Mostra Canavial reflete cultura da Mata Norte do Estado

Evento conta com exibições e reflexões em torno do tema "Direitos Humanos"

por Carlos Silvio seg, 27/10/2014 - 21:00
Divulgação 'Brasil S/A', de Marcelo Pedroso, faz parte da mostra especial do evento Divulgação

A 4ª Mostra Canavial de Cinema, este ano com o tema Direitos Humanos, chega a oito municípios da Zona da Mata Norte do Estado de Pernambuco entre os dias 4 a 23 de novembro. A programação conta com exibições, discussões e outras atividades relacionadas ao tema e também ao cinema. O evento nasceu em 2011, buscando refletir a realidade da Mata Norte.  Entre as cidades que recebem o evento, Goiania, Aliança, Timbaúba, Tracunhaém, Vicência, Carpina e Nazaré da Mata.

“Da escravidão canavieira aos dias de hoje, a Zona da Mata Norte está historicamente pautada por relações de violência, sejam elas pessoais, econômicas ou políticas”, diz Caio Dornelas, idealizador e diretor da Mostra Canavial. “Já vínhamos discutindo isso desde a primeira edição da mostra, pois uma de nossas marcas é a discussão política bem delineada. Acreditamos que ações não podem ser só estéticas ou só políticas. Não dá pra separar arte da transformação social”.

Foram preparados dois programas para o evento: Do Canavial Para o Mundo e Do Mundo Para o Canavial. Ambos foram feitos pelo curador da mostra, o jornalista e crítico Rodrigo Almeida. A programação também contempla uma mostra especial, que será exibida no dia 9 de novembro dentro do Cineteatro Polytheama (Goiania), com o longa Brasil S/A, de Marcelo Pedroso e dois curtas: Paraíso dos Homens (PE), de Tony Rodrigues, sobre a arte a exploração em torno do sistema canavieiro, e O que se memora (PE), de Caio Dornelas e Ernesto Rodrigues.

O festival também conta com uma programação infantil feita em parceria com o Criancine (Festival de Cinema Infanto-Juvenil).

Oficinas e Seminários

Seis oficinas fazem parte das atividades de formação da Mostra Canavial: duas de animação, duas de preparação de elenco, uma de cineclubismo e uma de realização audiovisual. Desde a primeira edição o festival promove o Encontro Arranjo Produtivo Local do Audiovisual da Mata Norte, que culmina a programação do evento e busca promover a consolidação de uma estrutura que estimule a produção audiovisual local. As discussões desse ano giram em torno de direitos humanos e da transformação cultural que a Zona da Mata está vivendo.

Entre os profissionais que participam das discussões, César Piva (Agência de Desenvolvimento do Pólo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais), Vincent Carelli (Vídeo nas Aldeias), Francisco César Filho (curador e diretor), Amanda Mansur (UFPE), Mariana Valença (PortoMídia), Pedro Severien (Canne / ABD-PE), Cynthia Falcão (Massangana Multimídia), Carla Francine (Coordenadora de Cinema da Secult / Fundarpe) e Tarciana Portella (Instituto Delta Zero).

Confira a programação das mostras:

Do canavial para o mundo (108’)

Somos Somos (PE), de André Pyrrho e Paulo Leonardo, 7’

Nego Fugido (BA), de Cláudio Marques e Marília Hughes, 16’

Sophia (PB), de Kennel Rógis, 15’

Nº 27 (PE), de Marcelo Lordello, 19’

Malha (PB), de Paulo Roberto, 14’

À Margem dos Trilhos (PE), de Marcelo Pedroso e Pedro Severien, 8’

A sombra de um delírio verde (MS), de An Baccaert, Cristiano Navarro e Nicola Mu, 29’

Do mundo para o canavial (115’)

Ameaçados(PA), de Júlia Mariano, 22’

Menino Aranha(PE), de Mariana Lacerda, 13’

Anão Que Virou Gigante(RJ), de Marão, 10’

Marina não vai à praia(MG), de Cássio Pereira dos Santos, 16’

Eu não quero voltar sozinho(RJ), de Daniel Ribeiro, 17’

Ensaio sobre minha mãe(RJ), de Jocimar Jr, 20’

O Clube(RJ), de Allan Ribeiro, 17’

Mostra Criancine (93’)

L(SP), de Thaís Fujinaga, 21’

Amarelinha (BA), de Rafael Jardim, 12’ 20”

O Cangaceiro (PE), de Marcus Buccini, 6’

Eu queria ser um monstro (RJ), de Marão, 8’

Paleolito (RJ), de Gabriel Calegario e Ismael Lito, 7’

Cabeça de Papelão (RJ), de Quiá Rodrigues, 20’

Quando eu crescer (PB), de Emanuel Dias, 12’10”

Mostra Especial (93’)

Paraíso dos Homens(PB), de Tony Rodrigues, 10’42”

O que se memora(PE), de Caio Dornelas e Ernesto Rodrigues, 10’10”

Brasil S/A(PE), de Marcelo Pedroso, 72’

Confira a programação completa e se inscreva para as oficinas do evento no site oficial

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