Peso Pluma recebe ameaças de morte por show em Tijuana
A prefeita da cidade, Montserrat Caballero, detalhou que a promotoria local está investigando se os cartazes foram colocados por grupos do crime organizado ou por alguma outra pessoa
Quatro cartazes com ameaças de morte ao cantor mexicano Peso Pluma foram colocados em diversos pontos da cidade de Tijuana, fronteiriça com os Estados Unidos e onde o artista tem uma apresentação marcada para outubro, informaram as autoridades nesta terça-feira (12).
A prefeita da cidade, Montserrat Caballero, detalhou que a promotoria local está investigando se os cartazes foram colocados por grupos do crime organizado ou por alguma outra pessoa, e vai avaliar se as ameaças justificam o cancelamento do show de Peso Pluma, que já admitiu ter escrito temas "sob encomenda" de traficantes.
"A mim corresponde proteger a população tijuanense e, por isso mesmo, nos próximos dias, vamos determinar se o show vai acontecer ou não", disse Caballero aos jornalistas. A apresentação está prevista para 14 de outubro.
Veículos de comunicação difundiram a imagem de pelo menos um dos cartazes com ameaças ao artista, de 24 anos, que tem como assinatura a sigla "CJNG", correspondente ao Cartel Jalisco Nova Geração, uma das organizações criminosas mais poderosas do México e com presença em diversos países.
Caballero informou que a polícia prendeu uma pessoa vinculada com a colocação dos cartazes e que, "até este momento", o estafe do artista não tinha feito qualquer contato com a prefeitura.
Peso Pluma, nome artístico de Hassan Emilio Kabande Laija, destaca-se como o primeiro mexicano a ter emplacado quase uma dezena canções entre as 100 mais tocadas dos Estados Unidos, segundo a revista Billboard, e no Top 50 global do Spotify, referências da indústria musical.
O artista aparece em vários vídeos vestindo roupas caras de grife e exibindo armas longas. Em pelo menos um deles, exalta diretamente o também dominante cartel de Sinaloa.
"Sabemos que os cantores como [...] Peso Pluma fazem apologia ao crime, então há certos grupos que se incomodam e, infelizmente, quem sofre as consequências são os cidadãos que querem assistir a seus concertos e correm risco", acrescentou a prefeita.
Caballero descartou, no entanto, a possibilidade de proibir em Tijuana os shows ou a difusão dos chamados "narcocorridos" - mistura do gênero musical mexicano "corrido" com letras que contam histórias de traficantes -, apontando que os pais são os principais responsáveis pela popularidade do gênero entre os jovens.
"Não basta apenas desligar a música, mas saber por que [os jovens] se veem projetados nessas músicas", frisou.