Portugal: país pode ser o seu destino de intercâmbio

Veja dicas para realizar o melhor planejamento para a sua viagem

por Juliana Mamede dom, 13/06/2021 - 09:00
Bairro de Alfama, na cidade de Lisboa, em Portugal Pixabay Bairro de Alfama, na cidade de Lisboa, em Portugal

Para fechar a série de reportagens “Pós-pandemia: planejando a viagem dos sonhos”, que já mostrou Alemanha, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra e México como opções de viagem, o LeiaJá traz, neste domingo (13), informações sobre Portugal. Com quase 10,3 milhões de habitantes registrados em 2019 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a nação é um destino desejado por brasileiros e pode ser uma ótima escolha, seja para trabalhar ou estudar.

Monitora de ATL (atividade em tempo livre) em uma escola primária – do 1º ao 4º ano -, a brasileira Raquel Ferreira conta o que fez com que ela se interessasse em morar em Portugal. “Tive interesse em morar em Portugal depois que eu vi que é um país muito seguro, que oferece mais oportunidades. E tem uma ligação muito forte com o Brasil, o que me faz se sentir em casa também, pois tem muitos brasileiros em Portugal e acaba que a cultura se torna um pouco mais próxima da nossa. Acredito que na Europa é o país onde o brasileiro se encontra mais, por conta do idioma e pessoas”, explica.

Residindo há um ano e nove meses em Portugal, Raquel descreve quais são os pontos positivos em morar no país lusófono. “Gosto daqui porque é um país muito tranquilo, e está inserido na União Europeia, então para mim que gosto de viajar se torna muito viável. Moro em Lisboa, e é incrível porque aqui tem pessoas de todo o mundo, é mesmo um intercâmbio cultural. Conheço pessoas, idiomas, comidas, cultura de todo o mundo em um lugar, e ainda posso falar português. A questão do visto também acho que é um ponto positivo, o processo é um pouco demorado, mas em comparação com outros países, é muito mais simples. Além dos tratados que tem com o Brasil, que facilitam outras questões como acesso à saúde pública" explana.

Raquel reside em Portugal há quase dois anos. Foto: Cortesia

“A comida também é muito boa. E o país é belíssimo, tem praia, campo, neve. Acho bem completo para conhecer todo o tipo de cenário num mesmo país. Além da nossa herança histórica, que não pode ser ignorada, morando aqui vejo e entendo melhor muitas coisas do Brasil e isso para mim é muito enriquecedor”, acrescenta.

A monitora de ATL diz, ainda, quais são os pontos fortes da cultura portuguesa na opinião dela. “Eles são muito sinceros e diretos, que é diferente do que estou acostumada no Brasil. Também gostam muito de comer e beber muito bem. Acho que são essas as principais características da cultura portuguesa”, conta.

Para entrar no país europeu é necessário cumprir alguns requisitos. De acordo com a Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), associação que reúne as principais entidades brasileiras que trabalham com o segmento de intercâmbio, é preciso possuir visto de estudante de longa duração, comprovação de um teste de PCR negativo para a Covid-19, feito 72 horas antes da partida, e cumprir quarentena obrigatória de 14 dias, além de ser obrigatório o preenchimento de um formulário. Ainda de acordo com a Belta, o Consulado de Portugal em São Paulo está fazendo as solicitações com agendamento realizado previamente.

O fundador da agência IE Intercâmbio e Viagem, Patrick Guimarães, detalha qual a melhor maneira de planejar a viagem, além explicar com quanto tempo de antecedência essa etapa deve ser pensada. “A melhor forma de planejar é sempre consultando uma empresa especializada que irá prestar a consultoria e assessoria para que a pessoa possa escolher qual a melhor opção para seu perfil. O ideal é se planejar com pelo menos seis meses de antecedência, uma vez que o processo de seleção para as universidades, mestrado e doutorado pode levar de três a quatro meses e o visto leva de 30 a 90 dias para ser concedido, portanto, o mínimo de seis meses de antecedência é a indicação”, orienta.

De acordo com Patrick, o interesse de brasileiros para estudar no país europeu vem aumentando. “Para Portugal, pelo fato da língua ser a mesma, não existe a opção de cursos de idiomas, mas é crescente a procura de brasileiros para opções de curso superior (universidade), mestrado, doutorado e cursos politécnicos. Uma grande vantagem é que desde 2014, muitas instituições de ensino portuguesas passaram a adotar as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério de seleção para as vagas reservadas do Estatuto de Estudante Internacional (20% das vagas). Atualmente, todas as universidades e politécnicos de Portugal aceitam a nota do Enem para cursar uma graduação em Portugal já aceitam também as notas do vestibular, para o caso do estudante brasileiro que ingressou em uma universidade brasileira, mas quer transferir o curso para Portugal. Outra procura grande para Portugal vem dos vistos para brasileiros que permitem a imigração com a família e um destes vistos tem ganhados destaque ultimamente, o visto D7”, diz.

Em relação à duração e quanto custa cada um dos cursos em Portugal, Guimarães explica que a duração varia, a depender do curso escolhido, e que a média do valor da graduação custa cerca de € 3,5 mil por ano. “Em Portugal, o valor anual do curso é chamado de ‘propina’. Apesar do nome ser um tanto estranho para brasileiros, propina significa valor anual do curso. As propinas têm valores bem atrativos comparando-se com outros países do mundo. As propinas anuais para estrangeiros podem sofrer alterações entre as diversas instituições de ensino, mas é possível afirmar que a média do valor da graduação está nos € 3500 euros anuais, pagos em 10 propinas de € 350 euros. Quando estes valores são comparados com grande parte dos preços praticados por instituições internacionais em outros países, o resultado é um só: estudar em Portugal é bastante atrativo”, conta ele.

Cidade de Porto, em Portugal. Foto: Pixabay 

Sobre as restrições impostas por Portugal por causa da Covid-19, Patrick Guimarães conta que embora o país tenha endurecido na questão de entrada em seu território no momento mais crítico da pandemia, aos poucos vem aliviando as medidas. “Portugal fechou as fronteiras para grande parte do mundo no período mais sério da crise sanitária, mas aos poucos tem liberado algumas restrições e imagina-se que em setembro de 2021 esteja totalmente aberto para o mundo novamente”, projeta.

O CEO da agência especialista em consultoria em educação superior no exterior, YES Intercâmbio, Diogo Rodrigues, comenta como deve ser a preparação financeira de quem deseja estudar em Portugal e elenca, também, as despesas essenciais a serem pagas pelo interessado. “Quem deseja estudar no exterior deve saber que a preparação financeira e acadêmica são de extrema importância para um programa bem sucedido. Planejamento é o mais importante em qualquer processo de admissão internacional. Existem quatro pilares principais, em termos financeiros, para o aluno se preparar para estudar no exterior: custos da instituição, custos de processamento de visto e taxas consulares, passagem aérea e seguro de vida e custo de vida", alerta o CEO.

 “Quanto mais cedo o aluno se planejar, melhor. A preparação universitária feita com o auxílio de uma consultoria, como a da YES Intercâmbio, garante prazos de admissão, ajuda na escolha do curso, avaliações e orientações específicas quanto ao currículo acadêmico do aluno e auxílio com todos os trâmites que envolvem o intercâmbio: documentação, pagamentos, acomodação, entre outros”, explica o CEO.

Rodrigues destaca os tipos de cursos que podem ser feitos por estudantes do Brasil em Portugal: “Portugal oferece uma gama interessante de possibilidades para os alunos brasileiros. Os alunos podem cursar licenciatura (de três a cinco anos) ou mestrado (de dois anos), em instituições politécnicas ou universidades”.

Os custos em instituições públicas e privadas do país europeu também são citados por Diogo. “Os custos das instituições públicas em Portugal, no geral, variam de € 800 a € 12.500 por ano, dependendo do curso e da instituição. Já as instituições privadas custam a partir de € 4.000 por ano”, detalha.

LeiaJá também

--> Destino de viagem: conheça a Inglaterra

COMENTÁRIOS dos leitores