Pesqueira quer debutar na Série A1 dando trabalho
Presidente almeja vaga na Copa do Brasil e sonha em vencer o Náutico
Pela primeira vez na sua história o Pesqueira vai disputar a primeira divisão do Campeonato Pernambucano. Mas não pense que isso assusta o presidente Aprígio de França. Esbanjando confiança, o dirigente diz que a meta do clube é ir longe. “Quero a vaga da Copa do Brasil e a vaga na Série D pra jogar durante oito meses. E como nasci rubro-negro, quero dar uma lapada na Barbie lá dentro”, ironiza o rival. “Fui torcedor do Sport, mas agora sou só Pesqueira”, completa.
Para Aprígio a hipótese de jogar o estadual apenas para se manter sempre foi descartada. “Montar uma equipe pensando apenas em não cair é uma desgraça. Você já entra derrotado”, afirma. O mandatário garante que com o acesso à Série A1 a situação financeira melhorou, em relação a 2012. “Temos cota da TV e da Coca-cola (patrocinadora do Campeonato Pernambucano), além de patrocínio de empresas daqui da cidade e de Toritama e Garanhuns”, garante.
A pré-temporada do clube começou no dia 17 de dezembro. O elenco conta com 27 atletas, sendo seis remanescentes da temporada passada. “Não conseguimos manter a base, pois com o acesso do time, alguns jogadores ficaram valorizados e receberam propostas melhores”, explica o técnico Humberto Santos.
Para montar o time desse ano, o treinador optou, literalmente, por escolher ex-companheiros de gramado. “Eu parei de jogar há pouco tempo, em abril de 2012”, revela Humberto, que encerrou carreira no CEO, time de Alagoas, e já assumiu o comando do Pesqueira no segundo semestre. “Trouxe alguns jogadores que jogaram comigo, pois conheço o futebol deles”, conta.
Assim como o presidente, ele também acredita no sucesso do time. “São oito contra um”, fala, citando o primeiro turno com apenas o Náutico da capital. “É uma chance única de um time do interior ganhar um turno e vamos tenta ganhar”, admite.
Time perde o direito de jogar em casa
Se por um lado o elenco segue trabalhando só pensando na estreia, diretoria e comissão técnica seguem tentando resolver um problema que está tirando o sono do Pesqueira: onde o time mandará seus jogos nesse ano.
O estádio municipal Joaquim de Britto foi reprovado na inspeção da Federação Pernambucana de Futebol (FPF). O gramado está completamente danificado e cheio de buracos. As arquibancadas também estão em um estado crítico. Isso sem contar, que o Pesqueira perdeu o mando de campo por causa de um torcedor que atirou uma pedra da arquibancada durante um jogo válido pela Série A2 do ano passado.
“Mas essa questão da perda de mando de campo está na justiça. Não tem nada decidido”, explica o presidente do clube. Ele garante ainda que deixará o estádio pronto para o segundo turno. “Estamos providenciando a reforma. A grama já está crescendo, antes só tinha areia. Os refletores devem chegar essa semana”, conta.
O Pesqueira estava tentando sediar seus jogos no Gigante do Agreste, mas o estádio de Garanhuns também não passou pela avaliação da FPF. “Estamos tentando jogar no campo do Sesc de Belo Jardim, mas não tivemos resposta ainda”, afirma. “É um prejuízo muito grande sair da cidade, pois aqui sempre temos o apoio dos torcedores”, lamenta.
Quem também está infeliz com essa indefinição é o treinador. Humberto reclama inclusive de treinar em situação precária. “Preocupa não ter estádio disponível na cidade. Temos um elenco bom tecnicamente, mas sem um campo bom pra treinar atrapalha”, diz. Por conta disso, o Pesqueira está usando estruturas de outra cidades nesta pré-temporada. O time já teve que treinar em Caruaru e Arcoverde.
Jogadores tentam recomeço no interior
Dois velhos conhecidos do futebol pernambucano, principalmente dos torcedores do Santa Cruz, tentam um recomeço em Pesqueira. O zagueiro Bebeto e o atacante Thomas Anderson são duas peças importantes no time de Humberto Santos e ambos prometem empenho nesse estadual.
“É difícil jogar em um time pequeno, sem muito recurso, mas temos um nome a zelar”, garante Thomas. “Pra mim é um desafio novo, pois o Pesqueira está jogando a Série A1 pela primeira vez. Mas já joguei o estadual em times do interior, como Central e Ypiranga, e sei como é”, afirma Bebeto. “Sem desmerecer ninguém, temos que aproveitar a ausência do Santa e do Sport para fazer bonito no primeiro turno” destaca o zagueiro.