Blogueira ou influencer? Entenda as diferenças e evoluções

Com a evolução da forma de consumo na internet, as blogueiras deram espaço para as digitais influencers

por Elysa Assis sab, 17/09/2022 - 08:00
Freepik Digital influencer Freepik

O início dos anos 2000 foi marcado por diversas mudanças sociais, econômicas e culturais no Brasil. Com o avanço da tecnologia em produção de vídeos e imagens, surgiram os blogs, que são canais de comunicação onde o blogueiro (escritor do blog) publicava sobre diversos assuntos para os leitores. Com o avanço e a modernização do modo de consumo da internet, a forma de alcançar pessoas mudou e surgiram os chamados digitais influencers, que são profissionais capazes de influenciar outras e ditar tendências de mercado.  

Mas você já se perguntou como aconteceu essa “evolução” das blogueiras e qual a diferença entre uma blogueira e uma digital influencer? Nesta matéria, o LeiaJá irá te responder essas dúvidas e como foi a evolução da influencer Carol Duque. 

Os blogs inicialmente foram criados com o intuito de serem “diários abertos”, onde era comum pessoas compartilharem histórias de vida e sua rotina para outros internautas. Com o tempo, os segmentos foram expandindo e nasceram os “blogs de gênero”, voltados para diversos segmentos como moda, tecnologia, cultura, política, esportes e viagens. 

“O blog, ele começa com aquela importância de ser o primeiro formador de produção de conteúdo independente, gerado pelo usuário da internet, sem que esse usuário tivesse que estar inserido dentro de alguma empresa de comunicação”, explica a professora Lucíola Correia, mestre em comunicação pela UFPE.  

De acordo com o estudo “Blogs do Brasil: Panorama 2017”, conduzido pela BigData Corp, atualmente existem mais de cinco milhões de blogs ativos no Brasil. Dentre os temas, o que se destaca são os blogs voltados para o segmento de moda. No início dos anos 2000, isso não era diferente, blogs como Depois das Quinze, de Bruna Vieira, Garotas Estupidas, de Camila Coutinho, e o Boca Rosa, de Bianca Andrade, faziam grande sucesso entre os jovens.

Blogs Boca Rosa, da Bianca Andrade, Garotas Estupidas, da Camila Coutinho e Depois dos Quinze, da Bruna Vieira (Reprodução / Internet)

O termo digital influencer pode ser novo para muitos, mas esses profissionais estão presentes há muitos anos na internet. Nos dias atuais essas pessoas conseguiram uma notoriedade muito maior que há dez anos, por exemplo. “Hoje em dia o usuário gera conteúdo, mas não apenas pelo blog, mas em múltiplas plataformas (Redes sociais e Youtube)”, destaca Lucíola. 

O “influencer”, é aquela pessoa que é capaz de influenciar o próximo através do conteúdo que produz. Atualmente, milhões de pessoas se consideram digitais influencers, mas são necessárias algumas características para que esse “título” realmente seja verdadeiro. De acordo com Lucíola, o influenciador digital é a evolução do blogueiro.

A evolução de uma blogueira para digital influencer 

Nem todas as blogueiras se transformaram em influenciadoras, como nem todas as influenciadoras foram ou são blogueiras. Dentre as milhares de profissionais que passaram pela transição, está a influenciadora pernambucana Carol Duque, criadora do blog Idas & Vindas, onde escreve sobre gastronomia, viagens e beleza.  

“Sou formada em odontologia e apaixonada pelos sorrisos do mundo. Sempre gostei de viajar, descobrir lugares novos, seja ele na minha cidade ou fora. Pelo menos uma vez por ano tirava férias e embarcava num destino novo. Em 2012, fiz uma viagem de 18 dias pelos Estados Unidos. Por ser uma viagem longa e com múltiplos destinos, eu cheguei a pesquisar bastante em blogs, uns bem atualizados e outros com posts bem antigos. Senti uma grande dificuldade em pesquisar e montar o roteiro sozinha, daí percebi que poderia ajudar outras pessoas se começasse a compartilhar minhas experiências”, explica Carol.

Carol Duque, criadora do blog Idas & Vindas (Reprodução / Blog Idas & Vindas)

Atualmente, com cerca de 40 mil seguidores em suas redes sociais, Carol se tornou destaque no segmento de turismo. A pernambucana percebeu essa transição para influenciadora após ser convidada para entrevistas e conseguir contatos. “Passei a ser contactada por empresas locais, órgãos governamentais e até por outros influenciadores para participar de podcasts, matérias em revistas, eventos na área e presstrips. Vi que tinha me tornado uma referência no universo do Turismo na minha cidade e no meu País”, destaca a influenciadora.

Com essa transição, a pernambucana explica que vem se dedicando cada vez mais às redes sociais como Instagram e Facebook, além do seu canal do YouTube. “Confesso que as redes sociais vêm consumindo bastante do meu tempo. Não tenho escrito com a frequência de antes (blog), mas continua sendo acessado e sempre recebo comentários de interação nos meus posts”, explica.

De acordo com dados da Nielsen, existem cerca de 10,5 milhões de influenciadores no Brasil, que usam o Instagram, Youtube e Tiktok. Saber se destacar neste ramo pode ser desafiador e muitas vezes cansativo, afinal é necessário inovar e saber produzir conteúdo que chamem atenção dos internautas.   

Segundo Carol, a profissão como influenciadora vem sendo uma ótima experiência, na qual ela conseguiu grandes parcerias e realizações pessoais. “Vivi experiências únicas, que talvez se eu não fizesse parte desse universo nunca tivesse a oportunidade. Trabalhei com empresas e marcas que sempre sonhei, inclusive internacionais”, conta a pernambucana.  

Mesmo diante de conquistas e reconhecimento na área, a influenciadora conta que ainda há sonhos para serem realizados, como o desejo de dar a volta ao mundo. “Sonho em ser embaixadora de alguma marca que seja relacionada como turismo ou montar uma agência, ajudando outros influenciadores que estão começando a se conectaram com as empresas. Também gostaria de dar uma volta ao mundo apenas me dedicando ao digital”, finaliza.

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