais seguem os protocolos sanitários de segurança e receberam itens de proteção individual e materiais de higienização”, finaliza a nota.

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