Desencontro de informações atrasa o cadastramento das TO's

Cadastramento vai custar R$4 milhões e não vai sair em menos de 60 dias

por Clauber Santana qui, 28/02/2013 - 17:07

















A população já escolheu os culpados pela violência nos estádios de futebol: as torcidas organizadas. Mas eles não podem ser responsabilizados por tudo. O cadastramento dos membros dessas uniformizadas, por exemplo, já deveria ter sido feito há muito tempo. Porém, devido à burocracia das autoridades essa medida nunca saiu do papel.

No meio de todo esse processo, as torcidas organizadas estão entre os principais interessados. Inclusive, eles já têm uma lista de todos integrantes, de acordo com o secretário da Torcida Jovem do Sport, Henrique Marques. “Já temos o nosso cadastro e as outras torcidas também têm. Nosso interesse é para que isso seja logo regularizado, para que tenha um espaço reservado para as torcidas organizadas. Com isso, só vai poder ficar lá quem apresentar a carteira de sócio da torcida", afirmou recentemente em entrevista ao programa Opinião Brasil, do portal LeiaJá.

Ainda segundo Henrique Marques, um jogo de vaidades entre as autoridades atrasou o cadastramento. "Existe uma briga entre eles, por isso demora tanto para sair. E quando eles tentam fazer, impõem sem conversar com a gente. Precisa existir uma parceria entre as torcidas, a FPF e o Ministério Público", explicou o secretário da Jovem, que fez um apelo. "Esperamos que a Federação faça mesmo esse cadastramento. Se precisarem para hoje, já temos nossa lista", finalizou.

O promotor do Ministério Público, Ricardo Coelho, explicou que este levantamento ainda está em processo licitatório. “A Secretaria de Esportes do Estado está realizando a licitação. Estima-se que vai custar cerca de R$ 4 milhões e vai demorar, pelo menos, 60 dias”, esclareceu, reafirmando que o verdadeiro desejo do MP é acabar com a Fanáutico, a Inferno Coral e a Jovem.

“Se quiserem permanecer em um espaço reservado, terão que estar registrados e possuir um cartão magnético. Mas a luta do Ministério Público não é pelo cadastramento, e sim, pela extinção das três torcidas. Porque na nossa visão, o cadastramento é apenas um paliativo. Tem que extinguir essas torcidas que se envolveram em crimes”, analisou. O promotor ainda afirmou que não sabia da existência da lista de sócios das torcidas, mas não confiou totalmente na informação. “É preciso verificar se esse cadastro abrange todos os torcedores das organizadas”, disse.

Demonstrando a falta de comunicação entre as partes, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, falou sobre o andamento deste processo. “Já temos uma base de dados, que fizemos desde o ano passado, mas não está completa. As torcidas precisam entregar a lista para a Secretaria de Esportes, que através de uma plataforma na internet, vai concluir o cadastramento. Mas eles ainda não fizeram isso”, explicou.

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