Marco Polo participa de palestra no “A Letra e a Voz”

Homenageado falou sobre a sua descoberta da poesia e da música

qui, 25/08/2011 - 12:53
Chico Peixoto/LeiaJá Imagens Poeta elegeu sua "santíssima trindade": Bandeira, Drummond e Cabral Chico Peixoto/LeiaJá Imagens

Na noite de quarta-feira (24) o jornalista, poeta, cantor e compositor Marco Polo falou um pouco de sua trajetória musical e sobre a arte de escrever, em palestra na Livraria Cultura, como parte da programação do 9°festival Recifense de Literatura. Junto à poetisa Lucila Nogueira, ele é um dos homenageados do festival, e sua palestra teve como mediador o Professor de Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco Paulo Marcondes.

Marco iniciou sua fala contando que começou a escrever poemas quando tinha apenas 10 anos. “Minha descoberta real da poesia foi ao ler o poema “Ismália”, de Alphonsus de Guimaraens. Aos 15 anos fui apresentado ao escritor Ariano Suassuna, e entreguei um ‘calhamaço’ de poemas manuscritos, e ele teve a paciência de ler e avaliar um por um”, relembra Polo.

Segundo o escritor, o estilo dos poemas de Polo iria agradar o crítico e então editor-chefe do Suplemento Literário do Jornal do Commercio, João Alexandre. “A partir daí, começou uma grande amizade, João me emprestou livros e assim completou a minha santíssima Trindade: (Manuel) Bandeira, (Carlos) Drummond (de Andrade) e (João) Cabral (de Mello Neto)” afirma. Sua primeira publicação foi no suplemento.

Percebendo que poesia não pagava as contas, resolveu se aventurar no mundo do jornalismo, e começou a escrever para alguns jornais que circulavam no Recife. “Cheguei a propor que fizéssemos uma greve: só mandaríamos poemas para os jornais publicarem se nos pagassem algo. Mas todos riram da ideia”, comentou.

Falou ainda sobre sua carreira com a banda Ave Sangria, em meados dos anos 1970, que unia músicos de Casa Amarela. “Eles tinham os instrumentos, eu tinha as músicas. Foi assim que nasceu a banda Tamarineira Village”, comenta, sobre o fato de depois terem, sido chamados para gravar um disco, e eleito o nome Ave Sangria para sua banda.

As histórias de Polo foram contadas como um grande livro aberto. Apesar de uma plateia meio morna e pouco preenchida, o poeta agradeceu e chegou a elogiar o fato de ser homenageado ainda em vida. “Fazer homenagens post-mortem é como fazer um pedido de desculpas”, atacou o ex-Ave Sangria.

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