Não foi por acaso

Luiz Mendes, | seg, 23/12/2013 - 15:13
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Aquele esporte que provavelmente você jogou pelo menos uma partida nas aulas de educação física entrou para a história ontem. Antes relegado pela imprensa, nesta segunda-feira o handebol foi destaque em jornais, TVs, sites e rádios. O feito chegaria em algum momento, já que foi bastante planejado para isso. Não foi um acidente a seleção brasileira feminina ter vencido o mundial da modalidade sem perder nenhuma partida e passando pelas mais poderosas equipes do planeta.

O Brasil é um país que gosta de esportes. Além do futebol, existem talentos em várias outras áreas e vez por outra aparecem os Zanettis, as Yanes, as Telianas. Quase sempre a história é a mesma. Sem patrocínios e dependo do próprio esforço e vocação, esse atletas se superam e conquistam títulos expressivos. Depois disso recebem até algum tipo de incentivo, que logo é relegado caso os resultados não se repitam.  É muito mais difícil que casos como esses ocorram em esportes coletivos. Por mais talento que tenha um único jogador, dificilmente ele conseguirá levar toda uma equipe nas costas para conquistar um troféu.

O primeiro título mundial do handebol brasileiro é fruto do planejamento. Foi preciso importar conhecimento e fazer intercâmibios, assim como acontece em grande empresas com cases de sucesso. Sem dinheiro também é quase impossível tirar as boas ideias do papel. A Confederação Brasileira de Handebol iniciou uma parceria com o Hypo, da Áustria, pagando parte do salário das cinco atletas que jogam pela seleção e defendem o clube e contratou o técnico dinamarquês Morten Soubak. O financiamento pra que isso seja possível vem de duas das maiores empresas estatais do país. O Banco do Brasil e os Correios.

Claro que não só de aporte financeiro se faz equipes campeãs. Somado a isso, o Brasil ainda possui Alê, a melhor jogadora da atualidade, e no mundial ainda se destacaram a goleira Babi e Duda Amorim, artilheira da competição. E para completar a saga de uma história vencedora, também houve superação. Dani Piedade sofreu uma AVC dentro de quadra no ano passado e conseguiu se recuperar a tempo de participar da campanha vitoriosa.

Aquele esporte colegial mostrou que pensa e age profissionalmente e com isso dá lições para outros esportes como o futebol, que tem aparato profissional, mas é gerido por amadores.

3 dentro

- Bayern de Munique. Cinco títulos em uma única temporada. A eficiência alemã somada ao futebol envolvente e de posse de bola pregado por Pep Guardiola faz do clube um dos mais fortes do mundo na atualidade. 

- Santa Cruz. Renovações do clube coral começaram pelo sistema defensivo e meio de campo. Oziel, Renan Fonseca, Luciano Sorriso e Raul permanecerão na equipe em 2014. Importante base do time titular foi mantida, mas ainda é preciso acertar com outros jogadores.

- Dado Cavalcanti. 2013 foi o ano do treinador pernambucano. Chegou à semifinal do Campaonato Paulista com o Mogi Mirim. Apesar de não conseguir o acesso, fez uma boa campanha com o Paraná e em 2014 vai treinar pela primeira vez um time da Série A, o Coritiba.

3 fora 

- Todos com a Nota. Programa do governo estadual é importante para aumentar a receita oriuna da arrecadação tributária. Em contrapartida, a promessa é de acesso do público para eventos esportivos e culturais. Até hoje apenas o futebol é que recebe tal investimento.

- Campeonato Cearense. Por conta da desorganização da tabela, o Ministério Público do Trabalho suspendeu o início da competição. Com o calendário apertado, as partidas do torneio estadual tem intervalos menores que 66 horas, o que é proibido por lei.

- Atlético-MG. Não chega a ser humilhante, mas perder para o oitavo colocado do campeonato marroquino e sofrer para vencer um time do futebol chinês é muito pouco em relação ao que se espera de time campeão da Libertadores da América.

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