Quadrinistas pedem visibilidade na 11ª Bienal do Livro

Durante debate sobre o mercado dos quadrinhos no país, ilustradores e editores falaram da falta de vitrine no circuito nacional

por Paula Brasileiro sab, 14/10/2017 - 19:50
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens Quadrinistas falaram sobre o mercado nacional durante a Bienal Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Os quadrinhos são a porta de entrada para o mundo da leitura para muitas pessoas, sobretudo crianças. O mercado nacional de HQs demonstra grande potencial e isso pôde ser visto na quantidade de interessados em ouvir os profissionais da área e colecionadores num debate sobre a importância e o desenvolvimento deste nicho durante o penúltimo dia da 11ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, neste sábado (14).

Para falar sobre o assunto, foram convidados Carol Pimentel, editora da Marvel, o ilustrador pernambucano Thony Silas e o roteirista Eron Villar, ambos da UEON Productions, além do empresário e colecionador de quadrinhos, João Janguiê Diniz. Eles falaram sobre a necessidade de visibilidade para este mercado além dos esforços dos profissionais independentes da área.

Carol explicou como as editoras têm se esforçado para trabalhar em função dos novos consumidores: “A gente entende que o mercado consumidor de livros é diferente do mercado consumidor de quadrinhos”. E revelou que é preciso ter um cuidado com o leitor, por isso, os quadrinistas de hoje se preocupam em trazer temas da atualidade. Dessa maneira, houve um aumento de quadrinhos voltados para o público feminino e a editora foi categórica ao afirmar que estes “são os títulos que estão vendendo melhor”.

O ilustrador Thony Silas falou, também, sobre as dificuldades em se produzir quadrinhos no país: “É preciso ter muita clareza e responsabilidade com o leitor além de muita visão e organização. Parcerias também são importantes”, disse. O colecionador João Janguiê Diniz também falou sobre o cuidado que os consumidores necessitam: “As editoras precisam entender que não se pode deixar o leitor de qualquer maneira. É preciso ter respeito com os colecionadores que acabam órfãos quando são retirados títulos que ‘não deram certo’.”

Visibilidade

A necessidade de abrir espaços para os quadrinhos e quadrinistas brasileiros também foi bastante discutida durante o debate. Thony Silas falou da necessidade da criação de uma agenda de eventos anuais para que os profissionais da área possam colocar seus trabalhos na vitrine: “Falta espaço para o quadrinista nacional”, lamentou. João Janguiê Diniz concordou e colocou-se à disposição para ajudar nessa pauta: “Faço questão de abrir espaço em eventos que realizo aqui mesmo no centro de Convenções para que vocês possam mostrar seu trabalho”. O público aprovou e aplaudiu bastante.

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