CBAt não estipula meta de medalhas para a Olimpíada
A entidade trata como conquista o fato de a delegação, com 66 atletas confirmados até agora, ser a maior da história, e se baseia nisso para se esquivar de traçar um objetivo para agosto
Com não mais que seis possibilidades de medalha e torcendo para que pelo menos uma delas se consolide em pódio, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) preferiu não estipular uma meta para os Jogos Olímpicos do Rio. A entidade trata como conquista o fato de a delegação, com 66 atletas confirmados até agora, ser a maior da história, e se baseia nisso para se esquivar de traçar um objetivo para agosto.
"Para pensar em medalha, você precisa ter grande quantidade de atletas participando dos Jogos e nós atingimos isso. Depois, (precisa) colocar o maior número de atletas em finais. Depois, eles precisam fazer as melhores marcas. Quantas medalhas vamos ganhar não é possível falar. Nós queremos disputar medalhas e vamos fazer tudo por isso, mas não dá para dizer a quantidade de medalhas", diz Antônio Carlos Gomes, superintendente de alto rendimento da CBAt.
No cargo desde 2013, ele argumenta que teve só três anos para preparar a equipe olímpica que estará no Rio. Reduzindo as marcas mínimas necessárias para a qualificação para os Jogos, adotando os índices da Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF), o Brasil inflou sua delegação nesta modalidade sem, necessariamente, isso significar qualidade.
No Mundial de 2015, por exemplo, o Brasil só teve três Top 8 (uma prata e dois sextos lugares), o que o atletismo considera como "final". Em 2013, haviam sido sete (todas de quinto lugar para baixo). Para a Olimpíada, nem uma meta de finais foi traçada.
A maioria absoluta dos 53 atletas que se classificaram para provas individuais conseguiram o índice apenas uma vez desde 1.º de maio do ano passado e têm tudo para serem figurantes na Olimpíada. Poucos são os casos de atletas que regularmente obtêm resultados acima do mínimo exigido para estar no Rio.
Quatro deles são candidatos à medalha. Fabiana Murer bateu o recorde sul-americano do salto com vara (4,87m) e lidera o ranking mundial da temporada ao ar livre, ainda que a russa Yelena Isinbayeva tenha marca melhor (4,90m). Thiago Braz saltou pouco este ano, mas é o quarto do mundo.
Na marcha atlética, Erica Sena ficou em quarto e Caio Bonfim em oitavo no Mundial da disciplina, disputado há dois meses, em Roma (Itália), e viraram candidatos à medalha. Outras opções são os revezamentos 4x100m no masculino e no feminino, mas nenhum dos dois apresentou resultados em 2016 ainda. Com Marilson Gomes dos Santos, Solonei Rocha e Paulo Roberto de Paula, uma medalha é bastante improvável, ainda que todos tenham histórico de Top 8 em grandes competições.
Outros bons resultados, só em caso de um "dia perfeito". É a aposta, por exemplo, para o caso de Mauro Vinicius da Silva, o Duda, bicampeão mundial indoor. Ele sequer fez o índice para a Olimpíada e depende de convite para estar no Rio-2016.