A mãe de Paulo Gustavo agora é um filme

'Minha mãe é uma peça' faz retrato bem-humorado dos sentimentos entre mães e filhos

por Tarcísio Acioli qui, 20/06/2013 - 07:55
Divulgação Dona Hermínia (Paulo Gustavo) com Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Marcelina (Mariana Xavier) Divulgação

O que fazer quando, sem querer, sua mãe ouve tudo o que você falou sobre ela durante um momento de raiva? Como lidar com a frustração e o sentimento de arrependimento depois de expor opiniões que surgiram apenas naquele segundo? Em Minha Mãe é uma Peça, filme do humorista Paulo Gustavo que estreia nesta sexta (21), essas e outras questões são tratadas com muito bom humor e um leve toque de exagero.

Dona Hermínia (Paulo Gustavo) é uma dona de casa estressada que vive em função dos filhos e da casa. Nervosa, ela passa o dia gritando com todos. Desde um desconhecido na fila do supermercado até os seus vizinhos em uma reunião do condomínio, ninguém escapa da fúria e frustração sentida pela matriarca.

Casada com Carlos Alberto (Herson Capri), ela teve três filhos: Garib (Bruno Bebianno), o mais velho, casado e que vive em Brasília; Juliano (Rodrigo Pandolfo), filho homossexual e o mais apegado à mãe; e Marcelina (Mariana Xaviver), a mais nova e principal alvo das críticas de Hermínia. Carlos Alberto a deixa para viver com Soraya (Ingrid Guimarães), uma mulher mais magra, jovem e moderna.

Durante um passeio com o pai e a madrasta, Juliano deixa o telefone ligado e sua mãe ouve os comentários dele e de sua irmã, mostrando assim uma verdade a qual ela preferia ignorar: os filhos preferem viver na casa do pai. Magoada, ela decide arrumar suas malas e ir embora para a casa da Tia Zélia (Suely Franco), se afastando assim das crianças e tomando um tempo para refletir e se recuperar do baque.

Longe de sua verdadeira mãe, o rapaz e Marcelina são forçados a enfrentar a realidade e passam a notar o quão importante é a a presença dela em suas vidas. Apesar do enredo piegas e cheios de lugares comuns, o filme arranca boas risadas e promete ser um dos grandes sucessos de bilheteria nacional.

A verossimilhança apresentada com a relação conturbada entre mães e filhos é, talvez, o maior trunfo da produção. A atuação e o carisma de Paulo Gustavo também contribuem para que o longa passe rapidamente e delicie seus espectadores durante sua 1h25 de exibição. Cenografia impecável e ótima escolha de cores são outra marca do belo desfile visual proporcionado pela película.

Talvez a ganância em aproveitar a onda de sucesso do programa de TV 220 Volts possa ter atrapalhado o desenvolvimento de um roteiro mais enxuto e coeso. A falta de cuidado com as indicações dos flashbacks atrapalha a compreensão da história, mas aqueles que forem mais atentos poderão notar a diferença e não se perder no meio das piadas. No geral, Minha Mãe é uma Peça é o típico filme de humor nacional que enche as salas de cinema e deve ganhar uma continuação em poucos anos.

COMENTÁRIOS dos leitores