Jogador de 19 anos mora no estádio do Arruda Clélio Tomaz/LeiaJáImagens

Tímido, com poucas palavras e uma certa dificuldade para se expressar. Foi assim que o lateral-esquerdo Patrick foi para a sua primeira entrevista coletiva após ser titular pelo Santa Cruz - a estreia aconteceu domingo, no empate contra o Serra Talhada. Situação normal, que inúmeros jogadores passam, principalmente no início da carreira. E é este o caso. 

Natural de Nazaré da Mata e com apenas 19 anos, Patrick fez testes no Santa Cruz e foi aprovado. Era o início da concretização de um sonho. Ele começou a carreira no Atlético-PE. Tentou a sorte no Internacional-RS e no Sport. Mas foi no Arruda, onde mora atualmente, que ganhou uma verdadeira oportunidade.

Focado, o jovem Patrick tem dois objetivos bem definidos em sua vida. Um pessoal e outro profissional. Como tantas outras histórias que acontecem no Brasil afora, ele quer se firmar no time e comprar uma casa para mãe. Dona Marilene, que inclusive, foi contra a escolha do filho. Queria que ele estudasse, ao invés de jogar futebol. Ele até estudou, terminou o segundo grau, mas não largou a bola. 

Em Tracunhaém, a mãe vai recebendo as notícias dele. “Quando falei que seria titular ela ficou muito feliz, orgulhosa e até chorou”, disse o filho único de Dona Marilene. Ela teve dificuldades para criar o seu rebento. Quando tinha oito anos, Patrick perdeu o pai. Por isso toda a atenção do jogador se volta a ela. “Tenho o sonho de ajudar minha mãe. Com o passar do tempo, espero conseguir isso”, falou em tom esperançoso.

Depois de contrariar a mãe e se tornar um jogador. Agora é o momento de Patrick agradar o treinador. Só assim para se firmar no Santa Cruz. No primeiro teste, foi aprovado. “O treinador gostou e isso é o que importa”, ponderou ciente de que não pode parar. “Venho trabalhando forte a cada dia. Espero ter mais essa oportunidade”, concluiu.

A oportunidade que Patrick fala é no próximo jogo, contra o Petrolina, domingo, no Arruda. E ao que parece, vai acontecer. No treinamento de quarta-feira, o lateral-esquerdo treinou entre os titulares, mas não sabe se começa jogando. “Quem deve saber é o treinador. Se ele optar por mim, espero fazer um bom trabalho”, afirmou.

Porém, ele sabe que pode perder a vaga para Renatinho. Ainda assim, mantém a tranquilidade. “É um grande jogador e a torcida gosta muito dele. Se o treinador optar por ele, vou ficar tranquilo. Tudo é no tempo de Deus”, analisou.

Se ganhar mais uma chance, será a primeira diante da torcida, por isso Patrick promete não se abalar com a pressão torcida. “O Santa Cruz é um time grande e a pressão é normal. Espero suportar isso e manter a regularidade nos jogos”, finalizou o lateral-esquerdo.