Jesuíta Barbosa e Rodrigo Garcia: prêmio por 'Tatuagem'

seg, 18/11/2013 - 12:05

Rodrigo Garcia admite que esperava o Kikito de melhor coadjuvante por Tatuagem. Mas é modesto: "É que não havia outro concorrente." O júri do Festival de Gramado tirou um coelho da cartola e outorgou o prêmio postumamente a Walmor Chagas (1930-2013).

Outro júri, o do Festival do Rio - na Première Brasil, fez justiça, e em dobro. Não apenas Garcia ganhou o prêmio de coadjuvante,- como seu colega de elenco, Jesuíta Barbosa, recebeu o Redentor de melhor ator, prêmio que, em Gramado, foi atribuído a Irandhir Santos, também por Tatuagem. O júri do Rio deu seu prêmio especial ao longa de Hilton Lacerda, e ele recebeu o Redentor de melhor filme do público.

Tatuagem estreou na cidade no fim de semana com o Cine Holliúdy de Wander Gomes. Se você prestar atenção, verá que Jesuíta Barbosa, o Jesu, está no elenco do longa cearense - um papel menor, mas bem diverso da Fininha de Tatuagem (o que comprova sua versatilidade).

Aliás, é um desafio que ambos sabem que terão de vencer. O filme de Lacerda é muito forte, mas, como aborda o universo gay - e já passou no Festival Mix Brasil, no qual teve sua pré-estreia em São Paulo, Tatuagem corre o risco de ganhar um rótulo e ficar confinado ao gueto. Será injusto com uma obra que você não precisa amar para constatar: todo o elenco do filme é excepcional, mas o trio Irandhir Santos/Jesuíta Barbosa/Rodrigo Garcia é fora de série.

Paulette, a transformista de Garcia, é extrovertida, uma personagem para 'fora', o que não a impede de ter um momento muito denso de diálogo com Irandhir, quando ambos se abrem e falam de solidões, de desejos. E se o público e os próprios diretores o virem somente como Paulette? Garcia, de cara limpa, num café da manhã com 'Jesu' e o repórter, não pensa duas vezes. "Olha eu aqui. Tenho cara de Paulette? E as pessoas podem até me oferecer outra Paulette, mas não vou fazer. Não vou me repetir até virar clichê."

TATUAGEM - Direção de Hilton Lacerda. Com Irandhir Santos e Jesuíta Barbosa. Drama

(Brasil, 2013). 110 minutos

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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