Professores do Recife decidem manter estado de greve

A decisão foi tomada em assembleia geral logo após a Prefeitura do Recife divulgar o plano de reabertura das escolas municipais

por Ruan Reis sex, 11/06/2021 - 09:39
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Professores não se sentem seguros para volta às aulas Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

O Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) anunciou, nessa quinta-feira (10), que a categoria votou e decidiu, em assembleia geral, manter as atividades exclusivamente remotas. Os profissionais da Educação seguirão em estado de greve até que haja a imunização de 60 a 80% da população.

A decisão foi tomada no mesmo dia em que a Prefeitura do Recife divulgou o plano de reabertura das escolas municipais a partir do dia 22 de julho, começando pelos alunos dos anos finais até os anos iniciais no dia 3 de agosto, quando também está previsto para retomar a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e as creches.

De acordo com o Simpere, mesmo havendo um protocolo sanitário de segurança contra a Covid-19 para volta às aulas, uma pesquisa realizada com profissionais da categoria mostrou que 98% dos 536 professores que responderam ao questionário se sentem inseguros com a possibilidade do retorno sem vacina, e 94,3% acreditam que os protocolos sanitários não serão suficientes para garantir o distanciamento, mesmo em sistema de rodízio. A pesquisa ainda constatou que apenas 19% das escolas têm janelas em todas as salas de aula, e apenas 17% relatam que as pias e vasos sanitários estavam funcionando em plena capacidade antes da pandemia.

A  coordenadora geral do Simpere, Claudia Ribeiro, afirmou, por meio de nota, que as escolas do município não conseguem garantir uma segurança sanitária adequada aos alunos. “Diante do alto índice de contaminação e morte pela Covid-19 no Estado, somada a 97% de ocupação dos leitos das UTIs, qualquer anúncio de retorno das atividades presenciais é uma temeridade. As escolas do Recife não conseguem garantir minimamente o distanciamento social no seu espaço interno. O histórico problema na estrutura física das escolas não foi resolvido”, pontuou.

Segundo o sindicato, nem todos os profissionais da Educação foram vacinados ainda. O município está apenas com 15% da população imunizada com as duas doses, ou seja, 234 mil de 1,555 milhões de habitantes.

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