Tudo que você precisa saber para criar um saci pererê

No Dia do Saci, separamos algumas dicas de como manter vivo esse ser do imaginário popular brasileiro

por Paula Brasileiro sab, 31/10/2020 - 08:00
Wikimedia Commons No Brasil, 31 de outubro é o Dia do Saci Wikimedia Commons

Ao longo de todo o mês de outubro, escolas infantis e de idiomas, restaurantes e casas de festas em todo o Brasil tomam emprestados os elementos do Halloween para marcar a tradição que culmina neste sábado (31). A cultura estrangeira tem ganho cada vez mais adeptos em território nacional, no entanto, nesse mesmo dia, por aqui, também é celebrada uma figura extremamente brasileira: o Saci Pererê. 

O negrinho zombeteiro de uma perna só, um dos personagens mais conhecidos do folclore do país, foi o escolhido para marcar este como um dia de defesa da cultura nacional. No Brasil, existem várias associações de criadores e observadores de saci que lutam para que a memória e história do serzinho mítico permaneçam vivas através das gerações. A criação do Dia do Saci foi um dos esforços levantados por essas pessoas apaixonadas por essa cultura. 

Para os criadores, manter os sacis - porque existem várias espécies deles - vivos é uma missão que pode ser compartilhada por qualquer um de maneiras simples. Além daqueles mais tradicionalistas, que chegam a fazer caminhadas em matas, distribuindo alimentos e água para os sacis se manterem, existem os que usam de outros meios para criar e cuidar de um saci. Para eles, disseminar as lendas e histórias do personagem talvez seja a forma mais fácil de perpetuar sua existência e isso pode ser feito através de livros, filmes e até músicas.

O LeiaJá preparou algumas dicas para você também criar o seu saci e ajudar a manter esse serzinho tão carismático e brasileiro mais vivo do que nunca. 

Um dos primeiros livros sobre a figura do saci, lançado em 1918,  foi um compilado de relatos de pessoas de todo o país que garantiram ter tido algum contato com o ser. Monteiro Lobato reuniu as histórias, primeiramente publicadas no jornal O Estado de São Paulo, e assim, ajudou a disseminar no imaginário popular as lendas sobre o negrinho de uma perna só. Anos mais tarde,  ele publicaria O saci, resgatando o mito em meio aos personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo. 

O escritor Monteiro Lobato é apontado como um dos maiores  responsáveis pela popularização do saci no Brasil. Foto: Reprodução

A Turma do Pererê - 365 dias na Mata do Fundão - Ziraldo

A Turma do Pererê, criação do cartunista Ziraldo, surgiu na década de 1960. A turminha é inspirada nos povos indígenas e lendas folclóricas brasileiras e é comandada pelo personagem mais carismático da mitologia nacional. Em 2006, a Turma do Pererê foi escolhida como uma das 100 melhores histórias em quadrinhos do século 20. 

Saci Pererê - 100 anos do Inquérito

Nesta revista, alguns colecionadores de saci se reuniram para celebrar o centenário da publicação de Monteiro Lobato, porém, sem repeti-la. Aqui a ideia é mostrar como o mito manteve-se vivo e até ganhou novas formas e se modernizou com o passar do tempo através do tempo. Também visa mostrar um olhar diferente ao de Lobato, que acabou criando o seu compilado a partir dos escritos de uma elite letrada que tinha acesso à informação no início do século 20. 

Baseada nos personagens de Monteiro Lobato, a série leva para a tela a boneca falante Emília, o Visconde de Sabugosa, a menina Narizinho e algumas lendas do folclore brasileiro, entre elas, o saci. A primeira versão da série foi exibida na década de 1970, na TV Globo. Nos anos 2000, o programa ganhou um remake, que atualmente está disponível no Globoplay. 

Turma do Pererê

A turminha criada por Ziraldo também ganhou uma versão audiovisual. O programa mostrava as peripécias de Pererê e seus amigos  utilizando recursos de dramaturgia, animação, música e linguagem dos quadrinhos. A série é voltada para crianças e adolescentes. É possível assistir a alguns episódios no site da TV Brasil. 

Criação no headphone

O Saci Pererê tem aparições registradas em algumas músicas do cancioneiro popular brasileiro também. Seja de forma sutil, ou mais escancarada, o negrinho já foi bastante cantado por grandes artistas nacionais.

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