Janguiê Diniz

Janguiê Diniz

O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

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ESG: sigla do momento (e do futuro)

Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

Janguiê Diniz, | seg, 12/09/2022 - 08:28
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Sustentabilidade é assunto em voga há um bom tempo no meio empresarial. Cuidar do ambiente, da sociedade em que está inserida e do próprio negócio é algo cobrado de corporações e traz bons frutos. Agora, no entanto, a palavra “sustentabilidade” tem sido substituída por uma sigla, cada vez mais falada, mas ainda pouco compreendida: ESG. Mas afinal, como essa sigla impacta na gestão de negócios?

ESG vem de “environmental, social and governance”, ou, em tradução livre para o português, é a governança ambiental, social e corporativa. Esses são três pilares que devem nortear a atuação de empresas, para além do lucro. Mais do que apenas uma abordagem de negócios, as práticas ESG têm se tornado referência de responsabilidade socioambiental, reputação e credibilidade para as empresas. Hoje, inclusive investidores têm atentado para os conceitos ESG na hora de prospectar empresas a se associar. Afinal, ninguém quer ligar sua imagem a uma corporação que não seja bem-vista. Também pesa aí o fato de as legislações estarem cada vez mais apertadas em relação aos impactos das atividades de uma empresa.

É preciso, portanto, que a alta gestão busque adaptar o empreendimento a essa nova necessidade. Não é trabalho fácil, de fato, posto que demanda, além de investimento de tempo e dinheiro, toda uma mudança interna na cultura empresarial. Essa mudança não será imediata, mas deve ser implementada o quanto antes, e de forma responsável, para que gere resultados positivos. É uma transformação que vem de dentro para fora: começa pela mudança da cultura entre os colaboradores, para refletir-se nas práticas da companhia para o “mundo externo”.

Está mais do que claro que adotar o pensamento ESG acarreta inúmeros benefícios. As novas gerações estão cada vez mais preocupadas com sustentabilidade ambiental e impacto social positivo. Sendo assim, empreendimentos que agem nesse sentido tendem a ser mais valorizados não só por público externo e possíveis parceiros/investidores, mas também pelo público interno, os colaboradores, que também sentem que seu trabalho tem reflexos positivos.

Adotar o ESG como premissa de um negócio não é uma opção: tornou-se uma necessidade, não só de um ponto de vista econômico, mas também da perenidade. Temos cada vez mais a ciência de que é preciso ter responsabilidade socioambiental e realizar uma boa governança para que a marca se perpetue e mantenha uma boa imagem junto à sociedade. No fim, pensar um pouco menos no próprio negócio e comprometer-se a deixar um mundo melhor traz resultados muito atrativos.

Eleição não é futebol

Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

| seg, 05/09/2022 - 09:13
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Na arquibancada, você pode agir no calor da emoção, gritar, cantar, chorar. À beira do campo, é permitido falar do juiz, tirar sarro com a torcida adversária. Você pode, e deve, comemorar efusivamente a vitória do seu time do coração, aquele a quem sempre dedicou sua torcida. Você só não deveria transportar esses sentimentos e essas atitudes para campos como o da política, por exemplo. Neste, há que se pensar em agir com racionalidade, pois trata não de um jogo, mas, em suma, do futuro do país.

O Brasil tem em sua formação cultural a presença forte da cultura esportiva, notadamente do futebol. Como qualquer esporte, gera torcida, emoção e, em alguns casos mais exacerbados, até conflitos. O problema é que, pela força dessa cultura no inconsciente popular, tendemos a ser assim com tudo que envolve disputas, como é o caso das eleições. O período eleitoral vira um campo de futebol, em que torcidas adversárias se enfrentam para ver quem é a maior, mais forte, ou qual candidato sairá vencedor. Muitas vezes, a paixão fala mais alto do que o real desejo de melhoria para o país. Quem é da torcida adversária é logo tido como perdedor, alguém que “não presta”, ou menos capaz. Essa atitude é tão irracional quanto é nociva, ao passo que relega o centro de uma campanha política, que deveria ser o debate de ideias e a avaliação de propostas, a segundo plano, importando apenas as torcidas por ideologias.

O período oficial de campanha eleitoral está começando. Os “jogadores” entram em campo, mas não para marcarem gols ou fazerem belos passes, e sim para apresentarem suas ideias do que consideram melhor para o país. Cabe a cada um avaliar, com pensamento crítico, e decidir qual parece apresentar a melhor proposta. Sem clubismos, sem deixar as emoções afetarem o julgamento. Acreditar em um candidato, ter uma preferência, é algo positivo, claro, mas não se pode tornar uma idolatria cega. É sempre importante lembrar que políticos são eleitos para servirem o povo, não para se servirem do povo. Assim, devem apresentar ideias e propostas, com argumentos sólidos, que os levem a ser eleitos.

O “país do futebol” não pode levar tudo como uma grande disputa de torcidas. Eleição é coisa séria e merece a devida atenção. Não é época de apenas torcer. É imperativo pesquisar, informar-se, questionar e avaliar quem merece, de fato, ocupar o cargo público, qualquer que seja. Nesse jogo, o fanatismo não pode ter vez.

 

De onde tirar motivação

Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

Janguiê Diniz, | seg, 29/08/2022 - 08:35
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“Janguiê, minha vida é muito difícil, eu enfrento muitos problemas, não consigo me motivar para ir atrás de algo”. Eu tenho escutado muitas frases como essa ao longo do tempo, de pessoas que passam por dificuldades. A elas, digo sempre que de nada adianta se entregar ao lamento, quando apenas a ação é capaz de gerar mudança de vida. Pensar no futuro, na família e em você mesmo ajuda a gerar a motivação necessária para enfrentar os obstáculos do cotidiano. É tudo sobre ter um propósito.

Levantar da cama, muitas vezes, é um grande esforço. Lutar por um objetivo também pode ser. E alguns desses gastos de energia podem parecer inúteis, sem sentido, ou que não vão dar frutos. No entanto, é preciso ter em mente que tudo na vida tem um retorno futuro, mesmo que você não perceba. Ou seja, as noites mal dormidas resultarão em projetos concluídos, metas alcançadas; os momentos de estresse darão lugar a vitórias; o choro de dor ou tristeza se transformará em lágrimas de alegria. Ter isso em mente é o que vai trazer a motivação para continuar enfrentando as adversidades, com resiliência, cabeça erguida e a certeza de que, lá na frente, o “pagamento” virá. Essa é a lei da vida, a lei do universo: ele sempre conspirará a favor de quem se dedica a algo com afinco e coloca nessa empreitada esforço e amor.

Repito: a motivação é muito mais facilmente desenvolvida e mantida quando há um propósito muito claro por trás de um esforço. É a abdicação temporária de uma vida social mais ativa para focar nos estudos, com vistas, por exemplo, a passar em um concurso público; é o tempo dedicado a um novo projeto ou empreendimento. São esforços temporários que garantem resultados duradouros. Pensar assim já é se motivar a persistir. Por isso, faz-se necessário buscar o propósito de cada ação, pois encontrá-lo dá sentido a tudo. Mais que isso, é preciso encontrar o seu propósito de vida, o qual guiará suas decisões e será a grande motivação para caminhar sempre em frente.

Quem tem um propósito tem um destino. Quando esse propósito está bem consolidado na mente, vira força para resistir às intempéries e sobrepujar inimigos e obstáculos. Ele deve vir junto de um bom planejamento e da execução destemida de cada etapa necessária para chegar ao fim. Pensar que tudo tem um sentido, uma razão e um objetivo, é isto que trará uma motivação inabalável, uma vez que estará assentada sobre uma base sólida e forte. No mais, é manter os olhos à frente e a cabeça erguida, sem jamais parar ou retornar.

5G, inovação e desigualdades

Janguiê Diniz - Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

Janguiê Diniz, | seg, 22/08/2022 - 08:02
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Após alguns embates judiciais e políticos, a quinta geração de redes móveis e de internet, o tão falado 5G, chegou ao Brasil, com operações iniciadas por Brasília. A nova tecnologia promete entregar velocidades de conexão muito maiores que o 4G e abre um grande leque de possibilidades de inovação e avanços em diversas áreas, como Internet das Coisas e até na Medicina. Sua implantação, no entanto, em um país continental como o Brasil, deve ser pautada pela inclusão, com vistas a não criar ou aumentar as diferenças sociais entre os grandes centros e cidades mais pobres.

Os detalhes técnicos do 5G não interessam tanto aqui, mas importa saber que essa nova geração da rede permitirá que diversas tecnologias e inovações sejam implantadas. Desde melhorias em cirurgias remotas por meio de robôs conectados à internet, passando pelos carros autônomos, até o uso de cada vez mais objetos com a chamada Internet das Coisas. A ideia que se apresenta é de um futuro não tão distante em que o desenho animado futurista “Os Jetsons” seja mais real. Uma série de benefícios devem surgir com o 5G, com possibilidade de melhorias em fábricas, empresas e sistemas, mais agilidade em processos, entre outras inovações. Prato cheio para empresas e profissionais que surfarem essa onda e souberem aproveitar o que a nova tecnologia tem a oferecer. É sempre importante lembrar que todo e qualquer negócio deve pensar a inovação não como diferencial, mas condição imperativa de sobrevivência. Quem sai na frente tem a vantagem da vanguarda, enquanto os demais precisam correr atrás.

Todos esses avanços são, sim, extremamente positivos. No entanto, se eles não forem disseminados pelo país, pode-se agravar diferenças sociais que já são tão arraigadas no Brasil. O cronograma de implantação do 5G prevê que todas as capitais recebam a tecnologia até setembro de 2022 e as demais cidades sejam contempladas até 2029. Um período extenso, embora compreensível. O cuidado dos órgãos públicos competentes deve ser para que os avanços nos grandes centros não tenham reflexos negativos em outras localidades. Temos milhares de cidades pequenas pelo interior do Brasil que mal possuem o 4G e podem ficar ainda mais para trás. Pensar uma distribuição mais igualitária da nova rede seria uma ótima alternativa para incluir mais os municípios mais afastados e evitar grandes discrepâncias. É natural que a expansão da rede siga critérios econômicos e de relevância, mas também é necessário um olhar social para a questão. Mais um desafio para as autoridades.

Trazer uma tecnologia nova como o 5G para um país tão grande e diverso, com tantos problemas sociais, realmente não é projeto fácil. Há, no entanto, que se ter disposição e boa vontade para lidar com a questão. O 5G promete ser uma grande revolução na vida das cidades e, se bem utilizado, pode promover grandes avanços. Imagine só o país inteiro conectado a internet de alta velocidade, quantas possibilidades de negócios e desenvolvimento podem surgir. O futuro bate à porta e é preciso estar pronto para recebê-lo.

Quem tem medo da inteligência artificial?

Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

Janguiê Diniz, | seg, 15/08/2022 - 08:06
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Na franquia “O Exterminador do Futuro”, o mundo é dominado por robôs, controlados pela Skynet, inteligência artificial que se desenvolveu a ponto de criar consciência própria e não se rebelar contra os humanos. Recentemente, no presente real, a notícia de que um engenheiro de software da Google fora afastado por citar que um sistema de inteligência artificial da empresa teria criado “consciência e alma” gerou alarme e debates sobre os rumos da tecnologia. Seria uma ameaça, ou mais uma ferramenta de desenvolvimento para a humanidade?

Há muito se discute sobre a inteligência artificial, suas vantagens e ameaças. Por um lado, estudos apontam que mais de 50% dos postos de trabalho existentes hoje no Brasil serão assumidos por robôs em um futuro próximo. A informação traz dois alertas. O primeiro é que devemos, sim, tomar cuidado com os rumos da tecnologia, de forma que ela não tome, de fato, o lugar do humano. O segundo é que, cada vez mais, profissionais precisam se especializar, reciclar e reinventar suas carreiras para se manterem relevantes em um mercado cada vez mais competitivo. A ameaça também pode ser encarada como uma oportunidade. Novas profissões surgirão, com postos de trabalho que receberão os “órfãos” daquelas que sumirem.

 
O desenvolvimento da automação e das máquinas inteligentes vai impor a adaptação dos atuais empregados a essa nova realidade, mas também ampliará a demanda por postos de trabalho em tarefas que não podem ser realizadas por máquinas inteligentes, pois elas exigem habilidades como originalidade, criatividade, sensibilidade, inteligência social, inteligência emocional, valores, crenças e sonhos, impossíveis de serem automatizadas. Como outrora defendeu Theodor Heuss, “chegará o dia em que talvez as máquinas pensem, porém elas nunca terão sonhos”.
 
Também importa ressaltar que a tecnologia e a inteligência artificial serão de primacial importância para o futuro das empresas. A tecnologia, embora seja apenas um instrumento ou um aspecto da inovação, é um dos mais importantes, uma vez que as pessoas e as empresas, em virtude da Revolução Digital (ou Quarta Revolução Industrial) que estamos vivendo, têm necessariamente de migrar para o mundo digital e fazer uso de tecnologias como a inteligência artificial, sob pena de padecerem da chamada síndrome da Kodak – empresa das maiores de sua época que, por negar a inovação, quebrou. Essa já é uma realidade atual, que se intensifica a cada dia: quem não está no digital já morreu ou vai morrer em breve. Cabe saber utilizar as ferramentas adequadas da melhor forma possível.
 

Se um sistema de inteligência artificial criar “consciência”, não acredito que chegará à profundidade complexa da mente humana e, portanto, não conseguirá nos dominar. É necessário, no entanto, atentar para os limites que essa tecnologia pode e deve exercer, para que não se torne prejudicial ao desenvolvimento da humanidade. Ou será que devemos temer a rebelião das máquinas como nos filmes “Eu, robô” e “O Exterminador do Futuro”?

Crimes na Amazônia

Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

Janguiê Diniz, | seg, 08/08/2022 - 08:42
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A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, é uma das maiores riquezas naturais do planeta, pois encerra em si grande biodiversidade e tem importante papel até mesmo no clima, além de ser a casa de diversos grupos tradicionais indígenas. Fonte imensa de diversos tipos de recursos, a área é também alvo de interesses diversos, entre grupos econômicos e criminosos. O recente desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira reacendeu o alerta sobre a preservação e o cuidado de que a região necessita e que vem sendo deixado a segundo plano.

Com quase 7 milhões de quilômetros quadrados de área, a floresta amazônica se estende por nove países, sendo sua maior parte no Brasil. Um espaço tão grande vem sendo cada vez mais visado por grupos diversos, como o agronegócio e mesmo o narcotráfico. Outras forças também atuam na região e geram tensão e conflitos, os quais colocam em risco não só a biodiversidade local, mas também os povos originários indígenas, que veem suas terras cada vez mais ameaçadas.

O trabalho de Dom Phillips e Bruno Pereira era de investigar essas ameaças. Informações dão conta de que estavam tentando desvendar esquema de comércio ilegal de peixes, além de contrabando de drogas. Sumiram, e, até o momento em que escrevo este artigo, ainda não foram localizados. O caso, que já ganhou repercussão internacional, expõe uma dura realidade: a falta de proteção governamental sobre a Amazônia brasileira. Funai e órgãos ambientais vêm sendo sistematicamente enfraquecidos em nome de um “progresso” insustentável, cuja conta chegará no futuro. Com isso, o crime se estabelece com mais força na área, levando medo e destruição. Já passou da hora de uma ação mais enérgica e contundente. Defender nossas fronteiras e regular a exploração dos recursos naturais é obrigação com a vida do brasileiro. O que será de nós sem a floresta? O que será dos povos indígenas?

É claro que o desenvolvimento e o progresso são bem-vindos e necessários, pois não podemos permanecer estagnados. Eles não podem, no entanto, se estabelecer às custas da devastação e da morte. É possível incentivar setores produtivos, sem que se abram as portas para o desmatamento ou que se tomem as terras indígenas, por exemplo. É uma equação a ser cuidadosamente definida, com vistas a permitir um futuro sustentável e digno para todo o país. Esperemos que o trabalho de Dom e Bruno não seja em vão.

Lidando com críticas

Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

| ter, 02/08/2022 - 11:06
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Se há algo a que ninguém está imune, são as críticas. Elas inevitavelmente vão surgir em algum ponto, pois: 1) não somos perfeitos; e 2) haverá pessoas no caminho que se empenham em ver sempre o lado ruim das coisas. Críticas podem ser construtivas (embora muitos não concordem com essa denominação) ou destrutivas, mas, independentemente de que tipo forem, o mais importante é como se lida com elas. Saber diferenciá-las, absorver o que for necessário e transformá-las em oportunidades é fundamental para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Somos socialmente instruídos a não aceitar críticas. A ideia comum é que elas são sempre ruins, uma “vergonha”, ou insulto. Mas não necessariamente. Podem ser, também, ocasiões de “virada de chave”, de crescimento. Especialmente no âmbito corporativo, críticas podem – e vão – surgir em diversos momentos: sobre ações tomadas, omissões, erros e até mesmo acertos. Quando se está em uma posição de destaque ou liderança, elas podem ser até mais comuns. Muitas pessoas acabam se abalando ao terem defeitos ou erros apontados, mas esta não é a postura mais promissora. Ao contrário, há que se analisar cada comentário, medindo sua importância – e aqui é preciso muita consciência e responsabilidade. Acolher as que levam à evolução e desprezar as infundadas. E o mais importante: não levar para o lado pessoal.

Ao receber uma crítica, o primeiro passo deve ser pensar: em que essa informação pode me ser útil e me fazer melhorar como pessoa/profissional? A partir dessa análise, é possível decidir como agir: acolher a opinião, ou ignorá-la. É claro que, nesse interim, emoções passageiras, como raiva ou frustração, podem aparecer, mas entra em cena a inteligência emocional para ajudar a gerenciá-las e manter o foco. A partir do diagnóstico, também é saudável partir para a ação, se for o caso. Isso porque ignorar uma crítica construtiva – que podemos chamar também de conselho – pode significar ignorar o seu próprio futuro.

Seria possível gostar de receber críticas? Sim. Quando elas vêm para somar e inspiram uma melhoria, devem ser bem-vindas. De outro lado, quando são apenas frutos de maldade, o melhor é ignorar e não se deixar abalar. No fim das contas, você deve ser o responsável pelo seu destino e saber escolher quais críticas acolher ou não. O exercício da escuta, no entanto, pode ser muito proveitoso.

Chuva, descaso e mortes

Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

| seg, 18/07/2022 - 08:31
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O Brasil assistiu, aterrorizado, as cenas de desespero e caos provocadas pelas fortes chuvas que atingiram o Recife e região, em Pernambuco. Por ser a terra onde passei boa parte da vida, muito me sensibilizou ver tantas mortes e pessoas desabrigadas, que perderam literalmente tudo. Para além de um desastre natural, no entanto, o caso expõe o desleixo das autoridades com a população, condição não exclusiva da capital pernambucana, mas que se identifica em diversas outras localidades.

Áreas de morro são historicamente suscetíveis a deslizamentos. Também historicamente, as parcelas mais pobres da população foram sendo “empurradas” para os morros e periferias. Essa combinação gerou a ocupação desordenada dessas áreas, um grande perigo para os moradores. Estes, no entanto, muitas vezes não têm para onde ir e se expõem ao risco em nome de uma moradia que possam sustentar. Permanecem ali, esquecidos, abandonados, entregues à sorte. Quando chove, vem o medo. Recentemente, caso parecido aconteceu em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. O absurdo é que se deixe chegar nesse estágio.

Programas de moradia deviam priorizar moradores de áreas de risco. Quem vive em morros e encostas deveria receber um local digno para viver em habitacionais destinados a esse fim, em áreas seguras. Cabe às administrações municipal, estadual e federal trabalhar para esse fim. Não é impossível, basta disposição – e o mínimo de humanidade. “Remendar” o problema depois de ocorrido não adianta, pois os estragos já estão feitos. No evento atual, mais de 100 mortes já foram registradas e outros tantos cidadãos continuam desaparecidos. O trabalho de resgate não basta, indenizar as famílias afetadas não basta. É imperativo que o assunto seja tratado de forma antecipada, com vistas a evitar que esses casos ocorram – porque, se nada for feito, eles continuarão a ocorrer.

Tragédias como as que ocorreram no Recife ou em Petrópolis – só para citar os casos mais recentes – não são imprevisíveis, nem culpa da natureza. São esperadas, uma vez que a permissividade com a ocupação do solo de maneira errada as propicia. Ir à TV dizer que vai dar “todo apoio” às famílias atingidas tem menos valor, quando se podia ter trabalhado para que elas não fossem afetadas.

Novo Ensino Médio: evolução ou risco?

Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

| seg, 11/07/2022 - 11:50
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Estudantes de todo o país começaram, neste ano de 2022, a trilhar um caminho um pouco diferente em suas escolas, com a implementação do chamado “novo Ensino Médio”. A reformulação no sistema de ensino-aprendizagem para essa faixa trouxe uma série de inovações e avanços, mas também suscita questões sobre sua plena aplicabilidade. Enquanto o novo Ensino Médio abre portas e oferece novas possibilidades ao aluno, também corre o risco de aprofundar desigualdades, caso não seja gerido de maneira adequada.

O novo Ensino Médio deixa para trás a grade curricular rígida e homogênea para todos os alunos e adota os itinerários formativos, que são “caminhos” pelos quais cada aluno pode optar por seguir dependendo de que área tenha mais afinidade, já pensando no seu futuro profissional. Os itinerários abrangerão as áreas de linguagens, ciências da natureza, ciências humanas e sociais e matemática. Apenas Português e Matemática continuam obrigatórias em todos os anos; as demais serão adequadas ao percurso escolhido pelo estudante, que também pode optar pelo ensino técnico.

Sob essa ótica, o novo Ensino Médio se apresenta bastante promissor, posto que resolve um problema da educação tradicional: tratar todos os estudantes de forma homogênea, deixando de lado suas preferências e aspirações. O adolescente, agora, ganha maior protagonismo sobre sua formação acadêmica e pode começar a se preparar melhor para um eventual curso superior que venha a escolher. É importante, no entanto, que sejam ofertadas ao aluno disciplinas que sirvam, de fato, para a vida, como educação financeira e, principalmente empreendedorismo. Este último serve não apenas para aprender a abrir uma empresa, mas como reunir um conjunto de habilidades e competências que fazem toda diferença na formação pessoal e profissional.

Por outro lado, um ponto contestável da proposta do novo Ensino Médio é justamente a oferta dos itinerários formativos. Cada escola ou rede de ensino poderá ofertar diversos itinerários, de acordo com sua capacidade. Aí surge um problema: a diferença de estrutura entre unidades. É de se imaginar, por exemplo, o descompasso entre o que uma escola particular da capital pode oferecer e o que uma pública do interior consegue alcançar. Desta forma, corre-se o risco de criar uma lacuna ainda maior entre realidades, com algumas trazendo ainda mais estrutura para os alunos, enquanto outras permanecem estagnadas. Os reflexos desse abismo social podem se tornar ainda maiores. Para que isso seja atenuado, é preciso ainda mais esforços e investimentos maciços na qualidade da educação pública, para que tenha as condições de oferecer o ensino que todos os alunos merecem.

O novo Ensino Médio é uma realidade e já começa a mudar a vida de adolescentes por todo o país. Daqui em diante, é certo que inconsistências e dificuldades vão surgir, e elas devem ser sanadas com probidade e responsabilidade pelas autoridades competentes. No fim, estamos falando do futuro de nossos jovens, o que é, por conseguinte, o destino do Brasil.

O futuro a nós pertence

Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

| qui, 09/06/2022 - 09:26
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Chega a ser clichê dizer que o futuro de cada pessoa só depende dela mesma. Além de clichê, é um erro. Há diversos fatores que influenciam no desenvolvimento pessoal e/ou profissional de cada um, disso não há dúvidas. No entanto, não se pode relegar seu destino apenas ao ambiente ou a outras pessoas: há que se tomar as rédeas da própria história e saber lidar com as situações que se apresentam à frente. O ambiente interno deve estar sempre preparado para enfrentar o externo.

Se muitos dizem que “o futuro a Deus pertence”, defendo que ele pertence a cada um. É você que tem que definir sua trajetória, com base nos seus desejos. Claro, tudo deve ser feito com iluminação divina. Quando você se propõe a realizar algo que será benéfico e dará bons frutos, Deus – ou o Universo, ou qualquer divindade em que você deposite sua crença – irá contribuir também para o seu sucesso. Entendamos com uma parceria: você e Deus, cada um fazendo sua parte.

Ao internalizar tal responsabilidade na construção do seu futuro tão desejado, é preciso agir. Mais uma vez: nada vai cair do céu ou acontecer por milagre; do contrário, é necessário ir atrás, lutar, trabalhar muito, cair, reerguer-se para, enfim, conquistar. Digo sempre que seus sonhos não virão buscá-lo na porta de casa, mas você que deve ir até eles. Para isto, preparação, planejamento, trabalho e determinação são palavras de ordem. Pode não ser fácil, pode não ser rápido, e certamente será trabalhoso, mas, garanto, a sensação de realizar um grande desejo supera qualquer sofrimento prévio.

Costumo dizer que o planejamento é o mapa para o sucesso. Colocar no papel os objetivos e as metas, de forma estruturada, sempre ajuda a ter uma melhor noção do desafio, ao mesmo tempo que mostra como é possível dividir um grande sonho, que pode parecer impossível, em conquistas menores, factíveis. Assim, também é fácil de acompanhar o progresso da jornada, que influencia diretamente na motivação – afinal, ver a conclusão de etapas dá um gás extra para seguir.

O sobrenatural não irá realizar todos os seus desejos. Eles somente virão com trabalho e dedicação. Quem “deixa a vida levar” acaba vagando, ficando à deriva, submisso ao acaso. Quem deseja ter sucesso e prosperidade, no entanto, deve sempre buscar a ação e mover-se na direção desejada. Parado, ninguém progride.

 

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