Todo o calor de Isaar

Cantora e compositora lança terceiro disco nesta sexta (11), durante o evento Conexão PE, que ainda conta com apresentações de Curumin e da argentina La Yegros

por Felipe Mendes qui, 10/04/2014 - 16:55

A cantora e compositora Isaar França é dona de um timbre único, e marca presença na cena musical pernambucana desde a formação do grupo Comadre Fulozinha, que encabeçava. Sua voz característica e agradável vem acompanhada do bom gosto musical que faz dela uma das cantoras mais expressivas desta geração da música de Pernambuco. Com dois discos lançados - Azul claro e Copo de espuma -, Isaar acumula palcos e experiência, e se prepara para lançar nesta sexta (11) o terceiro, intitulado Todo calor.

Com mais de quinze anos de carreira, Isaar traz para este trabalho uma sonoridade mais pesada, menos regionalista e mais urbana que nunca. Em conversa com o LeiaJá, a cantora fala do baque que levou com o assassinato do baixista Lito, que a acompanhava desde o início da carreira solo, da construção de uma nova banda, do processo de preparação e gravação do terceiro álbum e do show de lançamento, que contará co apresentações de Curumin e da argentina La Yegros.

Todo calorestá disponível para baixar desde fevereiro. Também é possível ouví-lo na íntegra no youtube.



Quanto tempo você passou na pré-produção deste terceiro disco, Todo Calor?

É um pouco complicado porque a gente começou a trabalhar ainda com Lito (baixista que acompanhava Isaar, morto em 2012). Eu tive que parar tudo para organizar o juízo e mudei praticamente todo mundo na banda. Algumas das canções deste disco já estavam sendo trabalhadas. Na época eu disse: ‘gente, não sei se eu tenho condições de me comprometer com ninguém, não sei se vou virar cantora gospel (risos), para tudo’. Depois convidei Rama para tocar o baixo, conheci Do Jarro (bateria) e mantive Deco (trombone), que não tinha gravado o disco, mas já fazia shows comigo, e Gabriel, que está comigo desde o começo, ele gravou os três discos. Parece muita coisa, mas nem é, porque em 2012 eu já estava com essa banda e os meninos estavam com muita vontade. Em abril de 2013 é que a gente começou mesmo a fazer uma pré-produção mais focada no disco. A gente já tava se entrosando nos shows e tive a sorte de um amigo meu, Tiago (Zé Cafofinho), me alugou um galpão já com estrutura de estúdio, que ficava no Edifício Pernambuco, na Avenida Dantas Barreto. A gente passou um tempo lá trancafiado, tocando quase todo dia. Eu convidei Berna (produtor do disco), ele assistiu um ensaio, no segundo já gravou e no terceiro já mostrou a gravação apontando o que tinha que ser melhorado e em seguida a gente entrou em estúdio.

Como foi o processo dentro do estúdio?

A gente separou uma semana pra ficar gravando todo dia. E a gente gravou muita coisa junto também, porque o estúdio dá essa possibilidade de o baixista gravar numa sala, o guitarrista em outra, e gravar tudo ao vivo. É uma coisa que eu gosto porque na hora do show o sentimento fica muito parecido. É pessoal meu porque tem gente que faz um disco e o show é outro. O disco é uma coisa e o show é outra. Quando a gente faz assim acho que tem uma proximidade maior. Eu me preocupo que as pessoas assistam o show e possam levá-lo pra casa, acho que quando compram o disco na hora do show é isso que elas querem.

O que muda na sua música com os novos integrantes da sua banda?

Como foi a escolha do repertório? Onde você foi buscar as canções novas, principalmente as que não são suas? Houve alguma mudança na maneira de construir o repertório deste disco em relação aos outros?

Acho que foi bem parecida a escolha do repertório. Porque é sempre algumas músicas que eu já tinha, algumas que eu compus durante o processo, músicas de amigos que estão mais próximos, que às vezes mandam alguma coisa que eu acho legal. E como a vida sempre muda, a gente também vai mudando. De última hora entrou uma de Cássio Sette, que eu já estava para gravar há um tempo mas achava que nem ia entrar neste disco. Algumas que eu achava que iam entrar, mas não entraram. E tem músicas de Graxa, Beto Villares, e tem um poema do poeta França, de Olinda, que Lito musicou. Vou esquecer de alguém... (risos).

O que você está preparando para o show?

Este show é o lançamento oficial do disco Todo calor. É o show que tem mais fidelidade com o disco, e a gente preparou exclusivamente para esta data, não haverá outro igual. Teremos nos metais os meninos que participaram do disco, com participação do Voz Nagô, um grupo feminino de meninas negras, uma criação de Naná Vasconcelos para a abertura do Carnaval do Recife. Foi massa a participação delas no disco e vai ser massa no show. O disco foi todo feito aqui, gravado, mixado – por Berna, que produziu – e masterizado aqui.

Serviço

Lançamento de Todo calor, no Conexão PE

Shows de Isaar, Curumin e La Yegros

Sexta (11) | 22h

Estelita (Rua Saturnino de Brito, 385 - Cabanga)

R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia); comprando antecipado + 1kg de alimento ou um livro infantil, o valor da inteira fica R$ 40

(81) 3127 4143

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