Carlos Villagrán, o Quico de 'Chaves', completa 77 anos
Ator anunciou pré-candidatura ao governo do estado de Querétaro, no México
Nesta terça-feira (12), o ator e comediante mexicano Carlos Villagrán completa 77 anos. No Brasil, o humorista ficou marcado por interpretar o personagem Quico, do seriado "Chaves" (1971-1980), que começou a ser exibido pelo SBT em 1984. Em "Chapolin" (1973-1979), ele também teve atuações de sucesso, como o bandido Quase Nada, o Honorável Medidor de Luz e Seu Trocadeiro.
Desde pequeno, Villagrán sonhava em ser comediante ou jogador de futebol, mas iniciou uma carreira como fotógrafo de esportes, aos 23 anos, no jornal mexicano El Heraldo. Paralelo à fotografia, começou a fazer teatro e atuou pela primeira vez no papel de um menino de bochechas grandes, característica que marcaria muitos dos personagens do humorista.
Por muito tempo, Villagrán conciliou a carreira de fotógrafo com a de ator, até o dia em que foi convidado para uma festa na casa do intérprete do Professor Girafales, Rubén Aguirre (1934-2016). Lá, o comediante conheceu Roberto Bolaños (1929-2014), que o convidou a participar de suas obras.
Carlos Villagrán durante show com o personagem Kiko | Foto: Wikimedia / Horus Curcino
Em 1979, Villagrán deixou o elenco dos seriados de Chespirito (nome artístico de Bolaños). Os motivos são incertos até os dias de hoje, e muitos fãs ainda tentam entender o que ocorreu entre os comediantes. O intérprete de Quico levou o personagem para programas solos e, para não ter problemas com direitos autorais, mudou a escrita do personagem para Kiko.
Entre as diversas tentativas de emplacar o personagem, a que mais se destacou foi o seriado "¡Ah qué Kiko!" (1987-1988), que chegou a ser dublado e exibido no Brasil pela emissora NGT. O programa não conquistou a audiência da época e teve apenas uma temporada de 29 episódios.
Com o tempo, Villagrán resolveu sair da TV e começou a se apresentar com o personagem Kiko em circos e teatros. O show do comediante já passou diversas vezes pelo Brasil. Além disso, ele também participou de programas de TV, como "Programa Livre" (SBT, 1991-2001), "Programa do Jô" (Globo, 2000-2016) e "The Noite" (SBT).
Villagrán está prestes a iniciar uma nova fase em sua vida, pois no último domingo (10), o ator anunciou pré-candidatura a governador do estado de Querétaro, no México.
O trabalho que marca gerações
O trabalho de Villagrán marcou a vida de muitas pessoas em diferentes gerações, e o sucesso continua nos dias de hoje. O estudante e responsável pelas redes sociais do "Fórum Chaves", Igor Borges, 16 anos, lembra com carinho do episódio em que Quico comemora o próprio aniversário. "O personagem passa por grandes conflitos com os vizinhos e, no final, ainda demonstra uma esperança de que a empatia continue na vizinhança. Isso é quase uma aula de sociologia, que o Carlos Villagrán brilhantemente representou", lembra.
Igor Borges é responsável pelas redes sociais do "Fórum Chaves" | Foto: Arquivo Pessoal
Para Borges, Villagrán ganhou destaque na série, no momento em que a intérprete de Chiquinha, Maria Antonieta, saiu do elenco de "Chaves", e isso fez com que Bolaños desse mais destaque a Quico e o tornasse o melhor amigo do protagonista. "A dupla feita pelos dois personagens era magistralmente cômica e transmitia uma química bastante forte. Ninguém tinha uma sintonia tão boa com o Chespirito quanto o Villagrán", comenta.
O ator e dublador Nelson Machado | Foto: Arquivo Pessoal
No Brasil, os trabalhos de Villagrán foram marcados pela dublagem do ator Nelson Machado, que até hoje recebe o carinho dos fãs de "Chaves" e "Chapolin". "Se eu não tivesse sido escolhido pelo Marcelo Gastaldi e alguém chegasse para mim e mostrasse todos os personagens para eu escolher, eu teria escolhido o Quico. Considero ele o mais engraçado e o mais versátil dos personagens", declara Machado.
Atualmente, Machado possui um canal no YouTube, o "Papo com Machado" onde realiza lives e conversa com os inscritos sobre diversos assuntos. Em vários momentos, os fãs perguntam ao dublador sobre os tempos de dublagens de "Chaves".