Atores falam das dificuldades e emoção da Paixão de Cristo

Espetáculo que começou a ser exibido nesta sexta-feira (18) contou com a atuação de nomes de peso da dramaturgia brasileira

por Roberta Patu sab, 19/03/2016 - 08:26

Assumir a responsabilidade de se apresentar para, aproximadamente, 70 mil pessoas não deve ser uma tarefa muito fácil, mesmo para os atores mais veteranos. Pelo menos foi o que afirmaram os estreantes da 49ª edição da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, em Fazenda Nova, no município de Brejo da Madre de Deus, Agreste Pernambucano. O espetáculo, que começou a ser exibido nesta sexta-feira (18), contou com a atuação de nomes de peso da dramaturgia brasileira.

Para 2016, vários atores foram convidados como Bianca Rinaldi, que interpreta Maria, Antonio Caloni, como Herodes, Odilon Wagner, como Pilatos, Fiuk, como Apóstolo João e Igor Rickli, interpretando Jesus pelo segundo ano consecutivo. Durante entrevista coletiva, os artistas falaram sobre suas principais dificuldade, bem como do significado de estar participando de uma das maiores encenações ao ar livre, reconhecida nacionalmente e até mundialmente.

O ator Antonio Caloni que já está na estrada há anos e possui vasta vivência no teatro, no cinema e na TV, revelou que enfrentou um dos mais diferentes desafios para interpretar Herodes. “Estamos falando da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, algo grandioso e que requer muita atenção tanto na fala quando nas interpretações gestuais. Esses são os grandes desafios. Você tem que ter muita precisão do limite das falas e do posicionamento do corpo para não atropelar o texto, que está gravado, limitando de certa forma o improviso”, falou o artista.

Quanto ao convite e a oportunidade de participar da Paixão, Caloni diz que já recebeu inúmeros chamados, porém, só agora pode participar. “Já foi convidado muitas vezes, mas sempre tinha outro trabalho acontecendo. Mas, este ano, tive o prazer de fazer parte do elenco e estar aqui é uma exclusividade”, contou. Ainda em entrevista, ele relatou que mesmo com os desafios quando o artista está disponível e permeável com as energias e o momento, tudo flui.

Extremamente emocionado, o ator Odilon Wagner que interpretar o governador de Roma, afirmou que a passagem do evangelho para essa cena traz uma reflexão muito latente nos dias atuais. “Considero que Pilatos é o antagonista de Jesus. Enquanto, o Messias prega o amor ao próximo, Pilatos é exageradamente egoísta. Colocando no cenário que vivemos, podemos pensar e refletir como agimos, como, deixando a torneira aberta e cuidando da natureza, por exemplo. Até quando vamos lavar nossas mãos”, alertou.

Odilon falou também sobre experiência de conviver com os atores locais e de se apresentar para um público tão expressivo. “É simplesmente fascinante! Você como ator, poder encenar para mais de 10 mil pessoas, diariamente, é uma troca de energia muito grande. Sem contar com as experiências que compartilhamos com os artistas locais”, exaltou.

Bastante conhecida por interpretar a Escrava Isaura, a atriz Bianca Rinaldi estreou na Paixão de Cristo, atuando como Maria. Para ela, viver a mãe de Jesus não muda sua percepção de mãe, nem de mulher. “Somos todas guerreiras! Tudo o que vivi aqui reforça minhas palavras e em tudo o que acredito. Perceber e representar o que Maria passou em ver seu filho sofrer, é permear e reforçar o meu dia a dia”, contou.

O mais novo do grupo de atores é o arista Fiuk. Também estreando no espetáculo da Paixão, ele conta que se sente abençoado com a oportunidade. “Sempre fui muito travado com o Teatro, mas estar aqui é maravilhoso, porque pude me dedicar bastante para o papel e a história”, considerou. 

O espetáculo da Paixão de Cristo segue suas encenações a partir deste sábado (19) até o dia 26 de março.

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