O parque do povo

| sex, 04/11/2011 - 08:52
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Parque urbano: espaço livre de edificações, geralmente caracterizado como espaço público, onde há abundância de vegetação e áreas não pavimentadas. Está localizado dentro de uma região urbana.  Desta forma podemos caracterizar o Parque 13 de Maio, o parque mais popular da cidade do Recife - no sentido mais abrangente da palavra. Ele está incrustado no coração do Recife, no bairro de Santo Amaro, contrastando com ruas e avenidas movimentadas do Centro.

O Parque 13 de Maio é o primeiro parque urbano histórico do Recife. Sua inauguração aconteceu em 30 de agosto de 1939, medindo quase sete hectares. A produção artística deste espaço ficou nas mãos de Burle Marx, um dos mais renomados paisagistas do país.

Fica a sensação que, por ser o um espaço de cunho muito popular, onde os visitantes são, na maioria, moradores do Centro e dos bairros periféricos da Região Metropolitana do Recife, o parque não recebe a atenção merecida dos gestores e sofre com a falta de conservação. A imagem que se vê é de um espaço de lazer esquecido, visivelmente deteriorado, sintonizado com o caótico cenário urbano do entorno do 13 de Maio.  

O Parque 13 de Maio abre cedinho, às 5h (fecha às 22h), e após uma rápida caminhada pelas dependências do espaço, podemos perceber a imensa área verde que lá está. A impressão inicial é de que o lugar não pertence à conturbada área central do Recife. Banquinhos de madeira estão por toda parte, muitas crianças espalhadas pelos diversos brinquedos existentes, estudantes que escolhem o parque para conversar, namorar. São 2.500 pessoas que visitam o local diariamente.

O contato com a natureza é um capítulo à parte.  Palmeiras, acácias, mangueiras, jambeiros e coqueiros são encontrados. Há também animais vivendo lá. É possível visitar as jaulas dos macacos-pregos, araras, pavões, papagaios, além dos animais que ficam soltos, como patos e iguanas, que permite aos usuários uma interação com a natureza a poucos quilômetros dos principais centros comerciais da região.

As opiniões sobre o parque são as mais diversas. Uns adoram, outros nem tanto. De acordo com o professor de artes marciais, Rafael Augusto, de 26 anos, que mora no bairro da Boa Vista, o espaço carece de mais segurança. “Aqui o frequentador não se sente muito seguro, os seguranças do parque priorizam mais o lado patrimonial. Já ouvi falar de casos onde estudantes foram assaltadas durante o dia”, conta. “Uso muito a pista de cooper, ela está em bom estado, melhor até que a do Parque da Jaqueira”, elogia o professor.

O analista de sistemas Júlio Simões, 30, acredita que o espaço verde é o diferencial para um parque urbano como o 13 de Maio. “Moro na rua da Aurora, e, sempre que tenho tempo livre, venho até aqui espairecer. É um local que me tranquiliza”, afirma.

No capítulo segurança e manutenção, estão sob a responsabilidade dos funcionários da Empresa de Manutenção de Limpeza Urbana (Emlurb), da Guarda Municipal, além de outros terceirizados que fazem a segurança dos usuários e do patrimônio do local. Ao todo são 18 pessoas, que trabalham em três turnos. Também há uma equipe de 10 funcionários que trabalham na manutenção e limpeza da área de lazer.

O lado A - se em quase toda extensão do parque a falta de reparos é sentida, uma pequena parte do 13 de Maio chama a atenção pela estrutura novinha em folha. Trata-se da Academia da Cidade, inaugurada em agosto deste ano. O espaço conta com equipamentos para a prática de atividade física, além de profissionais de educação física para auxiliar a população no uso dos equipamentos. Pista de caminhada, rampas de acesso para pessoas com necessidades especiais, pranchas para abdominais, pisos táteis (para auxiliar os deficientes visuais) e barras de alongamento estão entre os novos benefícios. Um prédio administrativo contando com sala para avaliação física também foi construído.

O parque está longe de ter a grife dos parques da Jaqueira e Dona Lindu, nas Zonas Norte e Sul, respectivamente, mas ganha pelo aspecto rústico e clássico, que dialoga com a arquitetura do Centro da Cidade. Bem ou mal, é o parque que o recifense não deixa de visitar. É o parque do povo.

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