O apocalipse não veio, mas o Easy Star All Stars sim

Grupo jamaicano de dub se apresentou no Recife com casa cheia nesta sexta (21)

por Felipe Mendes sab, 22/12/2012 - 04:40

Em época de fim de mundo, sempre há tempo para festejar e ouvir boa música. Brincando com as previsões catastróficas acerca do dia 21 de dezembro de 2012, a festa Apocalypse Now trouxe para o Recife os jamaicanos do Easy Star All Stars, referência mundial em dub. A noite ainda contou com shows das bandas pernambucanas Mundo Livre S/A e Café Preto, além da discotecagem de Buguinha Dub entre as atrações.

Começando os shows da noite, a banda Café Preto tocou seu repertório autoral. O grupo encabeçado pelo líder da banda Devotos, Cannibal, tocou as canções do seu primeiro disco, lançado recentemente. A história da Café Preto se encontra com as da atração principal da noite, o Easy Star All Stars: Victor Rice, produtor da banda jamaicana, mixou o disco dos pernambucanos. "A ideia inicial da Café Preto já era fazer um trabalho calcado no dub e no reggae", contou Cannibal ao LeiaJá. A apresentação contou com a participação especial do rapper Zé Brown.

Em seguida, a Mundo Livre S/A subiu ao palco. O vocalista Fred 04 iniciou o show avisando que a banda faria uma homenagem "A um cara que adorava reggae, dub, música jamaicana: Chico Science". Em seguida, a MLSA tocou em primeira mão a versão feita pelo grupo para a música Rios, Pontes e overdrives, de Chico Science & Nação Zumbi. A versão acelerada, com pegada punk, agitou o público. "Vamos aproveitar o show para fazer imagens do próximo clipe da banda", avisou Fred 04 o LeiaJá antes de entrar no palco.

As músicas da Nação Zumbi estão integradas ao reperório da Mundo Livre por conta de um projeto em que as duas bandas trocam seus repertórios e dividem um disco, ainda a ser lançado. Mesmo destoando da sonoridade do reggae e do dub, dominantes no evento, a Mundo Livre SA conseguiu animar o público principalmente com músicas do disco mais recente, Novas lendas da etnia Toshi Babaa. Mas sempre há espaço para canções como Musa da Ilha Grande, Meu Esquema e Bolo de Ameixa. 

A Easy Star All Stars entrou quando já passavam das duas da manhã, e agradou desde o primeiro acorde. Mesclando músicas de diferentes discos, o grupo jamaicano manteve o ânimo durante o show e não decepcionou os recifenses que encheram a casa de show para assistir a apresentação.  

Formada para ser a banda de apoio da gravadora Easy Star, a banda ganhou fama mundial ao criar releituras dub para discos clássicos da música pop mundial. A jornada começou com Dub Side of the Moon, versão de The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd. Em seguida, o grupo lançou Radiodread, baseado na obra da banda Radiohead e o álbum Easy Star’s Lonely Hearts Dub Band, com o repertório do clássico Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles.

Entre os momentos de maior participação do público está a hora em que a banda tocou Time, do Pink Floyd. Com algumas frases em português, os jamaicanos se comunicaram com o público de forma simples e direta. E o que se viu foi muita gente dançando e até cantando junto com o Easy Star All Stars. O contraponto foi a demora para o início do show, que fez com que algumas pessoas comessasse a ir embora antes da apresentação terminar.

COMENTÁRIOS dos leitores