Janguiê Diniz

Janguiê Diniz

O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

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Saúde mental negligenciada

Janguiê Diniz - Fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

por Camilla de Assis | ter, 25/04/2023 - 12:00
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Vivemos dias estranhos, nebulosos. De uma hora para outra, uma enxurrada de notícias sobre ataques a escolas e creches, em vários locais do país, nos impacta e a principal pergunta é: o que leva a esses atos? É certo que hipóteses existem aos montes, mas respostas definitivas ainda não há. O que cabe aqui é questionar: será que isso tudo começou “de uma hora para outra” mesmo?

Os casos recorrentes de violência ou ameaça tem alarmado estudantes, professores e familiares. Soube que já há centros educacionais em que os próprios alunos, muitos deles ainda pré-adolescentes, já estão pesquisando e compartilhando entre si informações sobre como se proteger de um ataque. Chega a ser surreal saber que crianças estão preocupadas com a própria segurança dentro da escola, quando deveriam atentar apenas aos estudos e ao lazer na hora do recreio. O que está acontecendo de errado?

Quero aqui focar na questão da saúde mental. É possível dizer que quase todos os casos de ataques têm alguma origem em um problema de saúde mental, direta ou indiretamente. E que fique claro: dizer que alguém tem problemas mentais não exime ou atenua a violência. É preciso punir severamente quem atenta contra a vida de pessoas inocentes, especialmente crianças. No entanto, apenas o trabalho de repressão não é suficiente. É preciso atuar na prevenção, e é aí que o cuidado com a mente se faz mais importante.

No ambiente escolar, o bullying é sabidamente presente, e gestores e professores, muitas vezes, parecem ignorar as agressões. No entanto, são as pequenas “brincadeiras inocentes” que podem desencadear problemas graves e acabar em tragédia. Desta forma, faz-se necessária maior atenção aos estudantes e seu convívio nos colégios. Há pequenas violências que vão, aos poucos, causando efeitos nocivos em quem as sofre, que podem transbordar na forma das ações que temos visto. Mais do que isso, é preciso também ter atenção à saúde mental dos adultos, para que estes também não realizem atos extremos. E, claro, o reforço na segurança em locais potencialmente ameaçados é imprescindível.

Os atentados em escolas não podem ser reduzidos apenas a problemas de mentalidade, mas creio que parte deles poderiam ser evitados se cuidássemos mais da mente. Ainda há um longo caminho a se caminhar para que o respeito e o cuidado sejam mais presentes na sociedade. Por ora, fiquemos vigilantes.

Autismo e mercado de trabalho

Janguiê Diniz - Fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

por Camilla de Assis | seg, 17/04/2023 - 09:05
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Historicamente, o mercado de trabalho tem características, por vezes, segregadoras. Reflete preconceitos e exclusões que precisam ser superadas. Foi (e ainda é) assim com mulheres, com negros, com pessoas LGBTQIA+. Um outro grupo que ainda tem dificuldade de inserção profissional é o das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), muito pelas ainda existentes faltas de conhecimento e de preparo. Uma realidade que precisa estar no radar de empresas e poder público.

O mês de abril é marcado pelo debate sobre o autismo – temos o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a 2 de abril. Ainda há muito a se esclarecer sobre o TEA para a população no geral. O mais importante: autismo não é doença, mas uma condição, ou melhor, diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico, todas relacionadas com dificuldade no relacionamento social. O que não significa que uma pessoa com TEA não possa conviver, trabalhar, relacionar-se e desenvolver uma vida plena.

No mercado de trabalho, o panorama é preocupante. Estima-se que existam 2 milhões de pessoas com TEA no Brasil, e 85% dos adultos com autismo estão desempregados. A dificuldade de inserção esbarra na própria dificuldade de entendimento sobre essa condição. Caberia, portanto, aos departamentos de Capital Humano promover ações de conscientização e treinamento às equipes para que o ambiente de trabalho esteja pronto para receber profissionais autistas.

Vale lembrar que pessoas com TEA, normalmente (mas não obrigatoriamente, é bom ressaltar), têm mais facilidade de se adaptar a certos tipos de trabalho, como as atividades rotineiras e processos padronizados. Também é comum que tenham alta capacidade de memorizar dados e de cumprir normas, além de pensar de forma diferentes e poder dar respostas que fujam do pensamento convencional. Quando estimuladas e desenvolvidas da maneira correta, essas habilidades podem trazer benefícios tanto para a pessoa autista, quanto para a empresa.

O Transtorno do Espectro Autista ainda é objeto de estudo pela ciência e há muito a se entender sobre seus meandros. A realidade, no entanto, é que há um grande número de pessoas incluídas nessa condição que precisam estar inseridas nos diversos espaços da sociedade, como o mercado de trabalho. Essa é uma demanda urgente e importante, que deve ser atendida por empresas e poder público no sentido de ser mais um passo na construção de uma sociedade mais inclusiva e democrática.

Bomba-relógio climática

Janguiê Diniz - Fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

Janguiê Diniz, | ter, 28/03/2023 - 08:09
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Ainda há quem insista em negar a realidade do aquecimento global. Mesmo com as mudanças climáticas que presenciamos e todos os efeitos decorridos da influência da atividade humana sobre o meio ambiente. Em um futuro não muito distante, se nada for feito, passaremos a sofrer graves reflexos da omissão do presente. Os alertas estão por toda a parte, mas ainda há muito interesse em ignorá-los ou reduzi-los a “histeria”.

A mais recente luz jogada sobre o assunto veio do último relatório produzido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). A projeção apresentada é que a temperatura média da Terra subirá 1,5 °C na comparação com a era pré-industrial em algum momento entre 2030 e 2035, como reflexo da atividade humana. Pode parecer, à primeira vista, uma alteração pequena, mas especialistas garantem ter um impacto grande no clima, no nível dos oceanos e na vida em geral. O relatório, porém, deixa claro: é possível frear os efeitos nocivos das mudanças climáticas, se tomadas as devidas ações. Aí reside o problema.

Para combater o aquecimento global e suas decorrências e garantir um futuro habitável na Terra, é necessária uma série de ações coordenadas, em diversas frentes. Uma delas é a emissão de carbono, por exemplo. Apenas um esforço geral para reduções profundas, rápidas e prolongadas de gases levaria à desaceleração notável do aquecimento global. Neste ponto, o ideal esbarra em interesses corporativos e em indústrias como a dos combustíveis fósseis. Apesar de os custos para uso de energias limpas, como a solar e a eólica, terem diminuído bastante nos últimos anos, a força da indústria do petróleo, por exemplo, ainda é grande. Falta, na verdade, interesse político na questão. Enquanto os países não lidarem com esse entrave de frente e com firmeza, não teremos avanços – ou melhor, continuaremos a avançar rumo à destruição.

O relatório do IPCC também aponta que as mudanças no clima têm impactado a segurança alimentar e a da água, além de que eventos de calor extremo terem aumentado as taxas de mortalidade e de doenças. Como não ficar alerta frente a esses dados? Será que a destruição é mesmo inevitável? A quem interessa continuar explorando os recursos naturais e poluindo o meio ambiente de forma desenfreada por puro lucro? A consciência ambiental e a sustentabilidade precisam ser premissas de qualquer empresa que se propõe a atuar com dignidade e visando criar benefícios para a sociedade.

Estamos em uma corrida contra o tempo. O planeta está não só agonizando, mas dando sinais de que pode “revidar” a qualquer momento – e o tem feito em algumas ocasiões. De nada adianta continuar a explorar os recursos que a natureza nos dispõe indiscriminadamente, se essa prática levar a dias sombrios no futuro. E vai levar. É preciso tomar consciência e começar a agir hoje, bem como exigir de governantes ações mais enérgicas para combater os efeitos nocivos do aquecimento global.

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Sonhos não podem morrer

Janguiê Diniz - Fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

por Giselly Santos | qui, 23/03/2023 - 11:54
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Às vezes me pego pensando sobre os sonhos que as pessoas têm na vida. Muitos são realizados, alguns com dificuldade, mas também é grande o número dos que acabam esquecidos, relegados a segundo plano. Quem faz isso acaba deixando sua própria vida para depois. Sonhos são o motor da vida e, como tal, devem ser sempre alimentados e seguidos.

Na edição do Oscar deste ano, o grande destaque foi o filme “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”. Ele fala, de certa forma, sobre sonhos, mas a produção em si abarcava diversos sonhos. Um deles era o do ator Ke Huy Quan, de 51 anos. Vietnamita e ex-refugiado, ele subiu ao palco da premiação para receber a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante por seu papel no longa. E emocionou: Quan revelou que passou mais de 20 anos sem atuar e já estava desesperançoso, mas insistiu em seu desejo e conseguiu conquistar a vaga na aclamada produção, que lhe rendeu o maior prêmio do cinema mundial. Quan ficara famoso aos 12 anos de idade, ao participar do filme “Indiana Jones e o Templo da Perdição" (1984) e, depois, de "Os Goonies" (1985). Nos anos 1990, no entanto, as propostas de trabalho começaram a diminuir, até cessar. Mesmo assim, ele não deixou de sonhar.

A vitória de Ke Huy Quan no Oscar traz ensinamentos importantes. O mais claro é sobre a importância de ter sonhos grandes e fortes. Ora, ele poderia ter abandonado a atuação, migrado definitivamente para outra profissão que o garantisse maior estabilidade financeira. Mas o seu grande desejo era mais forte do que qualquer coisa. Ele estava determinado a voltar aos filmes. E, no fim das contas, tudo tem seu tempo. Cabe entender que nem tudo acontece da maneira como imaginamos ou queremos, mas como tem que ser. Por vezes, inclusive, a aparente demora é necessária, posto que traz consigo amadurecimento e desenvolvimento.

Quan deu realmente a volta por cima: de um campo de refugiados para o palco do Oscar. Uma trajetória admirável que o consagra como grande profissional e, acima de tudo, pessoa obstinada que, muito além de apenas desejar, esforça-se pela realização de seus sonhos. Ora, sonhos não existem para serem enterrados, mas para se cumprirem. E quem de fato acredita ser capaz e digno de realizar seu desiderato tem em sua programação mental a certeza de que tal objetivo, um dia, irá ser alcançado. Como disse Ke Huy Quan em seu discurso de vitória: “A todos vocês, por favor, mantenham vivos os seus sonhos”.

 

Intolerância não combina com religião

Janguiê Diniz, | seg, 13/03/2023 - 10:43
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O Brasil é um país multicultural, que tem na sua formação influências de diversas origens. Nossa construção identitária levou à miscigenação e ao sincretismo religioso, em que diversas correntes ideológicas acabaram se misturando, por vários motivos. A vivência de fé é algo muito pessoal e privado, não cabendo a ninguém mais tecer algum juízo de valor, diminuindo essa ou aquela religião. No entanto, em pleno século 21, a intolerância religiosa ainda traz máculas à sociedade.

Chega a ser um contrassenso que um país tão diverso em seu(s) rosto(s) seja tão intolerante em seu pensamento. Segundo os dados mais recentes, do então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, apenas em 2021, foram registradas mais de 800 denúncias de intolerância religiosa no país – isso contando somente as que foram oficializadas; o número real, no entanto, sabemos que é bem maior. As religiões de matriz africana são os maiores alvos: agressões, depredação de espaços de culto, demonização das práticas. Todas essas ações, repetidas por décadas, ou séculos, relegaram a fé de herança africana a um espaço de medo. Falar de Candomblé, Umbanda ou práticas semelhantes gera medo em muitas pessoas, por puro desconhecimento. Não, nenhuma dessas religiões prega o mal ou inclui práticas “sombrias”. Nesse ponto, o conhecimento é a melhor arma para quebrar preconceitos e paradigmas.

Na TV, dois exemplos recentes do tratamento dessa questão. No “Big Brother Brasil”, o participante Fred Nicácio, adepto ao Ifá, culto tradicional Iorubá, sofreu intolerância por parte de outros competidores, que afirmaram ter medo de suas orações e práticas religiosas. Voltamos ao ponto: a ignorância leva ao preconceito. Claramente, quem desrespeita outra fé, atribuindo a ela um status negativo, desconhece aquela prática e seus princípios. Por outro lado, a novela “Vai na fé”, também na Globo, tem abordado as religiões com olhar positivo: de evangélicos a candomblecistas, os personagens ajudam a trama a expor a beleza de cada sistema religioso. E esse é o caminho: educar para combater o preconceito.

Religião é um tema muito sensível. Ninguém gosta de ter sua crença desrespeitada. Da mesma forma, faz-se necessário saber conviver e valorizar. A palavra religião vem do latim religare, que significa religar; ou seja, é a prática que nos reconecta a algo maior. Sendo assim, precisa ter seu lugar garantido. Especialmente em um país tão diverso, não há mais espaço para a intolerância. O ponto que conecta, em suma, todas as religiões, é muito simples: o amor.

A rua mais movimentada do mundo

Janguiê Diniz - Fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

por Camilla de Assis | seg, 06/03/2023 - 14:57
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Toda cidade tem seu centro comercial, uma rua ou região com alta presença de lojas populares, grande fluxo de pessoas constante e forte impacto na economia local. Hoje, no entanto, não é preciso estar em uma rua movimentada para ter um negócio bem-sucedido. Ora, a rua mais movimentada do mundo está acessível a qualquer um, de onde quer que esteja. O nome dela é Internet.

Vou além. Não só essa grande via digital pode ser facilmente percorrida, como quem ainda não começou a trilhar seu caminho de bits e bytes está perdendo grandes oportunidades. Os negócios e produtos digitais são o futuro das empresas. Isso não quer dizer que se vai passar a vender apenas infoprodutos, mas os produtos físicos também podem e devem ser comercializados on-line. É que a internet não tem barreiras. Pelo contrário, ela veio para destruir muros, criar pontes, exponencializar negócios e amplificar vozes. Qualquer pessoa pode se comunicar com qualquer outra pessoa, basta ter uma conexão. Da mesma forma, qualquer pessoa pode vender seu produto para outro lugar do planeta (e aí, claro, entram questões como logística e preços).

Um dos grandes conceitos do mercado atualmente é a escalabilidade. Um produto é escalável, ele pode ser reproduzido com facilidade e sem aumento de custos. Por exemplo, um infoproduto é produzido uma única vez e distribuído a todos que os adquirem. Escalabilidade é uma grande estratégia de crescimento e deve ser premissa para o sucesso na internet. O que não quer dizer que produtos físicos não sejam escaláveis. A escalabilidade é uma característica muito presente em startups, por exemplo. Faz parte do modelo de negócio desse tipo de empresa crescer com velocidade, o que é possível por meio de produtos ou serviços escaláveis.

Mas, mesmo que um empreendimento não seja escalável, a internet o torna globalizado, atingindo públicos diversos. Foi-se o tempo em que só era possível fazer negócio dentro do próprio bairro ou da própria cidade, por exemplo. A clientela, hoje, está até mesmo em outros países. O que leva a outra constatação: a concorrência também se tornou mundial. Essa mudança na essência da competição por clientes exige uma série de adaptações, como melhoria dos serviços prestados, atenção a tendências e busca constante por inovação e diferenciação. Não é um trabalho fácil, mas pode trazer ganhos exponenciais.

A internet é como uma grande rua de comércio, que percorre o mundo inteiro. Nela, trafegam os mais diversos produtos e serviços, com origens e destinos os mais diversos. Não se pode ignorar o poder da internet de impactar negócios e carreiras, mas há que se saber utilizá-la da maneira mais proveitosa. Seguir por uma via digital nunca pareceu tão real.

O Super Bowl fora do campo

Janguiê Diniz - Fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

por Giselly Santos | sex, 24/02/2023 - 11:10
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O Super Bowl é a grande final da temporada de futebol americano nos Estados Unidos. No Brasil, seria como a final do Campeonato Brasileiro. É o maior evento televisivo do mundo, com audiência que passa dos 100 milhões de pessoas. Um acontecimento dessa grandeza extrapola o espaço das quatro linhas do campo: para muito além do jogo (quem lembra mesmo do campeão deste ano?), o Super Bowl é lugar de negócios.

Dentro do estádio, o jogo foi vencido pelo Kansas City Chiefs, que levou um prêmio de US$ 157 mil por cada integrante da equipe. Fora dele, muito mais dinheiro estava em jogo. A Fox, que transmite com exclusividade a partida, cobrou cerca de US$ 7 milhões por cada comercial de 30 segundos exibido nos intervalos – e não faltaram grandes anunciantes. Marcas disputam esse valioso espaço de propaganda, vitrine para o mundo inteiro.

Mas uma estrela se sobressaiu em meio a todo o burburinho do Super Bowl: Rihanna. A cantora, longe da música desde 2017, causou alvoroço ao revelar que faria o show do intervalo da grande final. Muito mais do que cantar e dançar, ela utilizou o espaço para transmitir mensagens e ainda lucrar. Rihanna havia dado um tempo na carreira para se dedicar ao empreendedorismo, com suas marcas de cosméticos, Fenty Beauty, e lingeries, Savage x Fenty – que a tornaram bilionária.

Em seus 13 minutos de apresentação no Super Bowl, a barbadense foi muito além da música. Ela anunciou a gravidez do segundo filho, gerando buzz sobre si mesma. Quebrou paradigmas e trouxe uma mensagem de empoderamento para as mulheres: afinal, estava no maior evento televisivo do mundo, cantando e dançando sobre plataformas suspensas no ar. Tudo isso grávida. Ainda fez publicidade: no meio do show, parou para “retocar a maquiagem”, o que instantaneamente fez com que as buscas pelo produto utilizado, de sua marca Fenty Beauty, disparassem. E seu show foi meticulosamente preparado para ser uma experiência proveitosa para os fãs. Resultado: a apresentação em si teve audiência maior do que o próprio jogo e as pesquisas sobre a marca de cosméticos subiram 833%.

O que se pode aprender do episódio? Rihanna é uma grande empreendedora, modelo a se prestar atenção. Inteligente, sagaz, consciente do que pode fazer. Além disso, é muito boa no marketing: sabe criar desejo, antecipação, além de senso de pertencimento e inclusão. É claro que ninguém precisa participar do Super Bowl para atrair atenção. Tem que começar com os recursos e ferramentas que tem, mas com muita determinação, foco e obstinação. Entender o público, saber cativá-lo e oferecer experiências diferenciadas de compra são vantagens competitivas que se agrega ao negócio. Não é apenas a Rihanna que pode vender bem.

A Inteligência ainda é Artificial

Janguiê Diniz - Fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito

por Giselly Santos | qua, 15/02/2023 - 08:50
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Imagens criadas com hiper-realismo, textos escritos sem uma tecla ser digitada, carros sem motorista. As aplicações da inteligência artificial têm se expandido a cada ano e essa tecnologia já é uma realidade. Com ela, surgem questionamentos sobre segurança, relações de emprego e futuro de profissões. Sim, sabemos que a IA poderá substituir pessoas em certas posições no futuro próximo, mas há algumas características que essa inteligência ainda não possui: criatividade, sensibilidade, empatia, por exemplo. Como o próprio nome diz, continua sendo, ainda, artificial.

Estudos realizados por consultorias e universidades de prestígio mostram que mais de 50% dos postos de trabalho existentes hoje no Brasil serão assumidos por robôs nos próximos anos. Há correntes de pensamento pessimistas que alertam para os graves impactos dessa transformação. Eu, no entanto, tendo a analisar a situação por outro prisma: o desenvolvimento da automação e da inteligência artificial vai apenas impor a adaptação dos atuais empregados aos postos e formas de trabalho que este novo mundo está criando. Ao mesmo tempo, ampliará a demanda por postos de trabalho em tarefas que não podem ser realizadas por máquinas inteligentes – tarefas essas que exigem habilidades como originalidade, criatividade, sensibilidade, inteligência social e emocional, valores, crenças e sonhos, impossíveis de serem automatizadas. Essas habilidades foram denominadas pelo empreendedor chinês Jack Ma, da Alibaba, como “quociente do amor”.

Tomemos por exemplo o tão falado atualmente ChatGPT. O algoritmo de inteligência artificial da OpenAI é capaz de gerar textos e respostas a perguntas feitas por usuários, com base em redes neurais e machine learning, de forma criativa. A solução pode, inclusive, ser integrada a outros aplicativos, como o WhatsApp, o que fornece possibilidades como o atendimento automatizado de clientes por meio da plataforma. Sim, ele pode gerar diálogos e até poemas, mas, ainda assim, não possui sensibilidade artística, por exemplo. Máquinas não sentem. É capaz de construir uma letra de música, mas de forma meramente técnica, sem imprimir o toque pessoal do artista, com suas vivências que conferem sentido à canção. O Google também está nessa corrida, com seu Bard, que caminha na mesma direção. Independentemente do nível evolução de cada plataforma, elas ainda não são capazes de substituir a mente humana em diversos quesitos.

Não há como negar nem se opor: a inteligência artificial está se fundamentando como um fato cotidiano da vida. Cada vez mais casas estão integradas com Alexas, Google Assistentes, Siris, entre outras soluções, e nem percebemos. Outras virão. Sim, seu impacto será sentido em diversas frentes, como o mercado de trabalho, mas, analisando o cenário melhor, é possível inferir que essa é uma evolução que estimulará o desenvolvimento profissional e a melhoria de condições de trabalho para muitas pessoas, que passarão a ser responsáveis por controlar máquinas, ou serão o elemento humano em determinados processos. Não é preciso temer as máquinas inteligentes. Diferentemente do “Exterminador do Futuro”, em que a Skynet evoluiu a ponto de dominar a raça humana, a inteligência artificial está aí para facilitar o dia a dia e complementar nossas habilidades.

Quando o dinheiro trabalha por você

Janguiê Diniz, | ter, 07/02/2023 - 10:59
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O Brasil ainda é um país com mentalidade financeira atrasada. Somos o país do endividamento, das compras parceladas, das contas sempre no vermelho. Quando se fala em investimentos, então, perdemos mais ainda. É preciso desenvolver a cultura do investimento como forma de melhoria de vida, não apenas como meio de enriquecer. Afinal, o dinheiro abre uma série de portas e traz diversas oportunidades.

Para se ter uma ideia, os Estados Unidos, potência econômica mundial, têm cerca de 55% de investidores, com várias bolsas de valores espalhadas pelo país. Aqui no Brasil, esse índice não chega a 10%. A diferença traz indícios do problema. Por aqui, não temos educação financeira, além de existir um certo pensamento de que “enriquecer é feio”. Ora, todos deveriam buscar enriquecer – da forma correta, claro, mantendo preceitos dignos. Vivemos em um mundo capitalista e, nele, apenas com dinheiro é possível fazer diversas coisas. A liberdade financeira traz diversos benefícios, e uma das formas de atingi-la é por meio dos investimentos.

O Brasil precisa incentivar a cultura do investimento. As pessoas deveriam buscar entender melhor sobre dinheiro e para onde direcioná-lo a fim de obter lucros. Que bom que, hoje, muitas escolas já vêm incluindo em seus currículos a educação financeira e noções sobre investimentos. É fomentando esse pensamento desde as primeiras idades que formaremos futuros adultos mais conscientes sobre o dinheiro.

Para quem deseja investir, a principal dica é começar devagar. É preciso entender do mercado, aprender seus movimentos e aguçar o “faro de investidor” para começar a se arriscar mais. Uma das estratégias mais faladas é a chamada Estratégia Barbell. Ela consiste em equilibrar os investimentos entre os de maior e de menor risco. É uma equação simples: 80% do patrimônio devem ser alocados em ativos seguros e conservadores, como o Tesouro Direto e a Renda Fixa; enquanto os demais 20% podem ir para ativos mais agressivos, como renda variável, opções, ações etc. Assim, o investidor garante maior previsibilidade e menor risco de ruína, sem deixar de estar propenso a ganhos exponenciais.

Se quisermos um país cada vez mais forte economicamente, precisamos saber lidar com dinheiro. Investir é um dos passos para tal. Enquanto não mudarmos a cultura de deixar o dinheiro sendo consumido na conta bancária ou sofrendo em uma caderneta de poupança com rendimento mínimo, continuaremos a ser a sociedade do dinheiro guardado embaixo do colchão. Investir não é algo exatamente fácil, mas, com estudo e dedicação, é perfeitamente possível e traz resultados animadores. Já passou da hora de quebrar o cofrinho.

Assuma o compromisso

Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

Janguiê Diniz, | seg, 02/01/2023 - 10:22
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E começa um novo ano. Essa época é sempre tempo de olhar, ao mesmo tempo, para trás e para a frente. Um conselho: aprenda com o que passou, mas foque no que está por vir. Mais importante que isso, é hora de assumir um compromisso: o de trabalhar e se dedicar de corpo e alma ao seu(s) propósito(s) de vida. Todo começo de um novo ciclo é uma ótima oportunidade para, finalmente, colocar em prática os planos que ainda não foram iniciados.

É preciso, antes de tudo, ser realista: quando não há o desejo ardente, a decisão consciente e resoluta por algo, é bem difícil que aquele objetivo se concretize. O motivo é simples: ninguém faz aquilo em que não acredita ou que não quer de verdade. Por isso, tudo começa na mente. O desejo, o sonho, tem que se transformar em um propósito de vida, capaz de mover o corpo na direção desejada. Por isso, o primeiro passo é justamente tomar a decisão, assumir esse compromisso consigo mesmo. É dizer para si mesmo: “é isso que eu quero e é isso que eu vou fazer”. Insisto nesse ponto porque, na realidade, apenas quando a sua mente estiver programada no rumo certo é que o seu corpo também agirá de acordo.

Mas assumir o compromisso não é apenas decidir. Vai além. É saber que será necessário se dedicar, estar disposto a envidar os esforços requeridos, ter em mente que a jornada à frente será de luta e trabalho, mas estar consciente de que esse é o caminho correto. Na verdade, quando essa decisão está bem sedimentada na frente, tudo mais se facilita, pois você internaliza o objetivo e já não o teme, mas anseia por ele. Essa é a grande virada de chave.

Acho sempre proveitoso parar um momento e pensar: o que eu mais desejo para o ano que está começando? Quais são os meus grandes sonhos que quero realizar? Daí, é partir para o planejamento, estabelecer objetivos e metas e se preparar para cumpri-los, um a um. E atenha-se sempre a uma grande verdade: quando a mente está decidida por algo, o corpo irá direcionar todas as forças pela concretização desse desejo.

Se um novo ano é um recomeço, é preciso fazer que valha a pena. Não é mais momento de continuar com a mesma vida estagnada de antes. Nascemos todos para a grandeza e cabe a cada um assumir o compromisso consigo mesmo de caminhar o caminho do sucesso e da prosperidade. É uma jornada longa, mas toda ela começa com um primeiro passo. E, no final, a recompensa é sempre boa.

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