Trio Igarité faz show com releitura livre da Tropicália

Repertório apresenta clássicos do movimento que implodiu a MPB há mais de 50 anos. Neste sábado (9), em Belém.

sex, 08/03/2019 - 11:55

Primeiramente foi Tim Maia, lembrado e celebrado num show instrumental que cativou e emocionou o público no dia 16 de fevereiro. Agora, passado o carnaval, o Trio Igarité volta ao espaço de arte e gastronomia Casa do Fauno, em Belém, para revisitar o repertório da Tropicália, o movimento musical que implodiu a MPB há mais de 50 anos, com gritos e sussurros, guitarras elétricas, som eclético e vocação para causar polêmica. O show será neste sábado (9), a partir das 22 horas, com ingresso a R$ 15,00.

Se é para ter um nome – porque nem tudo é improviso, afinal –, o grupo intitulou o show como “Trio Igarité toca Tropicália e outros sambas”. Será também um show instrumental no qual os virtuoses do grupo interpretarão temas como “Panis et circenses” e  “Baby”, dentre outros de compositores do movimento, mas também “Samba de uma nota só” e  “Desafinado”, que são Bossa Nova pura e destilada, e até composições do Beatles.

Misturar conceitos, referências e sonoridades era, de fato, especialidade dos tropicalistas, liderados por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tom Zé, Torquato Neto e Capinam, dentre outros. Em seu “Livro de Ouro da MPB” (Ediouro, 2003), o crítico e pesquisador Ricardo Cravo Albin assinala que “a estética do Tropicalismo ressaltava os contrastes da cultura brasileira, como o arcaico convivendo com o moderno, a cultura de elite com a cultura de massa. Foi assim que absorveu vários gêneros musicais como samba, bolero, frevo, música de vanguarda erudita e o pop-rock nacional e internacional, mas também as inovações da Jovem Guarda, como a incorporação da guitarra elétrica. E, dentro dessa mesma linha, buscou apropriar-se poeticamente de disparidades, que iam de Brasília a Carmen Miranda, da ‘palhoça’ – a habitação rústica do nosso Brasil interiorano – ao legado do Movimento Modernista de 1922”.

“Nesse contexto musical multifacetado da Tropicália, nossa ideia é desenvolver temas de jazz a partir das melodias, todas muito conhecidas do público, e interferir nesses temas com nossos improvisos e com nossos solos de bateria, baixo e guitarra”, diz o contrabaixista Maurício Panzera. Além dele, a formação do Igarité para o show inclui André Macleuri na bateria e a participação especial de Marcelo Viana na guitarra. “Como de hábito, abriremos espaço para canjas”, promete o contrabaixista.

Panzera adianta que o show “Igarité toca Tropicália e outros sambas” será ainda mais instrumental do que o que homenageou Tim Maia, com casa cheia e público interagindo a cada canção. O motivo, ele diz, é que as letras dos tropicalistas são mais complexas que as de Tim e também menos conhecidas, o que decerto vai diminuir a participação direta da plateia ‘nos vocais’. “Mas tudo bem! Embora a ênfase do show vá ser no instrumental, acreditamos que mesmo assim devem rolar trechos cantados. Ficaremos abertos para isso. Não vamos podar o público”, promete.

Serviço

Atração: Trio Igarité

Artistas: André Macleuri, Marcelo Viana, Maurício Panzera

Show: Trio Igarité toca Tropicália e outros sambas

Local: Casa do Fauno

Endereço: Rua Aristides Lobo, 1061, Reduto, Belém

   Data e hora: 9 de março de 2019, sábado, 22h

Ingresso: R$ 15

Informações: (91) 99808-2322

Da assessoria do evento.

COMENTÁRIOS dos leitores