Thor: Amor e Trovão é só pra quem é apaixonado pela Marvel

Novo filme do Thor não arrisca e aposta no humor pastelão

por Geraldo de Fraga ter, 05/07/2022 - 10:00
Marvel/Disney Thor: Amor e Trovão estreia no Brasil nesta quinta-feira (7) Marvel/Disney

É consenso até entre os fãs mais apaixonados da Marvel que Thor (2011) e Thor: o Mundo Sombrio (2013) não estão entre os melhores filmes do MCU. Por conta disso, Thor: Ragnarok (2017) deu uma repaginada no herói, o tornando um personagem mais cômico. Com esse sucesso em mãos, a Marvel tinha um novo Deus do Trovão, que permaneceu engraçado em Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato.

Eis que o Thor descontraído, e sarado de novo, está de volta em Amor e Trovão, uma comédia tão comédia, que mais parece uma paródia. Assim como seu antecessor, o longa é dirigido por Taika Waititi, que também interpreta, mais uma vez, o personagem Korg.

Como visto em Vingadores: Ultimato, ele e Thor deixaram a Terra na companhia dos Guardiões da Galáxia para viver aventuras no espaço. Enquanto enfrenta uma série de ameaças menores ao lado dos amigos, Thor sofre de amor, pois não consegue esquecer Jane Foster (Natalie Portman), sua namorada no início da saga.

Em meio a isso, um novo vilão surge para tirar a paz, não só do nosso herói, mas de todos os seres divinos: Gorr, o Carniceiro dos Deuses. O antagonista tem um plano maléfico para acabar com todas as divindades do universo de uma vez só, o que o leva direto ao filho de Odin. 

Interpretado por Christian Bale, Gorr é um dos primeiros problemas do filme. Não que o ator tenha sido uma má escolha, pelo contrário, é que fica claro como ele foi desperdiçado. A motivação do personagem para odiar os deuses é bastante plausível e ganha força durante a história, mas a atuação de Bale, com o desenrolar do enredo, se resume a fazer caretas e trocar porrada. Fica a sensação que sua escalação para o papel foi só para estampar o nome no poster.

Mas Thor, como diz o título do filme, é sobre amor. E o fio condutor da trama é seu reencontro com Jane Foster, que deixa der ser a eterna mocinha em perigo para embarcar em uma aventura com o amado, sendo uma versão feminina do próprio herói, empunhando o Mjölnir e tudo mais.

A jornada dos dois, ao lado de Korg e Valquíria (Tessa Thompson), é permeada de romantismo. Apesar da forçada de barra de dar um ar cômico à Jane, podemos dizer que a química entre Portman e Chris Hemsworth funciona para o que o roteiro propõe. Até mesmo uma forte carga dramática é colocada aqui. Mas esse é o único ponto que pode ser tratado como eficaz.

O humor verborrágico, já presente em Ragnarok, não causa mais impacto, nem quando temos a presença dos Guardiões da Galáxia, precursores da Marvel nesse quesito. O público infanto juvenil, alvo direto desse tipo de produto, vai relevar tudo isso, pois o estúdio atingiu um status de adoração entre os fãs.

Admiradores mais antigos dos quadrinhos da Casa das Ideias, no entanto, terão dificuldades com o humor pastelão cada vez mais saturado e as ideias requentadas, sejam elas retiradas das páginas das HQs ou não. Thor: Amor e Trovão pode funcionar como um capítulo especial da vida amorosa do herói e causar empatia com os espectadores, mas não passa de uma paixão de verão. Logo, logo você esquece.

Nota: ★★☆☆☆

Thor: Amor e Trovão (Thor: Love and Thunder, 2022)

Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman e Christian Bale

Direção: Taika Waititi

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