Recifusion estimula campanha de combate ao preconceito
O movimento #QueMachoÚo ganhou as redes baseado em um comentário machista na página do evento
Durante a sétima edição do Festival Internacional de Graffiti, uma atividade realizada durante a Vivencia artística, despertou o preconceito de alguns. A divulgação de um desenho com nu artístico de uma modelo, rendeu comentários preconceituosos na rede. O posicionamento machista levantou uma indagação: Fechar os olhos ou articular um movimento para banir o preconceito? A equipe do evento escolheu a segunda opção e deu início a um movimento, utilizando a hashtag #QueMachoUó.
“Nosso intuito foi transformar um ato negativo em complementar. O tema deste ano do Recifusion levanta justamente a bandeira para eliminar o preconceito contra as mulheres. E a hashtag vem contribuir para estimular o debate”, afirmou a coordenadora de comunicação do evento Rafaella Ribeiro, ressaltando que a campanha foi bem aceita pelos participantes e outros internautas. Para a grafiteira Ranne França preconceitos dessa categoria não precisam ser levado em consideração.
A grafiteira Ranne França defende que dar continuidade ao trabalho das mulheres na arte de rua por si só é uma forma de eliminar o preconceito. “Se fosse comigo não daria importância porque esse cara só pode ser digno de pena. Continuar grafitando na rua e conquistar o meu espaço é uma resposta muito mais firmeza para tudo isso. Mas o movimento é bom para estimular aos demais a pensar sobre esse tipo de comportamento”.
Com a atitude preconceituosa, o movimento também ganhou as rodas de diálogo do evento. Na última sexta-feira (27) , o debate sobre a inserção da mulher na arte ganhou fôlego. Tanto os participantes do festival, quanto os internautas começaram a postar fotos utilizando a #QueMachoUó. “Os artistas da vivencia ficaram chocados com a situação e começaram a postar suas fotos com cartazes utilizando a nova hashtag. O movimento tá fluindo e quem quiser ajudar é só postar uma foto utilizando a #QueMachoUó”, convidou Rafaella. A coordenadora de comunicação ainda adiantou que o movimento deve ter continuidade após o festival.