'Pequenos' dão trabalho no começo da Copa América

Depois de uma primeira rodada complicada para os 'medalhões', a segunda começou com duas surpresas: o empate em 3 a 3 do Chile com o time B do México e a primeira vitória da Bolívia na competição em 18 anos

ter, 16/06/2015 - 20:52
RODRIGO ARANGUA Jogadores do México comemoram gol durante partida contra o Chile, na Copa América, em Santiago, no dia 15 de junho de 2015 RODRIGO ARANGUA

Derrota da Colômbia para a Venezuela, empate da Argentina de Messi com o Paraguai e derrota sofrida do Brasil sobre o Peru: ainda é cedo para falar em "Copa América das zebras", mas o fato é que os favoritos penaram nos primeiros cinco dias de competição.

Depois de uma primeira rodada complicada para os 'medalhões', a segunda começou com duas surpresas: o empate em 3 a 3 do Chile com o time B do México e a primeira vitória da Bolívia na competição em 18 anos (3-2 sobre o Equador).

No papel, há uma diferença abissal entre as potências, que reúnem craques consagrados em grandes clubes europeus, e as seleções, em teoria, mais modestas.

Em campo, porém, é outra história. Mesmo jogando em casa, o Chile de Alexis Sánchez (Arsenal), Arturo Vidal (Juventus) e Claudio Bravo (Barça) não conseguiu vencer na segunda-feira uma equipe mexicana que se apresentou sem suas principais estrelas.

'Chicharito' Hernandez (Real Madrid), Hector Herrera (Porto), Carlos Vela (Real Sociedad), foram poupados para a disputa da Copa Ouro da Concacaf, e os gols do México foram marcados por Raúl Jimenez, reserva do Atlético de Madri, e pelo veterano Matías Vuoso, que está sem clube.

Mais cedo, a Bolívia acabou com o longo jejum, mostrando que é capaz de vencer fora da altitude de La Paz. O último triunfo tinha sido em 1997, quando disputou o torneio em casa, e acabou perdendo para o Brasil na decisão.

"Vi que gente tinha pouca fé no potencial da Bolívia, mas mostramos que, com trabalho, somos capazes de nos superar", afirmou o técnico Mauricio Soria. "Ganhar respeito é bom, mas ainda temos que continuar lutando", completou.

Ressaca colombiana

A maior zebra da competição até agora foi a vitória da Venezuela diante da temida Colômbia, que chegou ao Chile com força máxima, ostentando nomes consagrados como James Rodríguez ou Radamel Falcao García.

Mesmo assim, os 'Cafeteros' estão de ressaca depois de levar um banho de 'Vinho Tinto'. En Racagua, que fez a diferença foi a única estrela da seleção venezuelana, Salomón Rondón, companheiros de clube do brasileiro Hulk no Zenit, da Rússia.

O Brasil sempre teve muitos jogadores atuando na Europa, mas, ao contrário de anos anteriores, só conta com um craque que é realmente protagonista num grande clube: Neymar.

A genialidade do atacante do Barcelona evitou outra surpresa no torneio: a seleção pentacampeã mundial só não empatou com a Peru de Paolo Guerrero porque o camisa 10 deu um passe açucarado para Douglas Costa garantir nos acréscimos a vitória de virada por 2 a 1.

No primeiro tempo, ele já tinha anotado o gol de empate, depois do gol relâmpago do Peru. Assim como o Brasil, o Uruguai também venceu, mas sofreu mais do que o esperado para superar a modesta Jamaica (1-0).

Estrelas apagadas

Neymar foi a única grande estrela que realmente brilhou neste início de Copa América.

Messi fez um ótimo primeiro tempo contra o Paraguai, mas depois desmoronou, como o resto da equipe.

Do lado do Chile, Vidal foi decisivo, marcando três gols e dando passe para outro, mas não conseguiu levar sua equipe a vitória contra o México. Alexis Sánchez se desdobrou em campo, mas ainda não balançou as redes.

Com jogos tão disputados, a Copa América se apresenta como uma prévia de eliminatórias para o Mundial que prometem ser muito complicadas até para os favoritos.

Na América do Sul, é impossível falar em 'barbada', partidas já ganhas antes mesmo de serem disputadas, como o confronto entre a campeã mundial Alemanha contra Gibraltar (7-0), no último sábado, pelas eliminatórias da Eurocopa.

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