'Autofagia' traz reflexão sobre transfobia
Produzido sem incentivo público ou privado, o curta-metragem possui provocações e reflexões sobre a realidade vivida por muitos travestis
Com um discurso forte e uma temática que permeia as discussões sobre gênero e sexualidade, a primeira produção cinematográfica do olindense Felipe Soares teve sua estreia na noite do sábado (1°) em solo pernambucano, durante a mostra competiviva do Cine PE. Produzido sem incentivo público ou privado, o curta-metragem Autofagia traz provocações e reflexões sobre a realidade vivida por muitos travestis. Segundo o diretor, o filme é um grito de socorro já que o Brasil é o país onde mais se mata travestis.
Durante a apresentação da produção, Felipe trouxe um discurso, bastante aplaudido, carregado de críticas. “Vivemos em uma sociedade hipócrita, preconceituosa. Autofagia vem com força, debater, gritar. Viva as diferenças, viva a diversidade, viva o cinema pernambucano”, declarou.
A narrativa, com duração de 11 minutos, acontece na cidade de Bezerros, Agreste pernambucano. O local das filmagens não foi escolhido à toa. Segundo Felipe Soares, a escolha foi baseada em estatísticas. “As cidades interioranas apresentam um grande índice de transfobia. O machismo e a questão religiosa são muitos fortes por lá", explica.
A trama não precisa de diálogos para envolver o espectador no universo dos dois personagens, interpretados pelo ator Emanuel D'Lucard e o bezerrense Arlindo Ferreira, e suas realidades distintas. Em entrevista ao LeiaJá, Emanuel falou de sua participação em 'Autofagia' e a construção de seu personagem. Confira:
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