Imperatriz Leopoldinense causa polêmica com enredo

Setores do agronegócio ficaram ofendidos com a abordagem de temas como uso de agrotóxicos e exploração de terras dentro de reservas indígenas

por Wagner Silva seg, 09/01/2017 - 14:03

O samba enredo da escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense virou alvo de protestos de setores do agronegócio brasileiro. A polêmica começou por conta do uso de temas como o desmatamento, a exploração ilegal de terras indígenas e o uso de agrotóxicos na letra da música que será usada no desfile deste ano. O samba homenageia o Xingu indígena e fala sobre os problemas enfrentados pelos povos que habitam a região desde antes da colonização.

A coordenadora do Instituto Socioambiental, Adriana Ramos, participou ontem (8) do programa de rádio Natureza Viva, da rádio Nacional, e declarou que ficou surpresa com a repercussão do samba-enredo. "Essa é uma polêmica desnecessária porque o carnaval taí e as escolas de samba sempre dando espaço para mostrar diferentes visões de mundo, diferentes histórias e esta é só mais uma história que vai para a avenida, como a do agronegócio foi, no ano passado, com a Unidos da Tijuca", disse Adriana.

Em um post no Facebook, o carnavalesco da escola, Cahê Rodrigues, assegurou que a intenção “nunca foi agredir o agronegócio” e lembrou que a escola já “exaltou a música sertaneja” em 2016 e “mostrou a lida do homem do campo e a importância da agropecuária no centro-oeste brasileiro”. A declaração de Cahê foi uma resposta a nota de repúdio da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), afirmando que “a escola mostra total despreparo e ignorância quanto à história brasileira e à realidade econômica e social do país”.

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