Líder do governo nega convite para Valcke ir ao Senado
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou nesta terça-feira que o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, "não está convidado" para discutir o projeto da Lei Geral da Copa na Casa. Durante a manhã, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte da Casa já rejeitou a presença de Valcke, em substituição ao presidente da entidade, Joseph Blatter, para participar da audiência pública marcada para o dia 11 de abril sobre o tema.
"O senhor Jérôme Valcke não está convidado pelo Senado da República, muito menos pelas comissões, para vir falar em nome da Fifa", afirmou Eduardo Braga. "Nós queremos ouvir o Blatter", reforçou o senador.
Na segunda-feira, Valcke confirmou presença na audiência pública da Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Seria sua primeira visita ao Brasil desde a polêmica declaração de que o País precisava de um "chute no traseiro" para acelerar a organização da Copa de 2014. Na época, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, pediu à Fifa a troca do interlocutor, mas não foi atendido.
"Os nossos convites têm endereço certo. Não levamos em consideração outra pessoa. Quando convidamos um ministro, não queremos ouvir um ascensorista", afirmou o presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, Roberto Requião (PMDB-PR). A assessoria de Requião informou que não será marcada a audiência para qual Valcke se ofereceu. Um novo convite será encaminhado a Blatter para que ele próprio compareça ao Senado.
O projeto da Lei Geral da Copa foi aprovado na semana passada pela Câmara e agora vai tramitar de forma conjunta por três comissões do Senado, entre elas a de Educação, Cultura e Esporte. Na próxima terça-feira, o ministro Aldo Rebelo estará na Casa para falar sobre o tema.
Eduardo Braga disse que após a reunião na manhã desta terça-feira entre líderes governistas e a ministra da secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, foi confirmada a previsão de que o projeto da Lei Geral da Copa não vai tramitar em regime de urgência.
O líder do governo espera que o projeto seja votado em plenário até a primeira quinzena de maio. "Se for votado na primeira quinzena de junho, não será nenhum drama", avaliou Eduardo Braga. "O importante é que a gente não crie no Senado um clima de dificuldade para o diálogo."