Exposição mostra imagens raras do passado do Recife
Homenagem aos 476 anos da cidade retrata o ontem e hoje
Para prestigiar as comemorações aos 476 anos da capital pernambucana, o Instituto Ricardo Brennand apresenta sua mais nova exposição Velhas Imagens do Recife, em sua galeria no complexo cultural localizado na Várzea. A mostra começa na próxima terça (19), sob curadoria do pesquisador e diretor de pesquisa do instituto, Leonardo Dantas. A exposição, que segue até o dia 11 de abril, traz um amplo acervo próprio de imagens, gravuras, fotos e postais que compõem um importante registro do desenvolvimento do Recife.
A mostra é composta por 240 peças do período de 1645 a 1920, entre as quais uma gravura de 360° da cidade feita pelo alemão Frederick Hagedorn em 1855, uma aquarela original do Recife de 1827 de R. Smith e gravuras raras do pintor alemão Emil Bauch, que representam a segunda coleção particular completa deste artista. "Acompanhamos a iconografia desde o período dos primeiros mapas dos séculos 16, 17 passando pelo período holandês e toda parte de gravuras do século 19, até chegar os fotógrafos no final do seculo 19, início do século 20", comenta Leonardo Dantas.
Uma das mais impactantes imagens do Recife é um panorama da torre da igreja do Espírito Santo, de 1855, que representa um dos mais belos painéis circulares, dividido em três estampas (350 x 827 mm) que aparecem unidas. A gravura feita pelo alemão Frederick Hagedorn foi fotografada por Helder Ferrer.
Outro grande destaque da exposição é o desenho de R. Schmidt, executado entre 1826–1832. Com 170 por 1.020cm, ele retrata a Rua do Amorim (Bairro do Recife), vista provavelmente do mirante da casa dos comerciantes ingleses Crabtree Heyworth & Cia. A imagem na exposição foi editada pelo litógrafo e gravador suíço Johan Jacob Steinmann, que chegou ao Rio de Janeiro em 1825, e gravada pelo também ilustrador e editor Frederico Salathé, na Basiléia (Suíça).
uma das maiores preciosidades da mostra são as coletâneas que mostram vistas diferenciadas do Recife e de seus arredores em litografias (técnica de gravura bastante comum na época), cromolitografias (método da litografia através da qual os desenhos são impressos em cores) e postais. Fazem parte deste conjunto, uma série de 33 litografias publicadas entre 1863 e 1865 do artista suíço Luís Schlappriz, que retratou a cidade entre os anos de 1858 e 1865; 58 cromolitografias do Álbum de Pernambuco e seus arrabaldes, editadas pelo litógrafo Henrique Carls, a partir de 1878, e litografado pelo alemão Luís Adam Cornell Krauss (1850 – 1877); e um vasto material de postais, popularizados a partir de 1880.
Velhas imagens do Recife integra ainda retratos em fotografia de importantes nomes em Pernambuco, entre os quais o primeiro fotógrafo profissional estabelecido no Recife, o norte-americano José Evans. E outra grande curiosidade para os visitantes são as imagens clássicas do Recife, produzidos pelo fotógrafo pernambucano Fred Jordão, com mais de 20 anos de carreira, feitas a partir de referências históricas de peças do acervo do Instituto, como Franz Post e Marc Ferrer. “O público terá acesso a uma parte inédita da coleção do instituto. 90% das imagens que estarão em exposição nunca foram exibidas antes. Desta forma, os visitantes poderão observar com seus olhos como a cidade evoluiu ao longo de três séculos”, destaca Leonardo Dantas, curador da exposição.
Serviço
Velhas imagens do Recife
19 de março a 11 de abril
Instituto Ricardo Brennand (Alameda Antonio Brennand, s/n – Várzea)
Terça a domingo | 13h às 17h
R$ 15 (inteira) | R$ 5 (estudantes, professores e idosos acima de 60 anos com documentação comprobatória) | Crianças de até 7 anos acompanhadas e escolas públicas agendadas têm entrada gratuita
(81) 2121 0352 | (81) 2121 0365