Como os artistas plásticos retrataram as pandemias

Artistas revelaram em seus quadros o caos e a esperança das populações em tempos difíceis

por Junior Coneglian qui, 19/03/2020 - 17:22

As pandemias, assim com é a do coronavírus (Covid-19), não são novidades em um mundo onde a saúde pública está em constante estado de atenção. Nas artes plásticas, mais especificamente nas pinturas, diversos artistas representaram um entendimento das enfermidades que modificaram a história. Por isso, o LeiaJá mostra alguns quadros que nasceram em períodos que assombraram a humanidade.

 1. "Cidadãos de Tournai Enterrando os Mortos Durante a Peste Negra" (1347)

Na época da proliferação da Peste Negra (1343 -1353), ou Peste Bubônica, era normal a cultura e as artes representarem o período com caveiras ou figuras humanas desesperançosas, como é o caso da obra bizantina que revela pessoas de luto encarregadas de cavar as covas e carregar caixões. As feições sofridas e de luto intenso são a marca da obra.

2. "A Praga" (1898)

Ainda sobre a Peste Bubônica, o simbolista Arnold Bocklin (1827-1901) apresentou a morte montada em uma espécie de criatura alada que sobrevoa uma cidade medieval espalhando o caos. Segundo os historiadores, ele se inspirou nas notícias sobre a praga que surgiram em Bombaim (Índia), em 1898.

3. "A Família" (1918)

Na pintura, o artista Egon Schiele (1890-1918) retrata a própria família durante o surto da Gripe Espanhola (1848 -1919). Na época, ele ainda enviou uma carta à mãe, que foi divulgada pelo site Dailyart Magazine: ‘’Querida mãe Schiele, Edith pegou a gripe espanhola há oito dias e está com pneumonia. Ela está grávida de seis meses. A doença é muito grave e com risco de morte. Estou me preparando para o pior". A esposa do artista, Edith, morreu dois dias após o envio da carta, e Egon após 4 dias.

4. "Autorretrato Após a Gripe Espanhola" (1919)

O pintor Edvard Munch (1863-1944) se retrata de cabelos ralos, pele amarelada e cobertores no colo, tudo metaforicamente evidenciando uma situação de enfermidade graças a infecção pela Gripe Espanhola. Ele criou uma série de estudos, esboços e pinturas sobre a proximidade com a morte, porém, foi um dos sobreviventes da pandemia.

5. "Ignorância = Medo" (1989)

Keith Haring (1958-1990) pintou o quadro quando foi diagnosticado com Aids. A obra valida a falta de conhecimento sobre a doença que, por muito tempo, foi preconceituosamente denominada como "praga gay".

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