Bruno Becker tem projeto para dividas e quer 'time forte'

Candidato a presidente do Náutico quer permanecer com Hélio dos Anjos

seg, 29/11/2021 - 20:37
Divulgação Bruno compõe a chapa Náutico Sustentável Divulgação

No dia 5 dezembro, os sócios do Náutico vão às urnas para escolher o novo presidente do clube. Com o intuito de trazer detalhes dos planos e projetos dos três candidatos, a reportagem do LeiaJá inicia nesta terça-feira (30) uma série de reportagens com os candidatos ao posto.

O primeiro entrevistado é o advogado Bruno Becker, de 43 anos, que compõe a chapa Náutico Sustentável ao lado de Ivan Pinto da Rocha. Bruno integrava a atual gestão, como vice-presidente jurídico, tendo deixado o cargo no dia 22 de outubro. Ele garante que, apesar da coincidência, não saiu para se tornar oposição, mas porque, internamente, houve discordâncias de projetos, conceitos e princípios.

Dívidas trabalhistas

Foi justamente Bruno que, por algumas vezes, precisou agir para evitar leilões frutos de dívidas trabalhistas nos Aflitos. Ele revela, inclusive, que essa era a parte mais difícil do trabalho. Questionado sobre as finanças, ele apresentou uma solução para os problemas do clube com a justiça.

Atualmente o Náutico tem parte da receita direcionada a uma conta judicial, mas, segundo Bruno, esse valor paga apenas os juros. A solução passa pela LEI Nº 14.193, sancionada em agosto deste ano, e que cria a Sociedade Anônima do Futebol. A lei, dentre outras coisas, permite centralizar as execuções: ”é o regime de centralização das execuções, o RCE. É o único caminho”. 

“O clube tem que apresentar um plano de pagamento de toda a dívida trabalhista e civil, ele é feito em conjunto com os credores, uma espécie de recuperação judicial. É montado esse plano, demonstra um fluxo de pagamento da data da apresentação até 3 anos adiante, um fluxo de receita, de despesas e tem até 10 anos para pagar”, explica Bruno.

Mas ele ressalta que o clube precisaria de um prazo para se adaptar ao novo modelo e ter a estrutura necessária para aplicá-lo. Segundo o candidato, de 6 meses a 1 ano, é possível criar condições para o novo modelo.

“Qual a vantagem? você consegue negociar com credores e diminuir o valor da dívida. A dívida trabalhista hoje do clube é na ordem de 50 milhões, numa negociação você consegue abaixar esse valor até para 30 milhões, desde que apresente o plano e ele tenha a certeza que vai receber”, completa Becker. Na nova lei, o não cumprimento do que foi decidido pode punir diretamente dirigentes.  

Confira o que o candidato também falou sobre outros temas:

Futebol

"Tem que tratar com muito cuidado dessa questão do elenco, não tô pregando irresponsabilidade financeira, mas vamos ousar, fazer com responsabilidade, montar um time forte porque temos ano que vem calendário cheio (… ) Temos que montar um elenco forte para chegar nas finais da Copa do Nordeste e para avançar pelo menos até a 4ª fase da Copa do Brasil e nosso maior objetivo é subir para Série A", disse Bruno, que afirmou ter preferência pela permanência de Hélio dos Anjos.

Categorias de base

"A base é investimento, tem que ser tratada como tal, mas antes disso o clube tem que saber que aquilo ali é feito por cidadãos. São atletas em início de vida, então é preciso dar uma condição mínima de alguém desempenhar a função. O alojamento da base tem que dar um ambiente propício ao crescimento enquanto pessoa, enquanto cidadão e consequente profissional.

É preciso ter esse olhar do ser humano, mas também da questão técnica e isso passa pela figura do coordenador técnico. O clube precisa criar diretrizes aplicadas do sub-15 até o profissional”, completou.

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